Enquanto as Ondas Quebram {Mimo}

Cap 22 : Fronteiras.

~POV Momo~

Desci as pressas a escada do segundo andar e deixei minha mala de viagem encima do sofá, me esbarrando em Nayeon que limpava a bagunça da noite passada.

-Pelo que fui informada, sua festa de ontem foi um sucesso -comentou enquanto tirava uma mancha escura do piso de porcelanato.

-Se ignorarmos o ocorrido com Elisa, foi sim uma festa muito boa -respondi, levando as malas para a porta, onde Tzuyu as carregaria no carro da minha mãe. Se iriamos fugir, eu precisava de algo com potência.

-É, fiquei sabendo que ela vai mudar de país, o irmão mais velho dela contou que a ruiva tinha fugido de casa pra vir pra festa..

Acenti, começando a arrumar o sofá, mas fui impedida pela mesma.

-Ei, eu faço a limpeza e você cuida do seu bebê, ta bom?

-Não entendi..

-Assim, Momo, eu sei que você e a Mina se amam demais, mas você está tão abatida que não tem tempo para cuidar dela. Você já perguntou como ela se sente hoje de manhã? Sei que é difícil segurar a barra sozinha, mas eu e a Tzy estamos aqui pra ajudar, então vai logo falar com ela que nós aqui cuidamos do resto.

Refleti um pouco em silêncio, e quando concordei com a cabeça Nayeon sorriu e voltou ao trabalho, me ignorando completamente. Subi as escadas de volta para o segundo andar e bati na porta do quarto do meu irmão, onde Mina pegava o resto de suas coisas e as guardava de volta na mala.

-Oi.. -disse, quando abri a porta e a vi dobrando um lance de camisas.

-Ah, é você.. Entra ai Momo -ela respondeu, sorrindo de canto.

Esquerei-me para dentro do quarto abarrotado de coisas e fechei a porta atrás de mim mesma, lembrando imediatamente que eu não sabia o que falar. Mina não pôde ignorar minha presença por muito tempo, então sentou-se na cama e fez sinal pra que eu me aproximasse.

-Eu vim aqui porque estava preocupada com você -consegui dizer, sentando ao seu lado na cama- Eu sei que a noite de ontem foi difícil para todas nós, mas eu realmente queria saber como você se sente..

-Como eu me sinto? -perguntou incrédula.

-Basicamente isso. Eu demorei muito pra perceber que não sou apenas eu que tenho sentimentos, e te devo desculpas por isso.

-Okay, você quer saber como eu me sinto.. Bom, eu me sinto muito bem, normal.

Arqueei as sobrancelhas, lendo em seus olhos que não era bem assim.

-Ãhh.. Vou tentar diferente, ta legal? Eu quero que você me diga o que está sentindo, mas independente da resposta eu não vou julgar você. Eu particularmente passei uma noite difícil, quase cai de uma altura de 13 metros, e cara, eu sinceramente não estou me sentindo disposta hoje de manhã. Estou sendo acusada de crimes que não cometi, e minha família anda espalhando boatos sobre mim por ai, por isso digo a você que não estou bem. Na verdade faz muito tempo que eu não sei o que a palavra bem significa.. E isso tudo foi desde conhecer você. Eu era alguém arrogante que não me importava com nada, mas ai você entrou na minha vida e eu passei de bem para imensamente feliz.. Eu não sei mais o que é se sentir simplesmente bem, porque com você estou perfeitamente maravilhosa.

Fiquei em silêncio um instante para observar seu rosto, a mais nova parecia processar as informações devagar. Tomei seu rosto em minhas mãos e a mesma olhou pra mim.

-Eu te amo, Mina, e você me faz a garota mais feliz do mundo pelo simples fato de existir na minha vida. Agradeço cada dia que se passa por ter mais um dia com você.

Ela assumiu uma expressão simples e imediatamente vi que a mais nova não estava bem, e precisava de mim ali. Por isso a peguei pelos ombros e puxei a mesma para um abraço forte, no qual vi seu rosto desmanchar em lágrimas.

Após ajudá-la a arrumar suas malas e trocar minha blusa manchada por suas lágrimas, peguei em sua mão e descemos cautelosamente as escadarias de madeira. O que eu não sabia era que, nas três horas seguintes, seriamos só eu e ela, sem mais ninguém para contar em detalhes nossa história..

CONTINUA.