De volta à escola

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No dia seguinte não fui na aula e no dia seguinte não precisei ir à escola devido a um feriado municipal, aproveitei o tempo livre para organizar meu quarto, tomando as precauções de não fazer muito esforço. Minha mãe fez questão de ajudar e parecia minha dama de companhia dentro de casa. Aproveitamos para dar uma faxina em tudo, pois naquela semana nossa diarista não poderia comparecer.

Não houve grandes acontecimentos Karen viajou com os pais para uma cidade vizinha, Rafael veio me visitar e me passou a matéria atrasada. Peterson me ligou e ficamos duas horas namorando pelo telefone. Foi tranquilo, exceto o fato de querer tirar tudo a limpo com a Cláudia e saber porque aquela insuportável havia tirado uma foto daquelas?

Na manhã após o feriado eu estava bem em frente ao espelho tentando encontrar harmonia no meu cabelo. Aquela falha devido a costura estava me irritando. Já não sentia mais dor, no entanto, minha mãe fez questão de colocar a dipirona na mochila. – Vamos logo com isso Gabi, hoje eu não posso chegar atrasada. Disse ela calçando os sapatos. Eu já estava na porta da entrada arqueando as sobrancelhas. – Hoje vai chover, Gabriel pronto na porta! Enquanto falou arqueava as sobrancelhas em confronto.

-Eu também preciso chegar cedo. Falei segurando as alças da mochila.

Dez minutos depois estávamos fazendo a curva, chegando a rua da escola, a direita vi a banca de revista, percebi que perdera a vontade de comprar o álbum de figurinhas.

Minha mãe parou o carro em frente a escola, sorriu e me deu um beijo, não senti vergonha e a abracei. - Tchau Mãe. – Até logo filho, venho lhe buscar. Disse ela se ajeitando no assento do carro.

Sai do carro e vi Cláudia chegando distraída demais para perceber que eu estava ali. Estava com fones de ouvido e parecia escutar uma música muito boa. Decidi ficar ali parado até ela me notar, ela olhou para o outro lado da rua e quando voltou a olhar para frente me viu e sua fisionomia mudou imediatamente, digna de uma atriz. Quanto mais ela se aproximava, mais eu me irritava. E então ela se aproximou o suficiente para eu lhe dirigir a palavra.

- Claudia o que você pretende fazer com aquela foto? Meu tom de voz não ousou esconder a raiva.

- Vou fazer o que quiser com aquela foto! Disse ela praticamente no mesmo tom.

-O que fiz para você me odiar? Perguntei perplexo com o tom de voz dela, ela parecia me odiar mesmo.

- Só de você existir é motivo o suficiente. Você devia ter sangrado até morrer. Falou aquilo como se fosse natural.

- Ok, tudo bem, já entendi. Levantei os dois braços e continuei falando. -Que pena que eu não morri e você vai apagar essa foto agora! Ordenei apontando para o celular dela.

-Sabe Gabizinho, eu pensei em chantageá-lo, mas no final do dia todo mundo vai saber a bixinha que você é! Ela quase gritou e passou por mim batendo seu ombro no meu.

Juro que não conseguia entender aquela maldita garota, eu nunca tinha nem lhe dirigido a palavra e ela parecia me odiar como se eu fosse um inimigo odioso. Demorei uns cinco minutos para digerir cada palavra que Claudia me dissera. Eu estava quase chorando, na verdade, quando alguém veio por trás e colocou as mãos em meus olhos fazendo a famosa perguntar – Adivinhe quem é?

Eu soube antes mesmo de ouvir a voz, era o Peterson, devido ao perfume amadeirado. – Oi Pete.... Eu me debulhei em lágrimas, logo estava soluçando. Olhei para o Peterson ele estava totalmente surpreso e me abraçou forte. Eu chorava ainda mais e não conseguia me mover se ele não estivesse ali, eu provavelmente iria ao chão.

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