Logo na entrada do parque adaptado para o festival, haviam várias flores artificiais que se mesclavam com as de verdade, era um trabalho muito bom pois só percebi por que sou detalhista. Haviam alguns jovens sentado em roda e um deles tocava uma música agradável no violão. Danilo demonstrava estar muito feliz o que me fez ficar feliz por ele. Não que eu não gostasse de festivais, mas eu não estava bem no clima.
- Você está bem? Danilo me olhava de um jeito que eu não gostava, parecendo ver minha alma.
- Eu estou bem sim. Falei enquanto esboçava um sorriso. – Acho que estou cansado por que passei a tarde ajudando minha mãe a limpar casa. Finalizei me sentindo péssimo por mentir, pois tinha passado a tarde toda deitado na cama, em meios aos meus pensamentos.
Nesse momento uma cigana se aproximou com aquele olhar misterioso e um sotaque para lá de duvidoso. Tinha maquiagem demais no rosto e eu cogitei ir para o outro lado puxando Danilo pelo braço.
- Aonde vai meu jovem, preciso falar com você. Disse ela olhando diretamente para mim. Aquilo me assustou e percebi que tinha medo dela.
- Eu vou curtir o festival. Falei
- Hoje você não está se divertindo, meu jovem. Tenho um recado para você. Insistiu ela.
Não era necessária muita habilidade, provavelmente uma pessoa mais velha poderia mesmo saber que eu não estava muito bem. Até meu namorado percebeu isso.
-Ok, quanto precisa para nos dizer o recado. Perguntou Danilo, apressando a senhora.
- Meu jovem, você deve aprender a esperar o melhor momento. Disse ela gentilmente. – Eu aceito uns bolinhos daquela barraca ali. Completou ela apontando para uma barraca atrás de nós. Danilo saiu em seguida para buscar os bolinhos salgados.
- Meu jovem, preciso mesmo falar com você, aquele rapaz ali, é um bom rapaz, eu sei. Não se engane. Seu grande amor vai voltar em breve.
Assim que terminou, a senhora me deu um sorriso e saiu em seguida.
- E os bolinhos? Lhe perguntei.
- Ele vai comprar os seus preferidos, mas lembre-se, não se engane. A senhora sei foi e me deixava com uma intriga na cabeça. Já estava começando a pensar que ela poderia ser uma louca.
- Cadê ela. Perguntou Danilo ao voltar com um saquinho de papel cheio de bolinhos de frango. Senti uma nova pontada, pois os bolinhos de frango eram meus preferidos.
Por fim decidi que era apenas coincidência e claro comi os bolinhos enquanto caminhávamos pelo parque que estava bem lindo e movimentado. O chafariz estava todo iluminado com cores em neon.
- Está quase na hora show. Disse Danilo
- Vamos lá para perto do palco?
- Por Favor.
Quando a banda de fato entrou no palco, os olhos de Danilo se iluminaram, era realmente bom ver sua banda preferida, bem na sua frente. E as músicas eram realmente boas, um rock leve e bem melódico. Mais tarde Danilo me corrigiu dizendo que a banda tocava indie. Decidi verificar bandas alternativas desse gênero. O show foi bastante divertido teve músicas mais lentas e músicas que tiraram os fãs do chão. No fim da noite eu tinha me rendido ao gênero totalmente. E no final foi bem divertido aquele show.
- Nossa suei bastante.
- É mesmo, gostou então?
- Adorei.
- No seu baile quero dançar muito com você.
Apenas me dei ao trabalho de sorrir, pois naquele momento lembrei no Peterson, havíamos imaginado o fim da escola em um baile e dançar uma música lenta, fechando com chave de ouro. Não sei dizer se Danilo percebeu, mas ele não falou nada.
Podemos ir? Estou me sentindo cansado.
-Claro, vou pegar o carro me espere na entrada.
Aceitei facilmente a oferta de esperar ele ir buscar o carro, que estava do outro lado do parque. Enquanto esperava me lembrei da senhora e fui checar meus e-mails no celular. Atualizei a caixa de entrada cinco vezes e não havia mensagem do Peterson. Quando o telefone vibrou no bolso peguei tão rápido que ele quase caiu o no chão. Quando desbloqueei vi uma mensagem do Danilo.
- Oi amor, estou aqui do outro lado da rua.
Quando levantei a cabeça, vi ele me olhando meio surpreso pela minha desatenção. Acenei sem graça com a mão e fui ao seu encontro.
- Nossa estou mesmo cansado. Falei assim que entrei.
- Vamos levar meu bebê para nanar. Danilo sorriu para mim e em seguida acelerou o carro.
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Adolescência Moderna
RomanceGabriel um adolescente comum, que tem amigos comuns, estuda numa escola comum e tem uma mãe comum. É, mas na adolescência tudo pode ser uma tempestade num copo d'água ou um problema real. Nessa história do cotidiano familiar e colegial, podemos nos...