No dia seguinte fui para escola junto com a Karen e paramos na bem conhecida banca de revista, em frente à escola. Ela queria ver uma revista de moda. Não tinha lhe contado nada sobre a agressão que Peterson sofrera, pois não queria comprometer a promessa que tinha feito para ele. O que eu mais queria era ver ele e lhe dar um abraço. Karen olhava entretida as revistas de moda, eu até invejava. Sentia saudade do tempo que os problemas eram menores. Olhei em volta o dia estava perfeito o sol já havia saído e eu nem estava com sono. Do outro lado da rua vi Peterson que fez um sinal com a cabeça para que eu entrasse, mesmo não entendendo, avisei a Karen que conversaria com o Peterson a sós. Ela estava tão entretida que quase nem deu bola.
- Vai lá, Frocione. Disse sorrindo.
Quando estávamos na área lateral da escola Peterson me deu um longo abraço e ignoramos os comentários que nos rodeou. As pessoas sabem mesmo como ser maldosas. Peterson havia passado um pouco de base nos machucados deixando eles menos evidentes. Aquilo me irritou odiava saber que ele havia sofrido apenas por ser quem é. O mundo ideal estava longe de existir, porém aquilo era demais.
- Oi, meu amor. Falou ele baixinho. Um sorriso triste lhe saiu pelas covinha ao lado da boca.
Peterson estava bem abatido o que me obrigou a perguntar se ele tinha sofrido mais alguma agressão. Ele balançou negativamente a cabeça e segurou a minha mão. E seu olha demostrou certa confiança.
- Eu ameacei meu Pai, Gabi. Peterson fez uma pausa enquanto ignorava o comentário de um garoto que passou por nós e então continuou falando. -Disse que se ele me bater novamente. Vou denunciá-lo e ele ficou muito bravo, mas não vai poder me fazer nada. Eu não vou deixar de amar com você.
Eu nunca tinha ouvido alguém falar que me amava, além dos meus pais, é claro. De repente me vi rodeado de pensamentos cintilante, tais como: noivado, casamento. Ele me olhou tentando me decifrar. Tive vontade de beija-lo ali, na boca, mas dei um beijo no seu rosto e fingi que não vi pessoas nos olhando. Nos sentamos juntos no banco aguardando o sinal de entrada.
- Hoje a tarde você pode ser meu? Falou Peterson.
- Como assim? Indaguei.
Quero saber se esta tarde você pode sair comigo depois da escola? Falou sorrindo e piscou para mim.
- Claro! Vai ser ótimo.
Na aula de Filosofia, não queria estar ali. Aguardava ansiosamente pela tarde com o Peterson. Passou muitas coisas pela minha cabeça. Sair a dois, tomar sorvete, casar e por ultimo não menos importante passou pela minha cabeça que poderíamos ter nossa primeira relação sexual.
- Gabi, me empresta a borracha? Vi Rafael me olhando fixamente, com uma expressão engraçada. Não demorou a perceber que na verdade ele queria falar comigo, a borracha sendo apenas pretexto.
- O que foi? Indaguei quase sussurrando.
-Preciso falar com você Frocione! – Pode ser a noite. Sugeri – Claro Gabi, fechado. Rafael voltou a se concentrar na sala ou fingir estar concentrado. Eu olhei para o Peterson que pareceu estar prestando atenção na minha conversa com o Rafael. Eu sorri para ele e ele fez uma cara demonstrando ciúmes. Não pude dizer se aquilo era ou não verdadeiro. Voltei a olhar para frente como se nada houvesse acontecido.
Quando o sinal bateu pedi ao Peterson que me esperasse lá fora. E fui falar com a Karen e o Rafa que ainda estava guardado as coisas. – Oi Gabi. Disse Karen enquanto guardava o caderno de filosofia. – Vou precisar depois emprestado. Falei. – Claro Frocione, só passar em casa e pegar.
Rafael que não se manifestara até ali – Gabriel?! O que está acontecendo. Eu conheço essa sua cara sem graça.
- Eu acho que ele já vai nos contar. Karen colocou a mochila nas costas e segurando alças.
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Adolescência Moderna
RomanceGabriel um adolescente comum, que tem amigos comuns, estuda numa escola comum e tem uma mãe comum. É, mas na adolescência tudo pode ser uma tempestade num copo d'água ou um problema real. Nessa história do cotidiano familiar e colegial, podemos nos...