Capítulo vinte nove.

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Dois dias se passaram, sem ir pra escola sem sair do lado dele, ele vem tendo uma grande recuperação, só não acordou totalmente ainda, mas creio que falta pouco.

Lua: Você não vai pra lá hoje.- Falou quando me viu saindo.- Garota, tu sabe que dia é amanhã? 

Olhei a data em meu celular, mano do céu.

Analu: Meu aniversário.- Sorri de lado.- O dia em que eu vou ser oficialmente herdeira do morro.

Lua: Isso, eu sei que tu queria ele do teu lado mas ele vai estar, relaxa.- Piscou.

Analu: Então é pra mim ficar em casa e dormir o dia todo e esperar meu aniversário?

Lua: É, pode ser.- Olhei pra Naty.

Analu: Posso dar uma voltinha com ela? - Ela assentiu.

Como eu já estava arrumada fui até ela que só estava de fralda e peguei ela levando pro quartinho dela, coloquei apenas uma blusa que cobria seu corpo todo e um sapatinho, passei perfume e penteie o cabelo ralo dela, amarrando uns fios encima.

Analu: Tu tá gata pra caralho, vou ser uma ótima mãe.- Bati na mãozinha dela que sorriu.

Naty: Bababa.- Resmungou.

Analu: Lindíssima, falou tudinho.

Gargalhei comigo mesma e peguei ela o carrinho dela, desci as escadas com ela dentro mesmo.

Thiago: Analu, tu tem que tirar a menina do carrinho pra poder descer.

Analu: Na próxima vou lembrar.- Ele assentiu, percebi que tava meio afastada dele.- Vamos dar uns rolês.

Thiago: Olha mãe, ela lembrou de mim.- Debochou.

Analu: Acabei de esquecer, Tchau.- Corri empurrando o carrinho até a porta.

Lua: ANA LUÍSA.- Gritou da porta de casa e todo mundo olhou pra gente.

Analu: Diz colfoi.

Lua: Primeiro, ela tá ridícula com esse cabelo.- Coloquei a mão no peito ofendida.- Que roupa é essa? - Gargalhei. - E NÃO CORRE COM A DESGRAÇA DESSE CARRINHO.- Levantei as mãos em rendição. - Beijo, meu amor.

Analu: Tchau, rainha da cocada.- Mandei beijo e Thiago apareceu do meu lado.

Fomos andando pra rua principal pra pracinha, hoje era sexta feira tinha algumas crianças brincando, Thiago foi jogar com os moleques e eu me sentei no banco e coloquei o carrinho na frente colocando os pés apoiados no carrinho.

Kauã: Tu seria uma péssima mãe.- Chegou batendo na minha perna.

Analu: Vou comprar soverte, vocês querem? - Me levantei.

Kauã: Ela é uma criança Ana Luísa, tu é burra ou se faz ? - Dei os ombros. - Quero quatro de chocolates e quatro de flocos, cobertura de chocolate.

Fui até a barraquinha de soverte e peguei nossos sovertes voltando pra pracinha entregando o dele, ficamos conversando lá por um bom tempo até começar a escurecer, a Naty não podia ficar exposta ao sereno então fomos pra casa junto a Thiago.

Analu: Se liga, tava pensando em fazer uma diversão pras crias lá na quadra.- Falei quando chegamos em casa.

Thiago: Tipo o que?  Baile funk com xuxa?

Kauã gargalhou e entramos.

Analu: Idiota, tipo um pula-pula, carrinho de doces e pá.- Olhei pra sala e minha mãe e meu pai estavam la.

Nicolas: Ela quer fazer isso pra ela, vocês sabem como ela é infantil.- Assenti. - Tá pronta pra ser oficialmente a herdeira?

Analu: Faz tempo.- Falei animada.

Nicolas: Vão se arrumar, dessa vez podem demorar.- Falou sorrindo malicioso pra minha mãe.

Analu: E a Naty? - Entreguei ela pra eles.

Nicolas: Vão se arrumar.

Mandou novamente e subimos, sempre que tinha aniversário de alguém de gente importante nós ia pra uma quadra grande, no interior do Rio e como dessa vez não ia ser apenas meu aniversário iria ser minha "coroação" também, ia vários traficantes famosos e gostosos, lembrei que Victor não estaria comigo e confesso que fiquei um pouco triste, mas tudo ia se resolver uma hora.

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