Capítulo sessenta e um

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Um nó se formou na minha garganta e nada saia da minha boca, é aquela coisa, a gente acha que acontece com os outros, nunca com a gente!

-Eu vou praí.- Foi a única coisa que saiu.

Desliguei e entrei correndo em casa com o Neguinho atrás de mim, eu já deixava algumas lágrimas caírem e quando eu apareci todos olharam pra mim e pararam de falar.

Analu: Teve invasão na maré...- Foi a única coisa que saiu da minha boca e todo mundo se levantou.- Eles foram atingidos.

As lágrimas já desciam em meu rosto, era raro quando isso acontecia mas hoje tava sendo inevitável segurar as lágrimas.

Bruno: Eles tão no hospital? - Perguntou com a voz trêmula.

Neguei com a cabeça e chorei mais ainda, Victor me abraçou forte e deitei minha cabeça em seu peito, só se ouvia os choros.

Analu: Me leva lá.-Pedi e ele assentiu.

Ele segurou minha mão e subiu na moto, eu subi logo em seguida, olhei de relance e pude ver todos se dividindo em carros e motos, Victor saiu na velocidade da luz indo em direção a maré, em menos de 10 minutos chegamos.

O vapor nos parou na barreira já que quando tinha invasão ninguém podia subir pois poderia ter gente morta no chão e pá, desci e fui correndo pra casa do meus tios, cheguei lá o Jota tava abraçado com a Júlia, mas assim que me viu se soltou dela me abraçando.

Analu: Desculpa não ter vindo antes.- Agarrei ele forte e ele desabou em meus braços.

Jota: Eles mataram na minha frente.- Chorei junto a ele.- Agora eu tô sozinho.

Puxei ele pra sentar no sofá e ele deitou no meu colo enquanto eu fazia carinho no rosto dele, Victor observava tudo calado.

Analu: Tu nunca vai ficar sozinho, eu sempre vou tá aqui, tem os meninos também, ninguém vai te deixar só, sempre vamos te ajudar.

Ele assentiu e ficou deitado comigo, percebi que a Júlia ficou meia deslocada e nem liguei, aí gente por favor né!

A porta foi aberta revelando todo mundo junto, todos com o rosto vermelho até os meninos.

Ainda é difícil acreditar que eu não vou ter minha tia tentando me juntar com o Jota ou meu tio tentando colocar na minha mente que os meninos não prestam, vai ser difícil vim aqui pra escutar minha tia reclamar que a gente esqueceu dela, vai ser tudo mais difícil perder duas pessoas tão importantes, mas nós iremos tentar.

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