Capítulo quarenta e nove.

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Fiquei conversando com o Kauã, tentando tirar essas idéias erradas da minha mente até minha mãe entrar com o Thiago e a Naty, junto com uma sacola de farmácia.

Analu: Isso é mesmo necessário?  -Bufei.

Lua: Cala a boca e vai.- Falou me empurrando pro banheiro.

Fiz os procedimentos lá e pá e fiquei esperando, 5 minutos depois sorri de alegria e sai com minha cara mais debochada de todas.

Analu: Desculpa informar mamãe, mas você não nasceu pra ser médica.- Joguei os testes pra ele.

Kauã: Dois negativos e um positivo, ninguém precisa ser médico pra saber que esses testes não são confiáveis, vamos no postinho agora ou mais tarde?.- Olhei pra ele com um olhar matador.

Analu: Tudo bem, querem que eu faça a merda desse teste? Eu faço, mas parem de me perturbar, eu só quero ir comer algodão doce agora, droga.

Sai dali e fui andando mesmo em direção a quadra, senti uma presença do meu lado e sorri de lado.

Analu: Tu tá me seguindo, garoto? - Ele sorriu.

Guga: Eu estou indo comer pipoca e tu?

Analu: Fugindo dos meus problemas.- Dei os ombros.

Guga: Posso? - Perguntou quando me abraçou de lado.

Analu: Olha, não se ilude comigo, eu sou uma merda, não quero te machucar na moral mesmo.

Guga: Gata, quem não pode se iludir é você, eu sou irresistível.- Piscou.

Analu: Ata.- Chegamos na quadra e eu bati palmas ao ver o algodão doce.- Me fala sobre você.

Guga: Minha história não é muito legal pô, filho de uma puta que se envolveu com dono de algum morro aí e ficou prenha, ela me teve mas depois me deixou pra ser cuidado por minha tia.- Falou triste.

Analu:Eu te ajudo a encontrar teu coroa.- Peguei o algodão doce e entreguei um a ele.

Guga: Não, valeu. Se ele me abandonou porque vai me querer agora?

Analu:Porque talvez ele não tenha abandonado, antes de tirar qualquer decisão  precipitada, saiba os dois lados da história. Fala tu, qual o nome dela?

Guga: Munique.- Fez careta.

Analu: Vou procurar saber.

Ele assentiu e ficamos conversando, depois fui pro pula-pula e ele veio comigo, ficamos pulando enquanto as crianças reclamavam querendo entrar.

Nicolas: Ô Analu, para de ser criança.- Chegou com meus tios.

Analu: Promete que compra um desses pra mim? - Parei de pular e cruzei os braços.

Nicolas: Compro o mundo, desce daí.- Sorri e puxei o Guga.

Analu: E aí.- Fiz toque com eles.- Esse é o Guga.

Polegar: Novo namoradinho, safada? - Brincou.

Analu: Pelo amor,falando assim parece que eu tenho 13 anos.- Mandei dedo.

Nicolas:Eu já vi tu em algum lugar? - Analisou ele.

Guga: Sou o novo vapor todo morro.- Ficou olhando pro meu pai também.

Meu pai deu os ombros e me abraçou sussurrando em meu ouvido.

Nicolas: Eu sou ser vovó? ?

Analu: Você vai ser papai.- Menti.- Olha, a mãe desmaiou naquele dia e você sabe o que foi?

Nos separamos.

Nicolas: Ela não me deixou ver o resultado do exame, falou que não era nada demais.

Analu: Não tenho certeza, mas ele está mais chata que o normal então deve ser. Mas não se ilude.- Dei os ombros e peguei o algodão da criança que passou do eu lado.

-Hey, devolve meu algodão.- Fez bico.

Analu: Lindíssimo, vai pegar ali ô.- Empurrei ele.

Olhei pro meu lado e vi que Guga tava saindo na multidão.

Analu: Eu vou ali.- Sai atrás do Guga.- Fugindo de mim, mocinho?

Guga:Tava mó deslocado.- Colocou as mãos no bolso.

Analu: Aliás, tu sabe qual o nome do teu pai? - Voltei o assunto, eu tava muito curiosa.

Guga: Se eu não me engano é Nk...- Olhei pra ele assustada.

Esse era o antigo vulgo do meu pai.

Analu: Não pode ser.- Passei a mão no cabelo.- Tu tem quantos anos Gustavo?

Guga: Tenho 28.- Tombrei a cabeça pra trás.

Analu: Puta que pariu.

Sai correndo em direção ao meu pai, puxei ele pra um lugar mais afastado e coloquei a mão na cintura.

Analu: Você literalmente vai ser pai de novo.- Ele me olhou.- Tu já se pegou com uma mulher chama Munique né?

Nicolas: Sim, já faz mó cota, mas eu não trai tua mãe, sai daqui.- Levantou as mãos em sinal de rendição.

Analu: Pai, ela ficou grávida.- Ele abriu maior olhão.

Nicolas: O Guga? - Perguntou meio tendo certeza.

Analu: Ele tem 28 anos, pai. Ele é teu filho e acha que tu abandonou ele.

Nicolas: Eu nem sabia da existência dele, porra.- Cocei a cabeça.

Analu: De noite ele vai lá pra casa, jantar, pode pá? - Ele assentiu.

Abracei ele e voltei pra quadra e fui jogar futebol, meu pai tá fudido.

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