Capítulo quarenta e três.

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Respirei fundo descendo do palco, tu vai chorar por isso? Nem eu.

Neguinho: Não foi....- Veio com papinho.

Analu: Não fode.

Voltei pra pista fazendo toque com a Lay, peguei uma catuaba e me sentei numa mesa bebendo enquanto Lay dançava com o Rodrigo atrás dela, revirei os olhos e virei a garrafa.

-Ih alá, tá querendo morrer de cirrose? - Gargalhei alto.- Satisfação, sou o Gustavo, vulgo Guga.

Analu: Legal, pena que eu não tô nem aí.- Ele sorriu.

Guga: Deixa eu adivinhar, foi traída e quer distância de homens?

Analu: Foi quase, mas tu tem bola de cristal é?

Guga: No palco tu falou de talaricagem, não foi difícil. Confesso quero tive medo de vim falar com tu.- Gargalhei.

Analu: Eu sou um amor.- Ofereci a catuaba.- Se liga, cola no baile da maré hoje.

Fui pra perto da minha mãe abraçando ele por trás e meu pai se juntou a nós.

Nicolas: Liberdade vai cantar por Kauã hoje, e como boa herdeira você vai dispensar o baile do complexo da maré pra cuidar daqui.- Fiz careta.

Analu: Tenho outra opção? Eu queria ir junto né, suave.- Ele me abraçou de lado.

Nicolas:Quando ele voltar, eu e essa coroa aí vamos partir.

Analu: Me levem por favor, juro que não atrapalho nada, eu só quero ficar um pouco longe desses embustes.- Abracei eles forte.

Lua:Vamos descolar, que grude.- Se soltou e se afastou.

Nicolas: Se você prometer que fica quietinha.- Apertou meu nariz.

Analu: E eu já dei trabalho? - Cruzei os braços.

Lua: Não, magina. Você é a pessoa mais calma do mundo, nunca trancou o Kauã no quarto e falou pra mim que ele tinha fugido de casa só pra ele apanhar, você nunca foi inventar de fazer chocolate e queimou o pano jogando perto da cortina e quase queimou a casa.- Falou irônica.

Analu: Poxa mamãe.- Fiz biquinho.- Se não querem minha presença, eu posso viajar sozinha pelo menos?

Nicolas: Pra onde? Como?

Analu: Tava pensando em São Paulo, Paraísopoles, vários boys...- Sorri.

Nicolas: Nós vai pra a casa da compainha.

Lua: Eu só quero dormir mesmo.

Analu: Parece uma velha, credo. - Balancei a cabeça em sinal de negação.-Deixa eu ir.

Lua:Vai embuste, qualquer coisa te deixo lá sozinha.

Pulei e abracei ela que me empurrou, estirei língua e ela foi tirar a sandália pra me bater, gargalhei e sai correndo olhando pra trás, mas tropecei e cair nos braços de alguém.

Analu: Valeu moço, pode me soltar.-Me ajeitei e minha mãe parou com meu pai junto do meu lado.

Meus pais parece que viram um fantasma, abriram a boca e o cara sorriu.

Lua: Cobra?...- Dito isso e desmaiou.

Passei meu pensamento por todas as coisas que minha mãe havia me falado, lembrei do Pedro, o cara que antigamente tinha o vulgo de Cobra e traiu meu pai.

Nicolas: Caralho, pega o carro.-Falou nervoso.- Filho da puta.

Tio Bruno chegou com o carro e saíram em disparada, olhei pro Pedro que tinha um sorriso nos lábios e senti um enjôo e uma vontade imensa de vomitar, sai correndo dali entrando no bar, indo em direção ao banheiro, vomitei horrores ali e logo senti minha visão ficando turva e eu acho que desmaiei.

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