Capítulo cinquenta e três.

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Analu 💙

Me sentei na cadeira e fiquei encarando ele serinho.

Neguinho: Quando nós vai ser feliz? Tipo, só nós três.- É estranho incluir o pivete no futuro.

Fiquei calada olhando pra ele, realmente não sabia se iríamos ser feliz um dia.

Neguinho: Suave.- Levantou a mão em rendição.

Kauã: O mais gato chegou.- Entrou com meu pai.

Olhei pro meu pai e lembrei do que eu queria mais cedo, não tinha certeza que ele ia deixar.

Analu: Pai, se liga numa idéia.- Peguei meu celular e fui procurar a foto, achei e mostrei a ele.

Era várias flores e um triângulo. (Mídia)

Nicolas: Quer o dinheiro? - Olhei pra ele sorrindo.

Kauã: Também tô querendo descolar uma aí.

Analu: Também vou fazer uma no pescoço escrito fé.- Todo mundo riu.

A gente fala isso porque todo bandido tem uma tatuagem escrito ou blessed, só rindo. Até porquê meu pai tem uma nas costas, mas era pequena.

Fui com o Kauã e meu coroa, neguinho ficou de olho na boca, fizemos as tatuagens e foi bem suave, era a minha segunda, eu tinha todas as fases da lua no meu pescoco, em homenagem a minha mãe que tem a mesma tatuagem.

Meu pai fez uma coroa no ombro e disse que iria colocar o nome do neto, meu irmão fez um palhaço na perna e decidimos que íamos fazer uma juntos, então fizemos blessed no pescoço, foi muita zoeira.

Eles voltaram pra casa e eu fui pra casa da Lay, entrei sem bater e fui direto pro quarto dela, ela tava deitada olhando pro teto.

Analu: Oi, linda.- Dei um tapa na testa dela.

Lay: Oi amiga grávida que não me dá atenção.- Sorri.- Quando vamos viajar?

Olhei pra ela depois pro meu relógio vendo que eram 17h38, meus pais iam viajar hoje para a casa lá, eu até ia, mas desistir.

Analu: Vai dormir lá em casa hoje, preciso ir agora.- Beijei a bochecha dela e sai.

Bruno: Já vai? - Perguntou quando esbarrei nele.

Analu: Eu esqueci do jantar de hoje, aposto que todo mundo esqueceu, menos minha mãe.- Ele abriu mó olhão.

É, ninguém lembrava. Pisquei e sai de casa, fui pra uma lojinha de roupa daqui do morro, entrei lá e comecei a procurar uns trajes pra minha mãe.

Peguei um macacão preto todo bonitinho e um salto preto, pro meu pai comprei uma blusa da hollister e uma bermuda com a umas estrelas, muito foda.

Comprei umas blusinhas pra mim também e paguei, fui caminhando até em casa, já tinha duas motos estacionadas ali, provavelmente do tio polegar e Leo, só falar em comida que eles colam.

Entrei e era eles, sorri de lado e falei com ele, minha mãe também, tava toda trajada assim como meu pai.

Analu: Pra vocês aí.- Entreguei as sacolas.

Polegar: E pro tio querido? Meu aniversário tá perto.- Sorri.

Analu: Depois.

Nós ia jantar na pizzaria aqui do morro, coisa simples, mas dona Luana faz parecer uma coisa muito importante, credo.

Tomei um banho e me trajei toda, uma saia preta e um cropped preta, cordões já pendurados, relógio de ouro no braço e anéis, eu tava todo trajada, aqui na favela a gente não tem swag, nós é trajado.


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