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⬅Narradora narrando➡

Sete e meia da manhã, a claridade já batia forte no quarto da garota. O sono estava pesado...

-Anda Bia, você tem que ir! Primeiro dia de trabalho, lembra?!-Margot tentava acordar Bianca.

-Já acordei...-Falou rouca.

Se levantou lentamente, mas estava preso em sua garganta, a enorme vontade de contar o seu mais novo medo para Margot.

Tomou um banho rápido e vestiu uma roupa mais quente, ventava muito lá fora. Tomou um café rápido, o que a tempos atrás jamais tomaria, por que não era uma de cafeína, mas uma certa pessoa a viciou.

-O que aconteceu ontem?-a amiga pergunta colocando a cadeira do balcão no lugar.

Nossa pequena Bianca ficou parada, calada, e friamente confusa, pensando no que diria sem ficar completamente preenchida por aquela ansiedade imbecil, de aluna do 1° ano do ensino médio.

-Ele me tratou de uma forma, como nunca havia me tratado antes...-E por falar "ele", Margot já sabia de quem se tratava. A encarou sem entender.

-Como ele te tratou?-Peguntou arqueando uma sombracelha.

-Com amor...-Foi o que respondeu. E como sempre, depois que fala essa palavra, ela sempre engole seco, e espera o que a outra pessoa vai dizer. São míseros segundos de uma perna balançando ou uma mão fria percorrendo o cabelo.

-Vai.. você tá atrasada.-Margot já havia entendido todo aquele medo no olhar de Bianca. Sorriu e abriu a porta para a dona do apartamento sair.

Era estranho, chegar até esse dia, e desconfiar se existe amor ou não.
Era estranho para a garota, estar indo trabalhar em um novo lugar, sem saber o iria fazer direito.

Suas mãos já estavam a muito tempo sem tocar a tinta. Havia muito tempo que sua cabeça já não entrava em ação, seu coração já estava no controle a um certo tempo.

Realmente, há dois pesos e duas medidas, ela só não sabia quais eram essas duas medidas. A de um amor sincero, puro (puro com outros sentidos), de um amor prazeroso de se viver, ou de um amor pela metade, de um amor que não fala de amor, de um amor que não sabe o que é amar, e que quando sai de casa, não sabe se vai voltar, que não consegue falar na porta de casa que quer ver a pessoa amanhã, ou que o seu beijo sempre faz falta quando você acorda, até a hora que vai dormir.

É querer viver, de verdade, um amor sem contrato, com confiança, mas nada obrigado, nada sob pressão. Um amor livre, mas só entre dois. Um amor com gosto de: "isso é entre nós dois, e mais ninguém". É querer viver um amor recíproco, um amor com mãos, pés, orelhas, de corpo todo. De fios infinitos.

Não é querer viver em um conto de fadas, não é querer dar as honras em um salão, pra dançar. É querer honrar a palavra, de que na manhã seguinte, nós vamos para a padaria mais próxima de casa, e vamos comer um pão na chapa, com um suco de laranja feito na hora. Não é querer marcar às oito e chegar pontualmente. É querer marcar as oito e chegar às nove e meia, por que a garota que você fui buscar ou o garoto, estava tão irresistível que só deu pra chegar às nove e meia, por que de oito às nove, vocês só sabiam se elogiar e roubar uns beijos.

É querer a liberdade, é querer voar sem se arrepender depois, é querer que alguém fale pra você ficar, mesmo você não podendo, e ela vai te compreender.

É querer algo além de palavras, além de promessas.

O ônibus deu uma freada brusca e Bianca desceu já de frente para a nova empresa.

Passou pela porta mediana de vidro e subiu para o andar onde iria trabalhar.

-Bom dia senhorita Bianca! A senhora Cimonyk lhe aguarda.-Dizia formalmente a mesma secretária que lhe cumprimentara um dia atrás.

Bianca assentiu e espantou todos os seus pensamentos que havia tido no ônibus até lá. Entrou na sala que exalava um cheiro maravilhoso de morango e viu a figura da sua nova chefe.

-Você veio com uma cara um pouquinho melhor dessa vez...-Falou a mulher, parecendo simpática.

-É o meu primeiro dia de trabalho, então, achei melhor vestir essa cara simpática.-Falou. talvez possa ter parecido um pouco grosseria, mas não foi. Era a verdade. Cimonyk riu e assentiu.

-Sincera e direta!-Disse. Mas na cabeça de Bianca passava algo como: " "Direta"... Acho que era isso que eu realmente queria ter sido, em tempos atrás, mas quando eu realmente fui, não obtive uma resposta rápido! Oh céus!".

Cimonyk abriu a porta e pediu que a seguisse.

Ambas entraram em uma sala com mais duas pessoas trabalhando em um computador. Um homem e uma garota, que se sua mãe não tivesse ensinado, que não se deve tirar conclusões precipitadas, diria que ela parecia bem esquisitona, nada assustador, apenas bem esquisita. E o garoto, bom, já digo eu, antes dela, que ele é realmente bem apresentável, mas que pra mim, que olho por fora da história, bem, diria: "meninos bonzinhos, que brincam de carrinho, não escondem boas histórias, nem mesmo por trás de um sorriso extremamente sexy. Meninos bonzinhos, que brincam de carrinho, não escondem por muito tempo boas atitudes..." Fiquem com a charada mais idiota que pude criar, e a mais fácil de todas.

➡ Bianca narrando⬅

Meu novo ambiente de trabalho, não era só meu, tinham mais duas pessoas. Andrey, e Talya, a qual eu sabia que nunca falaria comigo, palavras de Cimonyk.

Me sentei em uma cadeira giratória e o que me separava dos outros dois, era uma pequena parese envolta do meu computador. E ali seriam feitos meus desenhos para a empresa. Me dedicaria a desenhos de tortas e pessoas felizes em come-las.

-Boa sorte Bianca! Estarei na minha sala para qualquer dúvida. -Sorriu a mulher. -Ah! Vocês dois, ajudem ela também!-Mandou e saiu.

Comecei a trabalhar e apenas o Andrey assentiu.

⬅ Narradora narrando➡

Mais uma charada! "Meninas caladas guardam coisas coisas que mais ninguém guarda. Meninas que usam seus ouvidos, ao invés da boca, vivem muito mais!"

Charada idiota! Ok! Eu sei!

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Eu narrei o de agora, e vou narrar o de daqui a pouco. Que vai ser o capítulo "fofo" (revirada de olho).
Tá feliz agora, ô criatura! thetorya

"Downtown" ♤Min Yoongi♤ (CONCLUÍDA!)Onde histórias criam vida. Descubra agora