Estava desnorteada e tonta. Teve a impressão de tudo girando quando abriu seus olhos, encarando a escuridão de seus aposentos.
Ela olhava para o teto mas via um mar de areia. Henna vira seu rosto, olhando para o fogo da vela, todavia, sua visão foca na luminosidade e ela vê o sol tão forte que seus olhos ardem. Ela os fecha, levando sua mão até eles, coçando. É quando ela tem a impressão de estar caída, de bruços sob os as patas de um lobo. Ela sente algo cheirando seu pescoço e assusta-se.
Henna levanta-se um tanto apavorada e com falta de ar, sentindo-se exposta e completamente indefesa.
— Henna! — Ela escuta uma voz ao fundo, todavia ignora. Ela leva a mão a sua cabeça sentido-a doer. É como se fosse torrada ao sol. — Henna!
— Hã?! — Ela apenas desperta-se com o toque de Rômulo em seu ombro. Só então ela sente o frio da madrugada. A mudança de calor e frio é tão repentina que Henna sente-se tonta e volta a deitar-se.
— Pela deusa, Henna! — Rômulo estava perdido. Não havia saído do lado de sua amada desde seu desmaio a um dia e meio. A alcatéia estava preocupada. O próprio Alpha havia vindo vê-la, mas ela estava completamente inconsciente.
— E-Estou bem… — O macho a encara e levanta uma sobrancelha. Henna geme com a dor de cabeça.
— Certo! E eu estou grávido! — A loba olha para ele.
Como grávido?
Rômulo, analítico, pousa sua mão sobre seu rosto. Henna fecha os olhos e permite-se sentir o contato com a pele de seu amado. Porém, como lhycan, o macho é fisicamente quente. O calor logo incomoda a fêmea.
— Á-Água…
Um suspiro sai de seus lábios e o lhycan levanta-se, servindo uma taça de água e levando até sua amada. Henna bebe o líquido com preça, sentindo um certo alívio. Logo ela entrega a taça vazia a seu amado e deita-se na cama.
O lhycan pousa a mão sob sua cintura e pergunta o que aconteceu.
— Não sei… — Henna realmente não sabia o que estava acontecendo. Ela apenas sentia. — Estava com insônia, dor. Ah! Parecia um inferno!
Henna encolhe-se.
— Companheira… — Ele está preocupado com seu estado. Ele sabia que era algo espiritual. Toda alcatéia sabia e mantinham em sigilo.
Rômulo fecha os olhos ao ouvir passos atrás da porta. Ele nada faz quando ela é aberta dando acesso para o lhycan entrar sem nem ao menos bater, afinal, é seu Alpha. O que ele poderia fazer? Repreender? Talvez atacar?
Machos licantrópicos tendem a ser agressivos quando sua fêmea encontra-se vulnerável, ferida ou doente. Mas ser agressivo com, não apenas um lobisomem mais forte, mas também o de maior autoridade na alcatéia não é uma boa idéia. Rômulo seria facilmente derrotado pela fera em forma humana que encara sua fêmea.
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Fêmea Impura - Honra
WerewolfO mundo é cruel. Enquanto há seres que vivem e bebem em alegria, há aqueles que sofrem em desamparo. Cada povo tem sua própria tradição. Alimentam-se de carne humana e repudiam a espécie opressora que a humanidade é. Mas todos tem uma mesma fraqueza...