O mundo é cruel. Enquanto há seres que vivem e bebem em alegria, há aqueles que sofrem em desamparo.
Cada povo tem sua própria tradição. Alimentam-se de carne humana e repudiam a espécie opressora que a humanidade é. Mas todos tem uma mesma fraqueza...
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A noite estava chuvosa e meio fria. A lua que evoluía no céu não aparecia e o frio parecia ficar cada vez mais intenso. Mas isso não impedia que filhotes de lobisomem aproveitassem a chuva e brincassem em sua forma de lobo na praia extremamente próxima a aldeia.
Seus pais apenas observam em um canto seco, garantindo a proteção de seus filhos.
A noite era triste, mas apenas Arya notava a tristeza. Ela não havia percebido, mas seu corpo estava mais sensível que o normal. O tempo estava levemente chuvoso e frio, mas Arya estava com muito mais frio. Estava em uma pedra, encolhida sobre todo tipo de pele e tecido que o Supremo havia deixado.
Para ela, parecia que logo nevaria.
Mas em seu coração realmente estava nevado. Seus olhos encaravam o… nada enquanto sua mente perdia-se nas palavras de seu predestinado companheiro.
O fato de que ela é um Ômega, mais do que nunca está a afetando. Mais do que nunca ela odeia a si mesma. Tamanha é seu ódio do que é, que Arya encontra-se profundamente perdida em sua própria solidão ao ponto de não conseguir mais raciocinar o motivo pelo qual deveria lutar.
Sua lágrimas secaram, mas seus olhos ainda continua vermelhos. Seu olhar não encontra-se nenhuma emoção além de dor e angústia. Seu olhar é tão concentrado no nada que nem chega a notar o tempo passar.
Ela questionava-se se nunca seria o suficiente para um homem, apenas por ser metade loba. Nascida uma Ômega.
Ela lutou contra tudo e todos, preservou sua virgindade com a esperança de que algum homem visse nela mais do que uma Ômega. Ela nunca criou expectativas com seu predestinado companheiro mas acreditava que alguem a olharia diferente. Ela não queria poder. Só queria um macho que a amasse.
E por que não ser seu predestinado companheiro? Ele não a havia rejeitado. Importou-se com a opinião dela e a escutou. Por que o macho que a olharia de forma diferente não ser seu predestinado companheiro? Mesmo que fosse extremamente frágil seu laço com a alma dele, ela não deixa de ter laços de alma com ele.
Mesmo que negasse, ela chegou a acreditar que o fato de ela ser sua predestinada companheira deixaria seu companheiro observador ao ponto de ver nela mais do que uma Ômega. De ver nela, uma fêmea que só quer um amor que cuide de si, não importando-se com status ou poder.
O Supremo a observava, mas não a considerava como companheira.
Mesmo que fosse um Ômega macho ou um rejeitado lhycan solitária, desde que ame-a por quem ela é, ela seria feliz. Ela só queria ser amada e compreendida por apenas uma pessoa no mundo.
Mas agora questiona-se se ela é tão insignificantes ao ponto de não ser digna ser amada por um homem de sua espécie. Talvez seja tão inferior ao ponto de ninguém querê-la como companheira. Ele tem outra.
