C A P Í T U L O 05

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     A Lua de Sangue estava próxima

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     A Lua de Sangue estava próxima. Os efeitos eram cada vez mais sentidos. Arya, em meio a vegetação, era também afetada. Sentia-se cada vez mais fraca e incapacitada. Estava carente e sonhava com um companheiro.

     Pela primeira vez em anos, ela tinha esperança…

     Seus sonhos eram frequentes de um macho de pele bronzeada, alto e forte. Ela sonhava com seus olhos claros. Um azul tão claro que quase chegava a um branco. No entanto, a íris era contornada por um azul, não tão intenso quanto no meio, todavia, notável.

     Ela sentia-se protegida com esses sonhos. Sentia que nada é capaz de afetá-la. Ela não lembra-se de suas feições, mas lembra-se perfeitamente dos robustos e musculosos braços morenos a rodeando. Ela lembra-se de seus olhos e da forma como a olha. Ele não sentia apenas desejo carnal, era amor. Puro amor. Arya sentia-se de forma tão intensamente amada ao ponto de ter certeza que ele faria tudo por ela. Até mesmo dar a vida por ela.

     Sua mãe falava para suas irmãs que quando o momento de encontrar o companheiro está próximo, os lhupus tendem a sonhar com seus predestinados. Arya só tinha medo de estar sonhando com uma ilusão ou um provável futuro.

      Mas esperava que fosse seu futuro e aos poucos estava tendo esperanças disto, ao mesmo tempo que assusta-se.

     A Lua de Sangue está próxima. Arya não sabe quando, mas sabe que terá que tomar precauções. Antes ela era presa e escondida pelas fêmeas que acasalariam, garantindo assim que nenhum macho chegasse até ela. Mas e agora? Está no meio da floresta, em uma terra sem alcatéia, mas próximo a um território de lobisomens.

     Precisa se esconder em um lugar onde não será encontrada, porém não sabe onde. Em sua forma de uma poderosa loba, ela caminha sem uma orientação clara para onde seu olfato e audição acusam não haver lobisomens. Arya aprendeu que há lugares onde existem poucas alcatéias, porém, há lugares onde está infestado. Ela está em um desses lugares…

      Da forma mais rigorosa, Arya aprende que, quanto mais atrativa é a vegetação saudável, a caça em abundância e belas correntezas de água, lagos e cachoeira, são onde mais encontram-se alcatéias. Independente da vegetação intensa ou rasa, o conforto que a natureza trás, a atrai.

     Por isso ela segue a direção oposta a onde realmente deseja ir, pisando com cuidado procurando não deixar pegadas, embora saiba que caçadores a buscam. Isto deixa o Supremo, que vem a tempos observando seus passos, inquieto.

     A Ômega não vai mais até ele…

     Ela se aproxima de um mundo, onde a comida é escassa… tal como a água e a vida. Ele fica cada vez mais inquieto. Ainda surpreende-se por escapar e sobreviver em meio às alcatéias, deixando todas furiosas com ela. Mas agora pergunta-se como ela sobreviverá a isso?

Fêmea Impura - HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora