O mundo é cruel. Enquanto há seres que vivem e bebem em alegria, há aqueles que sofrem em desamparo.
Cada povo tem sua própria tradição. Alimentam-se de carne humana e repudiam a espécie opressora que a humanidade é. Mas todos tem uma mesma fraqueza...
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Um arrepio gostoso…
É molhado…
Frio…
Ela sente vontade de ronronar…
Isso é gostoso…
Henna abre os olhos…
A primeira coisa que a lhycan vê é a porta da varanda aberta embora a cortina esteja fechada. Ela sente cheiro de tulipas — sua flor preferida — e fecha os olhos no exato momento em que escuta o som de um beijo estalado e molhado na curva de seu pescoço.
— Bom dia, minha, vida. — Ela sorri ao escutar a serena voz de Rômulo seguida de novos beijos estalados na região de seu pescoço, ombro e braço.
Henna sente-se extremamente protegida e confortável com suas carícias. Uma sensação boa de saber que seu companheiro, seja o que for — até mesmo o homem mais cruel que já existe — é incapaz de machucá-la pois simples a ama mais que tudo.
Não importa quem ele seja. Não importa o que faça. Não importa sua crueldade, desde que ame, respeite e valorize. Assim que sua espécie é.
— Bom dia… — Responde ao tentar espantar a preguiça, esticando-se sem importar-se com a presença de Rômulo em suas costas.
Esticar requer mostrar os pontos fracos de seu corpo. Não é algo sério para as lhycans desde que seja na presença de outras mulheres conhecidas. Mas fazer isso na presença de um homem requer bastante confiança, ainda mais se a lhycan estiver grávida.
Henna sente sua mão firme segurar-lá na altura de sua costela sobre o fino tecido de vestes. Um sorriso surge com seu toque em uma região tão vulnerável que, se Rômulo desejasse, poderia facilmente rasgar a carne enquanto quebra facilmente os ossos do local. Algo fatal.
Ela deveria temer, mas sabe que seu amado não irá fazer nada apesar de ela ter praticamente estourado seu ouvidos.
Mesmo tendo tal conhecimento, é natural qualquer toque em uma região vulnerável e sensível não passar despercebido. O toque firme de Rômulo não é despercebido por Henna, assim como seu propósito.
Ele é um dos lobisomens mais forte que existem ao ponto de ser um Supremo Bhetta. Quando encontraram-se Henna não era ninguém além de uma foragida. Agora ela está na cama de Rômulo, carregando um filhote dele. Mas isso não muda o fato do que ele é. Ele pode desmembrá-la com sua força e só não faz tal violência por Henna ser unicamente a mulher dele.
A possessividade de seu toque firme a faz saber disso. Ela e o filhote em sua barriga pertencemos a ele que matará qualquer um que opor-se a isso.
— Estou com fome. — Henna rorona o que acredita ser o mais importante para ela, no momento.
Completamente manhosa, ela vira-se para seu companheiro com um bico no rosto, querendo que ele alimente-a.
