C A P Í T U L O 98

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     Ela escuta o som das árvores

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     Ela escuta o som das árvores. A sensação da floresta. A essência da vida. Cada mínimo calor no frio de inverno, onde uma das florestas mais perigosas de Hyfhyttus torna-se letal.

      O frio é sentido em mais intensidade pelas mulheres. A Lua de Sangue foi a alguns dias e, agora, Nhycall anseia pela sua segunda gravidez.

     Mas está tranquila na sacada do palácio. Sua aura é como as auroras boreais dançando no céu negro sem qualquer estrela. Abaixo, neve é carregada pelo vento e torna-se negra assim que atinge o solo mesmo permanecendo branca na copa das árvores. Lagos estão congelados e a única água fresca é de fontes termais que param de borbulhar devido ao frio.

     Nhycall sente seus pelos eriçarem. Sente uma tempestade próxima, extremamente convidativa para uma hibernação. Passará um mês dormindo junto de seus filhotes e deixando seu amado companheiro sem a visão de seus belos olhos ou o som de sua voz. 

     Em seu povo, a violência é comum entre os homens. São agressivos e perigosos, contudo, são pacientes e calmos com suas mulheres. Sem elas, ficarão ainda mais hostis e perigosos. O frio os fazem ter sede sangue e, com isso, a floresta inteira esconde-se de seu maior predador.

     Mas Nhycall ainda não dormiu. Ela sente a natureza a sua volta como uma âncora espiritual. Ela gosta dessa sensação calma que permite-a ficar mais acostumada com suas habilidades cada vez mais aprimorada.

     E Drogo gosta de observá-la. O contraste da mulher com as belas paisagens da natureza é algo agradável ao seu frio olhar. Mesmo a noite, com neve, as árvores ainda iluminam-se. A raiz brilha por baixo da neve negra. A água toma uma coloração fosca e as plantas invernais abrem-se num azul plumado.

— Entre. — Ordena.

     A Ômega abre os olhos e sorri antes de encará-lo. Drogo carrega em seus braços, seu filho que demonstra estar sonolento. E mesmo com uma criança nos braços, não deixa de exalar poder e dominância. Sempre será autoritário.

     Mas ela consegue enxergar através da frieza de seu olhar. Nhycall acasalou, tem grandes chances de estar grávida e permanece exposta a friagem de inverno. Drogo não importa-se se terá ou não mais filhotes, contudo, age na possibilidade dela estar entrando em uma grávidez e, como pai, não deseja colocar em risco seus filhotes.

     Está cuidando dela, como sempre fez.

     Nhycall enxerga isso através de sua ordem e não mostra interesse em contradizê-lo. Ela caminha até ele e acolhe-se em seus músculos. Ela acaricia seu filho e permite ser orientada até a cama, onde recebe o filhote no colo. O pequeno Titã resmunga e leva suas mãos até o seio de sua mãe, ansiando pelo leite ao qual recebe com gosto.

     Drogo logo alinha suas filhas junto da mulher e cobre todos com grossos tecidos quentes. O sono ameaça consumi-la ainda mais ao amamentar seu filho. Ela boceja.

Fêmea Impura - HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora