Meia boca

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Já faz algum tempo que tenho medo de conhecer pessoas, me apegar por bons meses e depois chorar pela ausência.
Porque infelizmente essas relações "meia boca" vem com todo um plano. Primeiros dias você se sente especial como nunca havia se sentido antes e começa a lembrar da aua última relação, que em partes, são parecidas.
Você se doa, você se rende, se entrega, seja qual for esta relação, amizade ou namoro, mas infelizmente chega uma hora em que tudo desmorona e a maioria das vezes não houveram motivos, talvez, houveram poucos. O pior de tudo é ter que inventar um próprio final, pessoas assim não saem de vez da sua vida, elas vão segunda e voltam quarta pra te dizer algo que vai fazer você insistir nelas. Elas vão sumir mais uns quatros dias e voltar e repetir este ciclo até acabar sua saúde mental, aí sim, elas vão embora.
Cansei de me relacionar, ultimamente não espero mensagens de ninguém e isto está sendo uma ótima escolha, por vezes, é preciso ficar só e desfrutar da sua própria companhia, por mais que ela seja embaraçosa, complicada e despedaçada.
Você é a única pessoa que nunca vai te abandonar, não porque queira, mas porque não tem outro jeito.
Por ora, choro sentindo falta de alguém que nunca conheci, alguém que faça-me bem e cure todas minhas feridas, alguém que conheça a dor tão intensamente quanto conheço, por outrora agradeço por ela não existir/ter aparecido, "já pensou fazer alguém de âncora novamente?".
Quanto a responder mensagens novas, é um embargo na garganta, um descaso e falta de ânimo incrivelmente assustador que existe, não às respondo. Justamente, nessas ocasiões minhas redes sociais parece haver mais pessoas do que nunca, várias. Ignora-las me dói e me ajuda ao mesmo tempo.
Não sei se existe algum problema em mim, constante, se estou mais exigente ou só estou grande o bastante pra não alimentar meios termos.

G. Lima
(20 de Julho de 2018)

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