venho pensado incansavelmente sobre tudo e sobre o nada.
a forma sobre como as pessoas deixam marcas negativas em nossas vidas, atrapalha o campo de visão, embaça, te deixa miope para enxergar o campo bom, que apesar de ser bem pequeno, bem desajeitado e incomum, existe. e era lá onde você costumava ser você.
mas, você retrocede. porque retroceder parece ser mais fácil, e na sua mente mais fraco (embora não seja). retroceder é um ato de coragem, de bravura, de vestir todas as armarduras e voltar para ajeitar e destruir todo o terreno de ruínas que fizeram sem permissão, sem que você deixasse.
talvez você se perca no meio, final, ou dentro do terreno, por tanto entrar dentro de você, talvez seja dificil de sair e poder se desfazer dos cadeados dos seus pés e subir em um monte, avistar de longe, com a visão embaçada, as coisas que realmente importam. que há pessoas que te amam, que seu gatinho vai sentir sua falta, que seus irmãos vão sentir saudade e que um buraco enorme os tomará, toda vez que perguntarem por você.
entrar dentro de sí mesmo é de fato, uma desgraça sem fim. você não sabe sequer como voltar, como tirar toda a bagunça, como pensar, e faz uma caverna, com as marcas que mais te doem e se esconde embaixo, não quer mais sair. e, com certeza, isso leva tempo, talvez você leve meses na caverna e volte para ela novamente, novamente e novamente. talvez você nunca a destrua por completo, talvez você terá que voltar e pedir forças para destruir todo esse lado.
as marcas podem ir embora um dia. talvez, elas fiquem pra sempre e você terá que aprender a voltar a enxergar, a colocar uma lente mais forte, e construir o campo, que por mais pequeno que se pareça, é tão grande quanto sua alma.
de todos esses "talvez", tenha uma certeza: você é incrivelmente forte.
VOCÊ ESTÁ LENDO
LIMÍTROFE: para você que sente demais.
Não Ficção"Poesia não é a chuva, é o barulho da chuva." Isso não é um diário. neste livro, relato vários textos não fictícios, sentidos por mim ou por maior parte das pessoas, além de poemas e poesias. Alguns tive o imenso prazer/desprazer de viver. talvez...
