dificilmente fui de demonstrar fraquezas e contar meus problemas para as pessoas, porque gostava de ser forte ou pelo menos parecer. mas havia dias que não eram assim, que diferentemente dos outros só queria um peito, um colo, um abraço, um lugar pra encostar minha cabeça e desabar (mesmo que não ouvisse as palavras aconchegantes, mas ainda assim me sentiria bem). chorar até lavar a alma. contar simplismente tudo que machucava e já machucou, o porquê de toda a confusão pertubante em mim, mas como milhares de outros dias, não havia ninguém além de mim e do meu vazio.
doeu demais. queria está com companhia pra me ajudar mesmo sem dizer uma sequer palavra, só precisava de presença humana junto a mim.
dói perceber sua solidão lhe asfixiando, sem ter forçar de lutar a fim de não ter noites solitárias e acontecer novamente, igual as noites em que dormia sobre o travesseiro, como se esse fosse gente me consolodando, era doloroso (mas as vezes funcionava).
saber que está só acaba machucando mais, porque não sou do tipo de pessoa cega, que fica sem perceber as dores vizinhas, observo simplismente tudo e jamais deixo alguém em um dia nublado, estava tendo um de vários outros e sabia o quanto machucava.
queria apenas um alguém que oferecesse um guarda-chuva em um dia chuvoso, que me reforçasse a idéia da precisão de passar por momentos dificéis, mesmo já sabendo a explicação. porque queria alguém para me perguntar se estava tudo bem, se precisava de ajuda. esperando durante todo o dia uma mensagem amiga.
por isso me torno uma criatura mentirosa, sem contar a verdade dos sentimentos que sinto, no final ninguém se importa como desejo. eram todos de plásticos e uma hora ou outra acabaria me tornando também.(10 de Outubro de 2017)
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LIMÍTROFE: para você que sente demais.
No Ficción"Poesia não é a chuva, é o barulho da chuva." Isso não é um diário. neste livro, relato vários textos não fictícios, sentidos por mim ou por maior parte das pessoas, além de poemas e poesias. Alguns tive o imenso prazer/desprazer de viver. talvez...