os julgamentos internos

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sinto que não venho sendo nem melhor e nem amigo, porque me afastei a tal ponto de esquecer quem são meus melhores e amigos.
embora, deveras, nunca existiram, como pensava. mas ao caminhar nú, por pontas de facas para erguer varais com objetivo de estender roupas que nunca foram minhas.
percebi que talvez dissesse e fizesse coisas que queria ouvir e receber. talvez? não, certeza. pois sempre houveram partes em mim inteiras sendo doadas em troca de coisas estraçalhadas, para só agora, então, perceber que não há nada mais de bom, nem ao menos de melhor dentro de mim.
passei a ser egoísta por não ser mais o mesmo, por não ter mais o mesmo, por não doar o mesmo, por não aceitar mais o mesmo. por tanto não aceitar, acabei me aceitando, por acabar me aceitando, acabei perdendo amigos e melhores, que nunca foram melhores e amigos.
mas ao final das contas, sou bruscamente arrastado aos pensamentos autodestrutivos, ao tribunal onde sou eu quem sou julgado e o mesmo quem sou o juíz, me autodeclarando culpado por me manter em primeiro lugar, me autodeclarando culpado por não ser mais o mesmo, por não está tão perto. me autodeclarando culpado por uma culpa que não é minha. como se Deus punisse Abel por ser morto por Caim. culpo-me incessantemente por não conseguir ser outrossim.
sinto que não venho sendo, nem melhor e nem amigo...

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