quando você vinha, seu olhar era triste, como das outras vezes que havia vindo.
lembro-me da vez que mal acreditei no que fiz, tentando tocar sua boca, trazendo-o pra mim a perguntar o que estava acontecendo. seu olhar ainda era triste mas querendo me falar que nas relações conteporâneas não se permitiam tais coisas.
por diversas vezes quis tocar no seu coração e não em outros lugares. por diversas vezes quis te perguntar o motivo por qual fumava tanto. qual a circunstância te fazia triste, embora fosse uma criança sorridente comigo.
quando você tira minha roupa é algo novo, e, será que é algo novo pra você também? ainda não me acostumei a idéia de que somos dois pontos vazios a se despir para preencher espaços completamente quebrados por outras pessoas.
é inevitável não querer te puxar, te trazer até a mim, encostar seu rosto no meu e olhar seus olhos cor de mel, querer te falar que posso ser mais que isto e me assegurar nos caracóis de seus cabelos, mas sou bruscamente arrastada nas regras que colocamos, e somos só isso. dois pontos vazios.
VOCÊ ESTÁ LENDO
LIMÍTROFE: para você que sente demais.
Não Ficção"Poesia não é a chuva, é o barulho da chuva." Isso não é um diário. neste livro, relato vários textos não fictícios, sentidos por mim ou por maior parte das pessoas, além de poemas e poesias. Alguns tive o imenso prazer/desprazer de viver. talvez...