The News

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Paralisei sem reação, eu simplesmente não tinha palavras. Eu sentia como se... se eu estivesse sendo vítima de alguma pegadinha, porém sem câmeras e sem plateia. Só eu e a vida. Minha boca se abria e fechava num "O" enquanto eu tentava formular alguma frase que fizesse sentido naquele momento.

- Ahn... eu... desde quando? - Perguntei finalmente tentando segurar o choro na garganta.

- Aproximadamente um mês. - Concordei ainda sem reação.

Agradecemos ao médico e fomos embora. Minha mente estava a mil enquanto eu tentava processar que tinha uma pessoa crescendo no meu ventre. No carro dava a impressão de que podia-se ouvir meus pensamentos de tão altos que estavam. Eu mordia nervosamente a almofada do meu dedão enquanto Kim me lançava olhares de vez em quando. Meu celular tocou e vi que era Chris, mas não hesitei em desligar.

- Ham... você vai contar a ele? - Kim perguntou mas eu não tinha certeza sobre quem ela falava.

- Não. Na verdade, eu não vou contar a ninguém.

- Emma...

- Kim! Por favor, agora não! Eu só... eu preciso pensar.

Respondi mais ríspida que o esperado. Mas ela não pareceu ofendida, então dirigiu em silêncio até chegar na minha casa. As palavras do médico ecoavam na minha mente como um grava disco em modo repetir. "Parabéns Emma. Você está grávida."

Joguei minha bolsa no sofá e os resultados do exame em cima da mesa tentando definir o que eu sentia. Kim estava na cozinha e voltou com um copo de suco sentando-se a minha frente.

- Você sabe que ele precisa saber. Eles precisam.

A encarei em silêncio, ela estava certa e quanto a isso não tinha discussão. Mas eu não queria que ele entendesse que por conta de uma gravidez eu daria a ele perdão tão cedo. Balancei a cabeça suspirando.

- Eu sei, você tem razão. Eles precisam saber. Mas eu preciso descansar.

Saí em direção ao meu quarto, tomando um banho relaxante e longo para poder assimilar o fato de que daquele momento em diante eu sempre carregaria uma parte de Zabdiel comigo.

...

Eu estava dentro do meu carro em frente ao restaurante me perguntando se era realmente uma boa ideia ter aquele almoço e discutir sobre um futuro que agora não era apenas meu. Respirei fundo e passei um pouco de base apenas para disfarçar as olheiras da noite mal dormida, era meu dia de folga hoje e eu rezei para não encontrar nenhum dos meninos, já que era um dos restaurantes que eles mais frequentavam. Saí do carro e entrei no restaurante esperando que tudo desse certo.

- Emma Jacobs, certo? - Uma moça que aparentava ter uns 30 anos se aproximou de mim, assenti em concordância. - O senhor William Eggleston está a sua espera. - Ela saiu andando com seu tablet en mãos e eu a acompanhei até a mesa.

- Muito obrigado, Camille. - O tal fotógrafo agradeceu a moça e logo em seguida olhou para mim. - Emma! É um prazer conhecê-lá finalmente.

- O prazer é todo meu. - Dei um pequeno sorriso o cumprimentando com a mão e me sentei.

O senhor William Eggleston era na verdade um dos fotógrafos mais nomeados de Londres, apesar de ser americano. Um dos museus mais atrativos da cidade de Londres, National Portrait Gallery, já havia feito uma exposição com suas fotografias, eu me lembro que fiquei maravilhada vendo as fotos na Internet.

- Então, como conversamos ontem por telefone, eu tenho essa proposta para você. - Ele me deu um envelope. - Nesses papéis está tudo o que você precisa saber.

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