Lost In Love

The Date Night

*Zabdiel*

Um mês e meio se passou e minha amizade com a Emma só crescia cada vez mais. Ela era uma garota legal, sabia se divertir, conseguia ser engraçada até contando piadas sem graças, eu e os meninos gostávamos dela, menos o Chris, ele fazia questão de mudar de assunto sempre que tocávamos no nome dela, eu não sei ao certo o que houve entre os dois, mas eles evitavam ao máximo trocarem qualquer tipo de palavra.

Nesse tempo que passou conseguimos sair juntos pela primeira vez, era quase um sacrifício conseguirmos porque alguns dos garotos sempre ouvia e acabava virando um passeio com todo mundo, não que eu não gostasse da presença deles ali, longe disso, era só que, eu queria um momento só com ela.

A primeira vez que saímos apenas nós dois, eu levei ela numa pizzaria, lembro que ela ficou envergonhada pelo fato de ter comido quatro pedaços de pizza de frango, era fofo a forma como ela estava vermelha e se desculpando por aquilo. Lembro que ela disse "Eu não costumo comer tanto assim na frente de alguém, só  que essa pizza é muito gostosa", eu ri da timidez dela e acompanhei comendo até mais que ela. Foi uma noite divertida, era apenas nós dois.

Quando a levei de volta para casa, lembrei do dia no parque, eu queria beijar ela, mas ao mesmo tempo eu não queria apressar as coisas e não sabia qual seria a reação dela após o beijo, a última coisa que eu queria era deixar um clima estranho entre nós dois, gostava muito dela pra deixar isso acontecer.

Andávamos lado a lado, trocando poucas palavras mas não de um jeito ruim, era bom, como se estivéssemos apenas aproveitando a companhia um do outro, até que chegamos ao prédio onde ela morava. Me encostei num poste de luz que tinha ali observando-a parar apenas alguns centímetros a minha frente.

- Obrigada pela noite...

Pisquei em resposta e ela sorriu tímida.

- Você não quer entrar?

Fiquei surpreso ao receber o convite já que era a primeira vez que ela fazia isso, e mesmo que meu corpo pedisse, ou implorasse, para aceitar, eu não podia.

- Não vai dar. - Fiz uma careta de decepção. - Eu preciso acordar cedo, e tá meio tarde.

- Sem problemas.

Ficamos nos olhando, era quase uma tortura para mim fazer aquilo e não poder beijá-la. Mas para minha surpresa, ou desespero, ela se aproximou mais ainda. Paralisei ao perceber que eu podia sentir sua respiração junto a minha. Um segundo depois suas mãos estavam na minha nuca e pude sentir seus lábios macios contra os meus. Demorei um pouco até processar a ideia de que ela mesma tinha tomado a iniciativa de me beijar. Envolvi minhas mãos em sua cintura, apertando firme o suficiente para ela querer chegar mais perto, uma pena não ser possível. Agora seus braços envolviam meu pescoço num abraço carinhoso e convidativo. Nosso beijo antes calmo e lento agora estava acelerando, junto com os meus batimentos cardíacos. Até que a falta de fôlego nos obrigou a parar, e apesar de ter tentado continuar, ela me impediu e me empurrou de leve rindo da minha insistência mas não exatamente se afastando de mim. Mantive minhas mãos em sua cintura, era ótimo a sensação de tê-la ali.

- Eu preciso ir, e você também. Boa noite, Zabdi.

Pelo menos eu estava mais seguro quanto a beijá-la. Mas eu não podia ter esperado esse tempo todo para um beijo, a puxei de novo para mim e comecei a beijar seus lábios novamente. Com a mesma vontade de antes, e vê-la retribuindo da mesma forma só me dava mais vontade ainda de continuar.

- Zab, eu falei sério. - Ela falou entre o intervalo de selinhos e eu a soltei de leve e ela mordeu os lábios.

- Boa noite, Emma.

Ela me lançou um sorriso antes de virar as costas e entrar no prédio. Fiquei por alguns instantes ali ainda antes de ir embora ainda sentindo sua boca e o seu beijo.

...

*Emma*

Depois de várias tentativas de sairmos juntos, finalmente havíamos conseguido. Ainda era como um encontro, mas eu gostava de pensar que fôssemos só dois bons amigos saindo para comer, era como se diminuísse o medo de entrar em uma relação. Mas quando eu estava com Zabdiel eu sentia que nada podia dar errado.

A noite na pizzaria tinha sido ótima. Foi ali que percebi e assumi para mim mesma que eu nutria sentimentos por ele, não que eu estivesse loucamente apaixonada, mas estar em sua companhia era bom. Sempre depois que saíamos ele me deixava em casa, dessa vez não tinha sido diferente. Depois de tantas risadas na pizzaria, não falamos muito no caminho, mas não era um silêncio constrangedor.

Chegamos ao prédio onde moro e ele encostou num poste de luz e ficamos nos encarando. Até eu ficar sem graça e agradecer pela noite, como resposta ele piscou para mim. Eu precisava beijá-lo.  Quase sem perceber fui me aproximando, era ótimo a sensação de beijá-lo, me senti eletrizada pelo seu toque, suas mãos passeavam por minhas costas me apertando mais ainda contra sua cintura, e quando dei por mim já estava sem fôlego e me afastei dele carinhosamente. Tínhamos que nos despedir, mas ele me puxou de novo para outro beijo.

Depois de finalizar o beijo e me despedir eu entrei. Fechei a porta do apartamento e percebi que estava trêmula, só ali percebi o efeito que ele tinha sobre mim.