Provocations

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Saí o mais rápido possível de lá, mas para o meu azar, não fui rápida o suficiente para Christopher me deixar em paz. Ao notar que ele estava me seguindo, parei no meio do caminho e virei de frente para ele que me encarava.

- O que foi agora? Vai ficar me seguindo? - Perguntei com o resto de paciência que ainda me restava.

- Eu só estou tentando entender. Primeiro, você fica comigo...

- Opa, opa, opa. - O interrompi. - Quem ficou me encarando e foi até mim naquela noite, foi você.

- Primeiro você fica comigo e agora com o Joel. - Chris continuava falando ignorando completamente o que eu tinha acabado de dizer. - Ah, e não podemos esquecer do fato de você e o Zabdiel estarem bem próximos. O que você está tentando fazer? Pegar todos os da banda e depois sair por aí espalhando quem beija melhor? Ou sair espalhando que foi "a garota que ficou com todos os meninos do CNCO"?

- Você realmente acha que eu sou uma dessas piranhas que você pega e que ficam correndo atrás de você parecendo cachorro sem dono, não é? - Eu olhava pra ele indignada pelos absurdos que saía de sua boca.

- Não, eu não acho que você seja que nem elas, até porque, - Chris se aproximava o que me fez recuar um pouco pra trás. - elas tem algo que você não tem.

- O que? - Cruzei os braços olhando para ele. - Falta de vergonha na cara? É, você tem razão. Graças a Deus eu tenho muita vergonha na minha cara.

- Não. - Ele se aproximava mais olhando pra mim.

- Então o que elas têm que eu não tenho?!

- Respeito por si própria. Porque elas podem até serem umas piranhas como você mesmo disse, mas elas não pegam a banda com quem trabalham.

Naquele momento eu não pensei mais em nada, me aproximei e levantei minha mão para dar um tapa em sua cara, mas infelizmente, Christopher foi mais rápido e segurou meu braço, impedindo que o tal ato se realizasse. Mas o movimento rápido me deixou zonza e eu me desequilibrei, teria caído mas ele tirou a mão do meu braço me segurando por inteiro. Por impulso apoiei minhas mãos em seu peito, sentindo sua respiração bem próxima a minha e meu coração acelerar mais ainda. Demorei um pouco até entender que ele estava me segurando para eu não cair, seus olhos castanhos encaravam os meus e seu perfume invadiu meus pulmões me lembrando da noite em que ficamos.

- V...você é um babaca. - Eu consegui dizer depois de alguns segundos, mas para minha surpresa ele apenas riu.

- Algumas pessoas dizem obrigada.

- Eu não ligo.

- Então porque ainda está aqui?

Percebi que ainda estava grudada nele e saí o quanto antes ajeitando o meu vestido o observando morder os lábios como se aquilo divertisse ele, sem me dar o trabalho de responder. Um táxi passava na hora e aproveitei para pegar, ainda nervosa e tentando processar o que tinha acabado de acontecer fui embora sem olhar para trás.

Eu não estava tão bêbada a ponto de sair carregada, então foi fácil chegar em casa. Não quis ligar para Zabdiel, porque, primeiro, muita coisa tinha acontecido em pouco tempo e, segundo, ouvir sua voz e me sentir culpada era a última coisa que eu precisava naquele momento.

Acordei na manhã seguinte me lembrando de que ainda tinha que ir trabalhar, pelo menos eu não estava de ressaca como da última vez em que decidi beber, e também não tinha ninguém na minha cama.

Me levantei devagar me lembrando que Joel tinha me beijado também, mesmo que tenha tido nenhum sentimento envolvido, eu ainda me sentia mal por Zabdi, olhei o celular e tinha algumas chamadas não atendidas dele. Resolvi não ligar de volta e me apressar para não chegar atrasada.

Comprei um café para me manter acordada e segui para o estúdio de gravação, esperando que o dia passasse rápido. Fiz todo o trajeto habitual até chegar o local. Abri a porta e como sempre estavam todos lá.

Dei um bom dia não tão seco mas também sem muito ânimo e percebi os olhares de Chris e Zabdiel sobre mim, tentei evitar ao máximo olhar pra eles, sabia que se eu olhasse, iria ficar mais constrangida.

- Bom dia flor do dia! - Erick riu respondendo animadamente.

- Então, Emma, - Estremeci ao ouvir a voz de Christopher, pela primeira vez ele falava direito comigo. - por que você foi embora sem a gente ontem? - Ele perguntava me olhando fixamente.

Fiquei uns instantes pensando no que responder, ele tinha feito aquela pergunta apenas para me provocar e bom, ele tinha conseguido.

- Eu fiquei com um pouquinho de dor de cabeça e também já estava um pouco tarde.

- Mas você está bem agora? - Joel falou num tom de preocupação.

- Estou sim. - Dei um sorriso de canto. - Nada que um remédio, uma boa noite de sono e um café não ajudem. - Soltei um riso baixo tentando transparecer que estava ótima.

Joel sorriu baixo ao ouvir minha resposta, acho que consegui convencer eles de que estava tudo bem, mesmo sem estar. Alguns minutos depois daquela conversa, os meninos resolveram jogar um pouco antes de começarem o trabalho.

Me sentei num canto do sofá e comecei a mexer no celular para ver se me distraía um pouco, logo em seguida Zabdiel sentou do meu lado.

- Eu te liguei ontem, você não retornou, fiquei preocupado com você.

Ao mesmo tempo que ouvir aquilo me fez sorrir por dentro, também me fez me sentir mais culpada ainda.

- Eu cheguei e nem vi o celular, consegui ver hoje de manhã, só não te retornei porque iríamos nos ver e eu não queria me atrasar.

- Tudo bem... Mas, da próxima vez, se quiser mandar um sinal de fumaça, eu aceito. - Ele riu o que me fez rir também.

- Pode deixar. - Ri. - Irei mandar um sinal de fumaça diretamente pra sua casa avisando que eu estou bem. - Eu dizia rindo.

- Muito obrigado. - Ele agradeceu rindo.

Apesar de toda a confusão que estava dentro de mim, naquele momento parecia que não existia mais nada, apenas eu e ele.

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