He Can't Know

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Alguns dias se passaram, eu ainda não havia contado para os meninos sobre a gravidez ou sobre o novo emprego e até agora eles não desconfiaram de nada. Eu e Chris estávamos cada vez mais próximos, talvez pelo fato dele ser o único além de Kim e da minha família a saber sobre o que eu estava "escondendo".

Havia dias em que eu pensava se eu estava fazendo o certo em esconder a gravidez de Zabdiel, aliás, ele era o pai, mas eu não me sentia preparada, eu sabia que se contasse ele iria querer fazer parte disso e não iria aceitar que eu viajasse, e mesmo que isso pareça egoísta da minha parte, estava na hora de eu pensar em mim mesma antes de todos, principalmente agora que eu estou esperando um bebê, minha atenção tem que ser 100% dele e nessa nova fase que iria se iniciar.

Era sábado e eu tinha minha primeira ultrassom marcada, Chris havia passado aqui em casa para saber como eu estava e aproveitou pra me fazer companhia até Kim chegar.

- Que horas é a sua consulta? - Ele perguntou enquanto bebia um pouco de água. 

- 14h30... Vou mandar uma mensagem pra Kim pra saber se ela já está vindo.

Peguei meu celular e procurei pelo contato da minha melhor amiga.

"Você conseguiu sair do trabalho?"

Enviei a mensagem e minutos depois obtive a resposta.

"Ainda estou presa aqui, não vou conseguir chegar a tempo pra te acompanhar, mil desculpas!"

Dei um suspiro baixo e enviei um "Ok" desligando o celular em seguida.

- Aconteceu alguma coisa?

- Kim ainda não saiu do trabalho e não vai chegar a tempo para me acompanhar.

- Ah... Eu vou com você.

- O que? Não, Chris. Tudo bem. Eu posso ir sozinha.

- Emma, eu já estou aqui e não me custa nada te acompanhar, para de ser teimosa e aceita.

- Tudo bem...

- Ótimo. - Ele deu um sorriso pegando as chaves do carro e saímos logo em seguida.

Chegamos no hospital e logo o médico veio até nós, durante toda a consulta Chris permaneceu do meu lado, como se realmente fosse o pai, ou como se para ele não fosse nenhum problema estar ali.

Senti a mão quente de Chris segurando a minha, e sem pensar a segurei de volta. O médico nos explicava coisas sobre a gravidez, e balançávamos a cabeça concordando e sorrindo. Chris fez uma série de perguntas, me deixando surpresa e apenas observando e escutando atentamente aos conselhos médicos.

- E não se preocupem, Emma, você será uma ótima mãe. E você também vai ser um ótimo pai.

Chris e eu nos encaramos sem graça, e senti ele soltar minha mão e coçar a nuca.

- Ele não... - Falei mas travei, de alguma maneira soava errado para mim dizer que ele não era o pai, mas também não era certo dizer que era. - Ele não é o pai.

O médico soltou um "oh" também sem graça e se desculpou a nós dois.

- Queria eu ser o pai. - Chris deixou escapar, e então o clima tenso de antes só ficou mais pesado.

Encerramos a consulta e em silêncio entramos no carro, nenhum dos dois se atrevia a dizer algo. Era errado carregar Chris nessa situação comigo e eu nunca deveria tê-lo colocado nessa situação. O caminho até minha casa foi em total silêncio, até ele estacionar o carro em frente a minha casa.

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