O começo do fim

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• Betty on •

Enquanto o povo se dispersava pela cidade, eu acompanhada por Jug, Archie, Veronica, minha mãe e Cheryl corremos em direção ao Rio Sweetwater, onde Jason foi morto.
Um gatilho. Era o que Riverdale necessitava para afundar totalmente na desgraça. Se Jason, aliado de Tall Boy morreu, o que seria daqueles que são contra? O que seria da cidade? O que seria dos inocentes? O que seria de mim e Jug?
Às vezes é impossível se manter forte, confiante... Durante todo esse tempo tentei segurar ao máximo minhas emoções e medo. Eu queria somente dormir, fechar meus olhos e sair daquele caos, como um feitiço. Enquanto todos corriam em direção ao corpo de Jason, eu simplesmente parei. Congelei. Como se o tempo tivesse parado.
Lágrimas começaram a descer pelo meu rosto. Eu cheguei no meu limite. Não podia mais aguentar tudo que eu conhecia desabar. Não podia. Como tudo isso começou? Por quê? Essa história podia ser simplesmente uma narrativa de um romance normal: a menina que estava triste conheceu o menino que trouxe alegria. Mas... apesar disso ter sido parcialmente verdade, a vida da menina ficava cada vez mais triste. Uma desgraça. Eu podia simplesmente fugir de Riverdale, levar Jughead e os outros juntos e esquecer aquela situação, mas o passado sempre iria voltar para nos assombrar.
Em meio à lágrimas que estavam aumentando cada vez mais, imagens cruéis, tristes começam a voltar em minha mente.

Quando quase fui morta...

Continuo escutando os passos de Jason na casa, e eles pareciam cada vez mais próximos. " Apareça alguém, por favor." Ele deve ter escutado minha respiração pesada e forçou a maçaneta da porta. " O que eu fiz para merecer isso?". Ele vendo que estava trancada, começa a chutar a porta. " EU NÃO QUERO MORRER." A porta estava quase sendo arrombada até que vejo Jughead numa moto em frente à minha casa. Calma. A janela. Como não tinha pensado antes? Tenho pouco tempo. Eu tento quebrá-la, mas não tinha força para isso.

Quando estava no hospício...

Era a moto de Jughead! Ele estava ali! Eu começo a berrar, com a esperança que ele pudesse me escutar, mas somente o vejo na moto com seus cabelos negros voando ao vento. Ele não me escutou. Eu começo a chorar desesperadamente... Ele estava tão próximo de mim! Por quê? Por quê? Por quê? Dou um murro na parede tão forte que sinto que desloquei um osso. A dor não me incomodava, pois era tão pequena comparada com que eu estou sentindo...

Sem que eu percebesse, Jughead me afasta do local, me fazendo despertar do meu transe.
- Não Jug! - Eu falo desesperada, ainda chorando - Eu preciso ver Jason! Preciso terminar isso tudo!
- Betty, me escuta. Você precisa se cuidar, você está mal. - ele fala me segurando mais forte.
- Mas... Mas... - eu não tinha o que falar, ele estava certo - Eu quero desaparecer Jug! Não aguento mais!
- Betty, preste atenção em mim. Só em mim. - ele fala segurando meu rosto carinhosamente - Você não precisa carregar a dor de todos em suas costas.
- Você promete que nunca vai me abandonar? Eu preciso de você.
- Prometo, Betty. Eu sempre estarei com você, não importa onde você esteja.
- Obrigada... - eu falo ainda com voz falha, mas com a certeza de que sempre poderia contar com ele. Meu primeiro amor. Meu primeiro namorado. Minha primeira vez. Meu primeiro tudo.
- Você tem certeza que quer ir até lá?
- Tenho.
- Então vamos. - ele fala delicadamente, segurando minha mão, me fazendo sentir em casa, segura.

Nós vamos andando até o local, e no caminho encontramos o outros.
- Eu não acredito! - minha mãe também chorava, assim como eu- Eu mal tive a chance de conhecer meu filho e agora ele está morto... morto! Eu sei que ele era ruim, mas ninguém merece um destino assim!
- Eu estou com você mãe. Sempre.
- Obrigada minha filha...
- Senhora Cooper, - Archie fala - você quer que eu vá lá antes?
- Sim, Archie, por favor.
- Eu vou com você. - Jughead fala e eu e V o seguimos.
- Eu não consigo! - Cheryl fala com a voz falha - Sei que ele não é meu irmão, mas durante minha vida toda ele era. E eu o amava. Meu Jason. Desculpa gente, mas não posso ficar aqui. - ela fala e volta correndo.
- Cheryl! - V grita.
- Deixa ela, ela precisa ficar sozinha. - eu falo, tentando impedi-la de seguir Cheryl.
Nós vamos até o corpo de Jason, com um silêncio absoluto. Mesmo vendo a morte tantas vezes, ainda é difícil ter que presenciá-la novamente.
- Não! Que horror! - V fala e lágrimas começam a brotar em nossos olhos. Jason fora baleado.  Na cabeça. Jason fez coisas terríveis, mas quando alguém mata um assassino, o número de pessoas cruéis continuam o mesmo.
- Quem fez isso? - Jughead fala nervoso.
- SUA DESGRAÇADA! - escutamos um grito de minha mãe um pouco longe, então logo nos dirigimos até lá. - COMO VOCÊ TEVE CORAGEM?
- O que está acontec... - eu começo a falar, mas logo paro. Penélope estava parada na frente de minha mãe, ambas apontando uma arma para a outra. Nós ficamos em silêncio, tentando não interferir no que estava acontecendo.
- Por que você matou o Jason? - minha mãe falou chorando.
- Não tive escolha, aliás... Ele nunca foi meu filho mesmo, por que me importar com isso? - Penélope fala com a voz fria e ao mesmo tempo debochada.
- Você sempre foi assim... Desde quando éramos crianças.
- Você mereceu apodrecer naquele hospício, Alice... Quem mandou se envolver com os serpentes? Quem mandou... ser você?
- Por que você o matou?
- Ghoulies. Como você ainda não percebeu?
- Quem são?
- Eu, Clifford, Jason, Polly e Hal. Família Cooper e Blossom. Nossa família.
- Nunca foi nossa. Sua apenas. Não me inclua nesse bando de animais. Nem eu nem Betty.
- Estamos apoiando Tall Boy, pois assim que a guerra começar, assumiremos seu poder e assim terminaremos com o South Side de uma vez por todas.
- E o que Jason fez para merecer?
- Ele? Digamos que tentou alertar Tall Boy sobre nosso plano. Não toleramos isso. A piedade... Que desprezo!
- Não fale assim!
- Você não tem o direito de falar assim comigo, ou você não lembra das intermináveis noites no hospício...
- Você vai apodrecer no inferno, Penélope.
- Não antes que você.
- Eu já o vivi quando estava no hospício, por que teria medo? - Minha mãe falou e disparou um tiro, que atingiu Penélope no abdômen.
- Mãe! - Eu vou até lá correndo, ela não pensou na gravidade do que acabara de fazer.
- Fique longe, Betty. Não se meta nisso.
- Quem agora é a malvada, Alice? - Penélope falou rindo, suas últimas palavras.
- O que vamos fazer? - Jughead pergunta aflito.
- Nada. - Minha mãe fala - Não encostei nela. Não tem nenhuma impressão digital. Deixe que a polícia encontre o corpo dela.
- Riverdale vai saber o monstro que ela e os outros eram. - eu falo - Só Polly e Clifford que ainda estão soltos por aí.
- Eles aparecerão. - Jughead fala.
- Vamos embora... - eu digo segurando a mão de Jug.
Nós voltamos em silêncio para as nossas respectivas as casas. Minha mãe disse que iria visitar um conhecido, e não interferi, tinha que deixá-la. Archie e Ronnie foram visitar Cheryl, e eu e Jug voltamos para nossa casa.
- É estranho eu me sentir melhor depois da morte da Penélope? - Pergunto quando já estávamos na cama.
- Não, Betty. Ela era um monstro. - ele diz me envolvendo com os seus braços.
- Espero que tudo isso acabe logo...
- Vai sim. Tenho certeza.
- Eu te amo. Mais que tudo. - eu falo dando um beijo apaixonado e lento nele.
- Também, Betty. Agora durma. Você precisa.
- Boa noite, Jug.
- Boa noite. Sonhe com os anjos.
Eu fecho meus olhos e aos poucos vou adormecendo nos braços de Jug. Era difícil sonhar com os anjos com tanta coisa ruim acontecendo, mas só de tê-lo ali comigo, me fazia me sentir cada vez mais em paz, mesmo sabendo que aquele era só o começo do fim.

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Que episódio tenso! Faltam poucos episódios para o fim dessa fanfic... 😰
Espero que estejam gostando... Próximo episódio promete!

Love you, Duda <3

𝙏𝙧𝙪𝙚 𝙇𝙤𝙫𝙚  | 𝘳𝘪𝘷𝘦𝘳𝘥𝘢𝘭𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora