Não queria dizer adeus

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    • Betty on •
    
       Eu acordei com Jug ainda me abraçando, então imediatamente abro um sorriso. Eu me levanto delicadamente para não acordá-lo e vou para a sala assistir ao notíciario, mas a TV não ligava... Será que acabou a luz? Eu tento acender a lâmpada, mas nada acontece. Ótimo! Era só o que me faltava!
      - Betty? - Jug me chama, provavelmente deve ter escutado minha raiva descontada na lâmpada. - O que foi?
       - A luz acabou! - falo frustrada. Lembro que quando eu era menor, quando a luz acabava eu achava muito legal, mas agora... Ficar sem Internet, banho quente e não poder ler porque não tem luz é completamente horrível.
      - Daqui a pouco volta. Espero.
      - Vou dar uma passadinha na minha mãe, você vem comigo?
      - Sim. Deixa eu só me ajeitar.
       Jug pega sua moto e vamos para a casa de Alice. Ela fora falar com um "amigo" dela e não falou nada a respeito disso com a gente, precisávamos saber mais informações.
       Eu toco a campainha e espero minha mãe ansiosamente. Quando ela saiu, parecia acabada. O que tinha acontecido com ela?
        - O que aconteceu, mãe? - eu pergunto aflita.
       - O que eu mais temia, Betty. Agora entrem. Vocês não podem ficar aqui fora.
       - Explique melhor, mãe. Você parece estar muito mal...
      - Lembram quando eu fui visitar um amigo?  - ela pergunta esperando nervosa nossa resposta.
       - Claro.
        - O nome dele é Tom Keller, um serpente que na época era meu amigo.
       - O que tem ele? - Jug pergunta.
      - Ele sabia do plano do Tall Boy assim como eu e FP. Nós nos distanciamos, mas ele continua a frequentar os serpentes, então talvez conseguisse alguma informação com ele.
       - O que ele disse? - Pergunto ansiosa.
       - Um tragédia, meninos. - ela fala passando a mão na cabeça, como se estivesse com dor - Tall Boy está montando um exército e está prestes a atacar o norte.
      - Não acredito! - eu falo aflita - O que vamos fazer? PRECISAMOS FAZER ALGUMA COISA!
      - Eu já falei com a prefeita, Betty. Não temos muito mais o que fazer. 
      - Falar aliás, temos sim. - Jughead fala, mas não o entendo.
      - O que, Jones? Sem heroísmo. - Alice fala meio seca, mas ao mesmo tempo com um pingo de esperança.
       - Podemos formar nosso exército.
       - E como vamos fazer isso? - Pergunto.
        - Chamando o povo.

        Algumas horas depois...

       - Que diabos você está fazendo? - pergunto para Jughead que agora estava em pé em cima de um palco montado no meio de uma praça lotada de Riverdale.
        - Betty, nós não temos escolha a não ser fazer isso... Lutar ou morrer, não é mesmo?
        - Só... tome cuidado com o que você vai falar.
        " Povo de Riverdale, Tall Boy, responsável por todo o caos que está acontecendo, montou um exército e está prestes a nos atacar." - ele começou a falar no auto falante e por incrível que pareça, todos estavam prestando atenção.
" A escolha é de vocês. Vocês podem ir embora, fingir que isso tudo nunca aconteceu ou vocês podem lutar pelo que acreditam e acham certo. Essa é nossa vez de brilhar, de acreditar e de ter esperança numa Riverdale melhor! Quem está comigo?"
      Por um momento ninguém se pronunciou e meu coração começou a se despedaçar ao ver a expressão de tristeza e vergonha de Jug... Ele acreditou na cidade, mas era será que ninguém ia acreditar nele?
        De longe consegui ver uma pessoa levantando a mão. Pelo menos uma... Aos poucos todos, motivados por ela, vários começaram a levantar as mãos e dar gritos. O povo estava conosco. Iriam lutar com tudo se fosse preciso.
       - QUEM ESTÁ COMIGO? - Jughead agora deu um grito cheio de força.
       - EU! - todos em uníssono responderam.
       - Eu te disse que Riverdale sempre vai estar unida. - Jughead disse para mim com um sorriso no rosto.
       - E você sempre tem razão. - eu falo lascando um beijo dele - Agora, o que fazemos?
       - Se meu pai estivesse aqui ele teria dito para reunirmos os outros, então... acho que devemos fazer isso.
       - Vou ligar para Archie e V para eles nos ajudarem.
       - Tá. Vai lá meu amor.
        - Seu amor? - ele pela primeira vez falou isso e uma felicidade imensa me invadiu.
       - Você tem alguma dúvida disso?
       - Nenhuma. - Eu saio com um sorriso bobo no rosto e com o coração aquecido, pois era isso que Jughead fazia em mim, certo? Sempre foi.
       
        Essa onda de euforia estava se espalhando pela cidade. Todos queriam lutar, defender o que acreditavam. Tall Boy acabou  com a vida de muitos inocentes, agora era a hora deles revidarem.
       Depois do dia conturbado, eu e Jug vamos para casa. Tínhamos que ficar atentos com tudo que estava acontecendo, pois a qualquer momento Tallboy podia começar uma guerra. Eu me aproximo do portão e vejo que o correio está aberto. Tinha correspondência. Eu vou até lá e pego um envelope branco com o endereço de Seattle.
      - O que é isso? - Jug pergunta curioso.
       - Nada demais. - eu falo guardando o envelope. - Vai indo para a cozinha, já vou lá.
       - Tá. Vou fazer dois hambúrgueres.
        - Só falta o casamento para você se juntar oficialmente com eles, Jug. Como você consegue ser magro desse jeito?
       - Muita musculação.
       - Ah tá. Até parece que Jughead Jones malha.
       - Só nos meus sonhos mesmo.
       - Óbvio.
        -Não precisa ser tão direta, Betty! Você magoa meus sentimentos...
        - Só disse a mais pura verdade!
        - Até parece... Você está com ciúmes por eu ser assim e as meninas pirarem em mim! - ele falou rindo muito, com um tom irônico.
        - Só se eu for as meninas. - eu digo me aproximando.
        - A única que ocupa um lugar em meu coração. - ele fala dando um beijo lento e apaixonado em mim, que me fez arrepiar inteira.
         - Você nunca parará de ser meloso, não é Jug?
         - Se foi assim que te conquistei nunca vou parar.
         - De novo! Meloso!
         - É automático. - ele fala me dando um último selinho e vai para a cozinha preparar a comida.
         Eu vou para o quarto abrir o envelope apreensiva. Menti para Jug. Sabia muito bem o que tinha naquele envelope, só não queria deixá-lo triste. Eu rasgo o papel e vejo um texto:
       " Cara Elizabeth Cooper
         
        Nós da Universidade de Seattle Joseph Howard temos o prezar de aceitá-la como aluna para a graduação de Jornalismo. As aulas começam próximo mês, com os custos da viagem todos pagos.
       Aguardamos sua resposta, Seattle JH"
   
         Ser jornalista sempre foi meu sonho. Desde quando nasci, mas... Como vou ser capaz de deixar Jug aqui? Como vou ser capaz de esquecer nossa história por quatro anos? Como vou ser capaz de viver sem ele, sem Riverdale? Eu só sei que antes a notícia que me deixaria feliz, hoje me deixou sem chão. Sem ter para onde correr... Minto. Isso eu tinha. Os braços de Jughead. Mas como irei até ele se estarei a quilômetros de distância?
         - O que está acontecendo, Betty? - Jughead grita da cozinha.
         - Nada, já estou indo. - eu seco minhas lágrimas que ao escutar a voz dele surgiram de imediato em meus olhos. Não queria dizer adeus tão cedo.

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Ai Jesus amado! Que final foi esse? Bughead vai se separar?
Muito obrigada pelos 10k! Gente, estou tão feliz que não consigo demonstrar para vocês minha gratidão. Vocês são muito especiais e amo cada um de vocês!

Love you, Duda <3

𝙏𝙧𝙪𝙚 𝙇𝙤𝙫𝙚  | 𝘳𝘪𝘷𝘦𝘳𝘥𝘢𝘭𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora