Não me abandone

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          • Betty on •

      Não conseguia pensar. Raciocinar. Não sabia o que fazer. O que seria de mim? Eu começo a correr desesperadamente para a sala onde Jug está. Estava. V e Archie vêm correndo atrás de mim, seguidos por minha mãe. Nem parei para pensar se queria ou não a companhia deles, pois a única que eu desejava naquele momento era a de Jughead Jones. O garoto que eu amava.
Todo o caos que estava acontecendo a minha volta parecia ofuscado pela confusão que estava acontecendo dentro de mim. Como uma guerra entre North e South chegaria aos pés de um amor perdido?
Eu entro no hospital escancarando a porta. Lágrimas ainda saiam de meus olhos e lembranças começavam a aparecer em minha mente. O bilhete que Jug preparara para mim no nosso aniversário de namoro ainda estava comigo em meu bolso. Aquela era uma prova de tudo que eu sentia por ele.
       "Sim, Betty. Eu percebi que eu te amava aqui. Quando Reggie te agarrou, um sentimento despertou em mim: Eu preciso proteger essa garota! - era a única coisa que eu pensava.
         Quando você chegou na festa, atraiu todos os olhares, inclusive o meu.
Vou pular nosso primeiro beijo, pois digamos que ele foi um tanto quanto conturbado... Então, vamos seguir para: o pedido de namoro."
     Eu lia o bilhete, como uma forma de lembrar tudo o que ele fez por mim. Mas agora o herói precisava ser salvo. Meu coração palpitava conforme eu avançava. Cada passo que eu dava parecia mais próximo da terrível verdade: Jughead se fora.
       De repente eu paro, havíamos chegado na sala. Eu abro a maçaneta delicadamente, com medo do que encontraria lá dentro. Os outros me acompanham e percebo que V também estava abalada. Eu abro a porta lentamente e a primeira coisa que eu vejo é sangue. Aquilo foi como uma facada em meu coração.
      Eu olho para a sala em si, então percebo que não havia ninguém lá. Onde estava Jughead? Havia uma arma jogada no chão, perto da poça de sangue. Eu entro mais afundo no lugar e escuto um barulho vindo do banheiro. Eu pego a arma que estava jogada no chão, mas não adiantaria muita coisa, pois tremia muito. Eu avanço aos poucos e quando vejo, havia uma pessoa ali, apoiada na parede do banheiro, cheia de sangue e lágrimas. Era Jughead. Ele não estava morto.
       Eu corro até ele desesperadamente, com uma onda de alívio tomando conta de mim:
       - Jug! Você está bem! Para mim você tinha morrido!
      - Betty... Você não devia estar aqui, não devia. Fuja!
      - Me explique o que está acontecendo, Jug!
       - Tall Boy. Era uma armadilha. Ele sabia que eu estaria aqui. - ele fala apontando para a o ombro dele.
        - Meu Deus! - ele realmente havia tomado um tiro, mas devido à minha euforia nem percebi. - Você precisa ir pro hospital!
         - Eu já estou aqui, Betty. - ele fala com um toque de humor, mas percebia que estava sentindo muita dor.
          - Mas... mas...
          - Não estou correndo risco de vida, Betty. Fique tranquila. Mas vocês precisam sair daqui agora. Ele está voltando.
          - Nós não vamos te abandonar Jug. - Archie falou para ele.
         - Nunca mais faça isso comigo. - eu falei em meio à lágrimas. - Eu achei que você tinha morrido, Jug! Morrido!
          - Eu estou bem, Cooper.
          Eu me aproximo e o beijo. Nossos lábios se tocam e uma onda de calor me invade. Eu ainda podia tê-lo. Senti-lo. Tocá-lo. Amá-lo. Infelizmente, nosso momento é interrompido com um apagão de luz.
         - Betty, as contas não estão atrasadas em casa. - Jughead fala - Era Tall Boy que havia cortado a energia do South Side.
          - Não sei se fico aliviada ou não. - eu falo com um sorriso no rosto.
         A maçaneta de repente começa a se movimentar para baixo. Tall Boy estava entrando na sala. Minha mãe saca a arma de minha mãe e fala para mim:
        - Isso tudo é por minha causa. Minha filha, eu te amo mais que tudo e se alguma coisa de ruim for acontecer, eu quero ser a vítima. Você já sofreu demais.
         - O que você vai fazer mãe?
          - Enfrentá-lo.
        

       • Jughead on •
     
       A pessoa entra na sala. Era Tall Boy realmente. O resto se esconde e eu continuo no banheiro. Não queríamos deixar suspeito que eles estavam aqui.
          - Onde está o garoto Jones? Covarde e fraco como o pai. - Tall Boy fala com um ar sínico.
          - Meu pai se sacrificou por mim. Seus argumentos não são válidos.
            - Não pedi sua opinião.
           - E quem disse que preciso da sua permissão pra falar?
             - Você está pedindo para morrer, Jones.
            - Eu também nunca pedi. Você está se equivocando toda hora, Tall Boy. Ou devo te chamar de James? Abandonou a família, deixou seus dois filhos pequenos sozinhos, era um alcoólatra, mal amado e desprezível.
             - Não quero ouvir nenhuma palavra sua!
            - E quem disse que você precisa querer para eu falar, James?
            - Você vai sofrer no inferno igual seu pai!  - ele fala sacando a arma.
             - Então nos encontramos lá.
             - Como assim? - ele se vira e Alice estava com a arma apontada para ele. Ela atira em seu abdômen, o que o faz cair no chão.
          - Alice? Como? - ele falava em meio a gritinhos de dor.
          - VOCÊ VAI PAGAR POR TUDO QUE FEZ! VOCÊ MATOU FP, QUASE MATOU MINHA FILHA, LEVOU POLLY E JASON PARA SEU LADO! VOCÊ VAI SOFRER TALL BOY, E EU VOU TER O PRAZER DE VER.
         - Eu posso explicar...
         - Não pode.
         - Se você e FP não tivessem nos traído, nada disso iria acontecer. Acho que precisamos rever os monstros da história...
          - Não me importo com nada que venha de você, seu lixo desprezível.
           - Você vai pagar por is... - ele tentou completar a frase, mas fechou seu olhos. Ele tinha morrido. Tudo havia acabado.
             - Vamos Jughead. - ela me pegou, me apoiando em seu braço. - Vamos sair daqui. Vou te levar para o hospital mais próximo.
            - Alô? - Betty fala ao atender o telefone.
            - Você achou que isso iria acabar assim, pequena Betty. Ou você se esqueceu de mim?
            - Quem é você?
            - Polly, sua cara irmã. A mesma que acionou a bomba na sua escola, a que te ligou e a que está prestes a te matar. 
              - O que você quer dizer?
               De repente, um tiro acerta Betty em cheio. Ela deixa seu celular cair e cai junto com ele.
               - NÃO! - eu grito em desespero - NÃO, BETTY! FIQUE COMIGO!
               - Jug... - ela falou com a voz falha.
               - Não me deixe! Nós vamos te salvar... - por um momento esqueço a dor que estava sentindo.
               - Não tem mais jeito, Jug.
               - Eu te amo, Betty! Você é a melhor coisa que aconteceu em minha vida, não me deixe.
            - Você vai ficar bem, Jug. Eu sei disso.
            - Você é meu mundo. Minha Julieta.
           - Já te disse como você é meloso, Jughead Jones? - ela fala isso e fecha seus olhos. Ela não podia ter morrido. Não podia.
             - Betty? - Eu falei em meio às lágrimas que saiam descontroladamente de meus olhos. - BETTY!  VAMOS LOGO! PRECISAMOS SALVÁ-LA!
              Nós saímos correndo, eu com Betty em meus braços em direção do outro hospital. Ela era minha vida. Não podia me deixar. Eu a amava mais que tudo... Amo. Ela ainda não se foi.
          Ao pensar em Betty, lembrava de meus livros, meus filmes, minha família, meus amigos, de mim. Não havia Jughead  nem Betty. Havia somente nós dois. Juntos. Não existiria Jughead sem Betty. Então por favor Elizabeth Cooper, não vá. Não me abandone.

             "Quanta tristeza
             Há nesta vida
              Só incerteza
             Só despedida

           Amar é triste
      O que é que existe?
               O amor

               Ama, canta
            Sofre tanta
         Tanta saudade
        Do seu carinho
        Quanta saudade

        Amar sozinho
      Ai de quem ama
          Vive dizendo
        Adeus, adeus" - Vinicius de Moraes
             
 
    *******************
  Essa fanfic está chegando no fim... Faltam poucos episódios. O que estão achando? Espero que gostem dessa história, porque amo escrevê-la!
     Não me matem por todas as desgraças que acontecem nessa história! Kkkk

Love you, Duda <3
          

𝙏𝙧𝙪𝙚 𝙇𝙤𝙫𝙚  | 𝘳𝘪𝘷𝘦𝘳𝘥𝘢𝘭𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora