Foi uma péssima ideia eu ter pegado o controle da mão de Paulo. Joyce Trindade era um desastre no vídeo game e estava passando vergonha.
Guilherme não se continha e ficava rindo da minha falta de habilidade com aqueles botões. Não sei como o carro ainda funcionava, porque de tanto que eu fiz ele bater já era para ter parado de andar à muito tempo.
Pedro fez festa quando finalmente chegou na linha de chegada e ganhou de mim. E olha que eu tinha pegado o jogo pela metade, se é que Paulo conseguiu sair do lugar.
— Você ainda consegue ser pior que eles. — falou Guilherme, gargalhando.
— Não vejo graça. — falei fingindo estar brava, porque eu não estava. Queria até rir.
— Dá o controle para eu te ensinar. — ele chegou mais perto e os nossos braços se encostaram, me causando arrepio — Este botão é para a esquerda, este para a direita e este para o carro ir mais rápido. Você só tem que acelerar e desviar dos outros carros.
— Ah, simples assim. — falei com sarcasmo.
Tentei fazer como ele disse e não adiantou de nada, eu continuei batendo o carro e acabei perdendo a paciência. Respirei fundo e dei o controle a Guilherme.
— Garota impaciente. — falou com um sorriso de canto de boca.
Ele continuou o jogo e moveu os dedos naquele controle como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Fiquei indignada.
— Oi, Joyce! Já chegou, como foi o teste? — dona Vera apareceu na sala com uma toalha na cabeça e um cheirinho de sabonete.
— Foi bom.
— Só isso? Me diz como você se saiu, ficou nervosa?
— Eu acredito que me saí bem. Sim, fiquei muuuito nervosa, mas consegui disfarçar, eu acho.
— Teste de que mesmo? — Guilherme perguntou logo após chegar na linha de chegada.
— Para entrar em uma agência de modelos e fazer ensaios fotográficos.
— Uau, parece mesmo uma modelo, tem quantos anos? — olhou para mim.
— Quinze.
— Uau! — exclamou — Tu é alta, hein.
— É, eu sei. Não me deixam esquecer.
— Eu acho bonito.
— Acha?
— Sim. Você é muito bonita.
Fiquei sem graça.
— Er... obrigada, eu...
— Não estou dando em cima de você. Se algum dia der, certamente não saberá.
— É, né Gui? Sei. — disse dona Vera.
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Mas Ela É Negra![repostando]
RomanceUm metro e oitenta de puro charme e beleza. Trinta e quatro anos de idade, mas que aparenta ser uns dez anos mais nova. Negra! Esta é Joyce! Uma mulher que sofreu muito na sua infância e adolescência, mas conseguiu vencer na vida. Descubra como foi...