O meu nome é Joyce Trindade. Eu tenho trinta e quatro anos de idade, sou uma das modelos mais famosas e bem pagas do mundo; casada com um empresário milionário e mãe de dois lindos filhos.
Estou aqui para contar uma história de muito sofrimento, envolvida por muitas lágrimas de tristeza. Mas também uma história de fé, luta, superação, alegria e amor.
A minha história.
[...]
Aos dez anos de idade, eu comecei a trabalhar como empregada doméstica para ajudar os meus pais em casa. A minha patroa não era lá uma mulher muito gentil; ela fazia de tudo para me humilhar. Para fazer eu me sentir inferior a ela, me tratava como uma ninguém. Eu até quis parar de trabalhar para ela, mas simplesmente não podia, pois precisava do dinheiro, então aguentava todo o sofrimento calada.
— Olha isso, Joyce! Você chama isso de limpeza? A casa está imunda. Trate de fazer o seu trabalho direito, ou eu coloco outra pessoa em seu lugar! — disse ela após passar o dedo na instante da sala, encontrando um pouco de poeira.
— Não, dona Ângela, isso não, eu vou limpar de novo, mas não me demite, por favor. — implorei praticamente.
Ela apenas suspirou, demonstrando insatisfação e caminhou em direção a escada que leva para os quartos.
Engoli em seco e comecei a limpar a casa novamente, a qual era enorme e eu tinha que fazer tudo sozinha, pois a dona não fazia questão de contratar outra pessoa para me ajudar, mesmo tendo tanto dinheiro.
A minha alegria era quando eu voltava para casa. Eu era recebida pelo o meu pai, que trabalhava como pedreiro e pelos os meus irmãos, que ainda eram pequenos. A minha mãe sempre estava dormindo; ela também trabalhava como empregada doméstica, e para ganhar um dinheiro extra se disponibilizava para cuidar dos filhos da patroa, que eram uns pestes.
Mas apesar da pobreza e de todo o sofrimento para nos manter, éramos uma família feliz.
👠👠👠
Aos doze anos de idade, eu conheci o tal do amor, ou pelo menos pensei que conheci. A minha patroa, dona Ângela, arranjou um namorado, senhor Rodrigo, um homem muito bonito por sinal; ele tinha um filho, Rafael. Me apaixonei por aquele garoto no mesmo instante em que pus os olhos nele.
Eu estava lavando a louça, quando ouvi o som da campanhia.
— Eu atendo. — disse dona Ângela.
Ouvi uma voz masculina vinda da sala, uma voz muito grossa, e apesar de estar bastante curiosa para ver o dono daquela voz potente, continuei na cozinha lavando a louça.
Até que terminei o meu trabalho na cozinha, e quando estava me preparando parar ir ao banheiro, fui impedida por um garoto do mesmo tamanho que o meu; o seu cabelo era liso, preto e muito brilhoso; os seus olhos verdes que me encaravam me deixou super sem graça, mas não desviei o olhar; a sua pele era tão branquinha, que a vontade de lhe tocar era grande, porém não o fiz.
— Oi. — ele falou.
— Oi.
— Eu quero água. Tia Ângela disse que você poderia me dar.
Eu não tinha ouvido o que ele tinha falado. Estava ocupada demais admirando aqueles lábios rosados, os quais me atraiam de uma forma inexplicável; parecia que ele estava usando gloss de morango.
— Você ouviu o que eu disse? Eu quero água. — repetiu.
Então eu pisquei os olhos e voltei a realidade.
— Claro, vou pegar para você.
Fui até o armário e peguei um dos copos de vidro super caros de dona Ângela. Peguei uma jarra de água na geladeira e enchi o copo.
— Aqui está. — entreguei o copo com água para o garoto.
— Obrigado.
Enquanto ele bebia o líquido incolor, me encarava com aqueles olhos de gato por cima do copo, me deixando extremamente sem jeito, mas eu simplesmente não conseguia desviar os olhos. Foi amor a primeira vista.
Era o que eu achava naquela época.
— Qual o seu nome? — perguntei quando ele me entregou o copo.
— Rafael, e o seu?
— Joyce.
— Lindo nome, Joyce.
— Obrigada. — sorri contente.
— Quantos anos você tem?
— Eu tenho doze.
— Doze?! Nossa, como você é grande! Eu tenho catorze e sou do seu tamanho! — falou admirado.
A nossa conversa fluiu. Rafael era um garoto muito gentil e eu estava encantada. Enquanto conversávamos sobre nossas vidas, distraidamente deixei o copo cair no chão.
O copo... de vidro... super caro... da dona Ângela...
O barulho dos pedacinhos de vidro se espalhando pelo chão, foi como se fosse o som da minha morte.
Eu vou morrer, dona Ângela vai me matar. — pensei.
— JOYCE! — ela gritou da sala.
Ouvir o barulho dos seus sapatos de salto alto se encontrando com o chão me deixou paralisada. Eu queria sair correndo dali e me esconder, mas o meu corpo simplesmente não se movia. Eu só conseguia pensar que ia morrer.
— O que houve aqui? — o dono da voz grossa apareceu na cozinha junto com dona Ângela.
— Eu... eu... — tentei falar.
— O MEU COPO SUPER CARO! — gritou a minha patroa.
— Ela está sangrando! — exclamou Rafael.
Ele apontou para baixo e quando olhei, tomei um susto. Tinha um pedaço de vidro no meu pé, o qual estava sangrando muito.
— Ai, meu Deus! — comecei a entrar em desespero.
— Você está demitida, sua neguinha bagunceira, você quebrou o meu copo! — brigou dona Ângela.
— Demitir? Essa criança trabalha para você?! — perguntou o namorado dela.
— Sim, ela é a minha empregada, Rodrigo.
— Meu Deus, Ângela, você é louca?! Ela é só uma criança!
— Mas ela é negra!
—- E daí?!
— Gente, o pé dela ainda está sangrando. — Rafael falou.
A essa altura eu já estava ficando tonta. Senti alguém me pegar no colo e apaguei.
Fui levada para o hospital, e lá fizeram um curativo no meu pé. O médico me passou um anti - inflamatório e me liberou. Assim como tinha dito, dona Ângela me demitiu, e o senhor Rodrigo me levou para casa.
Antes de ir embora, Rafael me deixou um beijo na bochecha. Aquele beijo foi como se tivesse sido na boca, eu fiquei uma semana com um sorriso bobo no rosto.
Mas depois desse dia, nunca mais o vi.
Ele não pediu o meu número de telefone, ele não me procurou, ele não me queria.
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Hey, People, tudo bem?
Esse foi o primeiro capítulo, e eu espero que tenham gostado.
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Beijocas😙
E até...
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Mas Ela É Negra![repostando]
RomanceUm metro e oitenta de puro charme e beleza. Trinta e quatro anos de idade, mas que aparenta ser uns dez anos mais nova. Negra! Esta é Joyce! Uma mulher que sofreu muito na sua infância e adolescência, mas conseguiu vencer na vida. Descubra como foi...