Quando chegamos à Holanda, chamamos um táxi, que nos levou para o meu apartamento. Nosso apartamento.
— Olha só, dona Trindade — Alê falou com tom de brincadeira — O apartamento é uma belezura.
— Você gostou, amor? — perguntei com um sorriso.
— Adorei.
— Fico feliz. — o meu sorriso se alargou.
— Eu não tinha uma casa na Holanda, e agora tenho. — olhou para mim e retribuiu o sorriso — Onde é o nosso quarto?
— Naquela porta ali. — mostrei a porta a ele com o dedo indicador.
Ele deixou as malas no chão e caminhou até o quarto.
— Cadê a nossa cama, amor?! — gritou — Eu tenho certeza que não é esta aqui de solteiro!
Dei risada e fui ao seu encontro.
— Vamos ter que comprar uma de casal. — falei envergonhada.
— E por que a senhorita não comprou uma antes, ao invés desta minúscula aqui? — perguntou se deitando na cama, ficando com parte dos pés para fora.
— Eu não tenho uma justificativa, desculpa.
Encostei no batente da porta e cruzei os braços, observando ele tentando se acomodar na cama.
— Você não pensou em mim quando mobiliou este apartamento, não foi? — perguntou com uma sobrancelha erguida.
Sorri sem graça.
— Não pensei muito.
— E nem pouco, aposto. Mas tudo bem. Comprou para você, e não para nós. Eu entendo. Mas mesmo assim, acho que você deveria comprar uma cama maior. Essa aqui não é muito confortável, mesmo que seja só pra você.
Mordi o lábio inferior.
— Está chateado?
— Não, porque estaria? — Eu dei de ombros — Não estou, Joy. Pode acreditar.
— Está bem, acredito.
— Vem aqui.
Fui até ele e deitei ao seu lado.
Alê me puxou para que eu ficasse em cima dele, e não esperou muito para aproximar o meu rosto do seu e me beijar. Ele cercou a minha cintura com os braços e me apertou com força. Sem querer, deixei um gemido baixo escapar, sentindo suas mãos começarem a acariciar as minhas costas. Uma das mãos desceu com pressa e apalpou o meu traseiro, me fazendo soltar mais um gemido.
Por conta da falta de ar, separamos os nossos lábios.
— Tem certeza que não está chateado? — perguntei olhando em seus olhos.
— Tenho cara de quem está chateado? — fez cara de bravo, arrancando um sorriso meu.
— Sim, tem.
— Ok, admito. Estou chateado. Chateado porque você fica insistindo em perguntar se estou chateado, em vez de fazer amor comigo nesta cama minúscula, é por isso que estou chateado.
Gargalhei, e logo depois o beijei.
[...]
Mais tarde, liguei para Heloísa para avisar que já tinha chegado na Holanda. Ela pediu que eu fosse para a agência no dia seguinte, pois tinha marcado uma reunião com todos os participantes e colaboradores do desfile.
Ela aproveitou também para me informar que tinha contratado uma intérprete para mim, para me ajudar enquanto eu ainda não era fluente, nem em inglês e nem em Holandês. Mas eu estava me esforçando para aprender o mais rápido possível, assistindo videoaulas na Internet. E também passar dias em um país estrangeiro ajuda bastante.
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Mas Ela É Negra![repostando]
RomansaUm metro e oitenta de puro charme e beleza. Trinta e quatro anos de idade, mas que aparenta ser uns dez anos mais nova. Negra! Esta é Joyce! Uma mulher que sofreu muito na sua infância e adolescência, mas conseguiu vencer na vida. Descubra como foi...