Dia 1 - Bom dia (Any)

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Um sorriso. Eu sempre achei que a melhor maneira de se começar o dia, era com um grande e sincero sorriso no rosto. E essa manhã não seria diferente. Me recuso a sair da cama de mal humor. Levanto, me espreguiço, escovo os dentes, e desço as escadas de casa em direção a cozinha.


Acho que puxei essa alegria contagiante dos meus pais. Olho para os dois rindo e se divertindo, a essa hora da manhã, é simplesmente contagiante.


- Bom dia Any! - Diz minha mãe com um belo sorriso no rosto.


- Dormiu bem, querida? - Pergunta meu pai, enquanto coloca os pratos na mesa para tomarmos café.


- Bom dia mãe. Eu dormi muito bem pai, eu até sonhei durante a noite.


São muito raros os dias em que consigo lembrar alguma coisa de que sonho, então sempre faço questão de contar isso para alguém.


- Que legal, espero que não tenha sido tão estranho quanto o último. - Diz meu pai, pegando os copos do armário e colocando na mesa junto aos pratos.


- Nem me diga, amor - Minha mãe responde, dando uma pequena risada. - Ela nunca sonha, e quando ela lembra, é cada bizarrice.


Eu dou uma risada e concordo, por que ambos tinham razão. Em me sento junto a mesa e começo a colocar meu café da manhã.


- Mas dessa foi diferente. Eu sonhei que estava fazendo uma turnê mundial, cantando e dançando em todos os países do mundo. Conhecendo muitas pessoas, muitos pontos turísticos, ficando famosa internacionalmente, sendo perseguida por fãs, entre outras coisas.


- Mas que estranho querida - minha mãe diz, enquanto dá um gole no café - Não sabia que você gostava de fazer isso. Nunca nem te vi dançar.


Ela tinha razão. Sempre me achei muito atrapalhada e desengonçada para dançar. Meu canto então nem se fale. Meus primos sempre tiravam sarro da minha cara quando fazíamos karaokê em família.


- Realmente - respondi de boca cheia, enquanto comia uma fatia de pão - Eu sei que isso não é muito a minha cara, mas sei lá... até que pareceu legal na minha cabeça.


- A sua mãe dançava quando era mais jovem, sabia? - Diz meu pai enquanto força a memória para lembrar daquela época. - Foi como eu conheci sua mãe, na verdade.


- Eu não tinha ideia. - Respondo curiosa.


- Foi na primeira vez que fui para o Brasil. Queria muito conhecer o carnaval do país. E lá estava eu, bebendo umas cervejas no bar, conversando com meus amigos. Quando vejo sua mãe passando pela rua, com um vestido todo branco. Ela estava deslumbrante. E como ela dançava! Era uma multidão de pessoas, mas sua mãe era a única que eu conseguia olhar.


Minha mãe fica toda corada e tenta disfarçar a vergonha mastigando um pedaço de bolo de cenoura caseiro.


- Que legal pai, acho que você nunca tinha contado esse detalhe da história de quando vocês se conheceram. Viu mãe, pode ser que eu tenha puxado de você meus dons para dança.


- Olha filha. - Responde ela - Seu pai é suspeito para falar dessas coisas. Mas não vou negar que eu sempre gostei de balançar o esqueleto.


Dou uma leve risada, só de imaginar a cena da minha mãe fantasiada para o carnaval. Mas também não fico surpresa, afinal, meus pais sempre falaram de como os brasileiros gostam de uma boa festa.


Esse foi o nosso papo de café da manhã basicamente, sempre um ambiente bem descontraído e alegre. Pena que tive que comer super rápido, já que ainda tinha que passar na casa da minha amiga antes de ir para a escola.


- Tchau mãe! Tchau pai! - Gritei da sala enquanto pegava minha mochila para ir embora. - Vou passar na casa da Saby, combinei de irmos para a aula juntas hoje.


- Tudo bem filha. - Gritou meu pai de volta da cozinha, enquanto eles terminavam a conversa. - Boa aula!


- Se cuida filha. - Completa minha mãe.


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