Dia 1 - Pânico como nunca havia visto (Bailey)

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Seja lá o que a Diarra esteja fazendo do lado de dentro, posso dizer que está funcionando. Depois de uns minutos esperando, a lateral direita da porta começa a balança, até que ela finalmente tomba para o lado de fora, onde estávamos.

Logo vejo a Diarra com uma serralheria na mão, e uma outra menina japonesa com uma chave de fenda enorme nas mãos.

- Você conseguiu! - Diz Joalin surpresa. - Primeira coisa que deu certo até agora.

- Temos que entrar agora. - Diz Josh passando pelo vão que a porta deixou.

A Joalin entra logo em seguida, e eu vou por último.

- Obrigado pela ajuda. - Digo a Diarra.

- Não me agradeça. - Diz ela com uma expressão de tensão no rosto. - Vocês vão provavelmente se arrepender disso daqui a pouco. Mas para vocês não sofrerem tanto, prestem atenção. Para chegar até a escada que sobe para o térreo, vocês vão virar na próxima esquerda, depois na segunda a direita, e mais uma vez a esquerda.

- Tá Ok. Muito obrigado de novo. - Respondo enquanto começo a correr.

Seguimos as instruções da Diarra, e chegamos até a escada. Mesmo antes de subir, já consigo ouvir os gritos de desespero das pessoas. Seguro no corrimão da escada e espero por uns segundos. O Josh passa por mim, e começa a subir os degraus, sem nem pensar duas vezes.

Quando a Joalin passa ao meu lado, eu seguro seu braço, antes que ela suba em direção aquele pesadelo.

- Não posso deixar você subir.

- Como assim? Eu já cheguei até aqui, não vou voltar agora!

- Eu admiro muito a sua coragem e determinação. Você realmente se mostrou ser alguém muito forte. Mas as coisas estão muito sérias lá em cima, e não vou me perdoar se acontecer alguma coisa com você.

- Mas...

- Eu sei que a gente não se conhece bem. Mas qualquer um que decide colocar a vida em risco assim por mim, ou por meus amigos, merece todo meu respeito. E por isso, preciso que você fique aqui em baixo. Você sabe o caminho de volta para fora, se precisar fugir.

- Bailey, eu realmente agradeço a preocupação, mas quanto mais pessoas procurando pelo Jaden, mas rápido sairemos juntos daqui.

Ela coloca a mão dela em cima da minha mão, que continua presa ao braço dela, e levanta meus dedos devagar.

- Vai ficar tudo bem. - Ela continua dizendo. - Nós vamos achar ele, e vamos sair daqui juntos, do mesmo jeito que entramos.

Espero que ela esteja certa. Infelizmente, era muito difícil para mim ser otimista com tudo que está acontecendo agora. Mas se os pensamentos positivos podem realmente fazer alguma diferença em nossas vidas, esse seria o momento de descobrir.

Ao terminar a escada me deparo com pessoas de todos os tipos e tamanhos, unidos em uma única tarefa, correr desesperadamente. Josh já está no corredor passando de sala em sala e chamando o nome do irmão. Olho para os dois lados do corredor, ainda não vejo ninguém do exército, mas sem dúvida eles devem estar próximos.

Joalin decide subir para o próximo andar, eu subo com ela. A cada passo que damos, fica mais difícil de respirar. Têm uma fumaça estranha espalhada por todos os corredores. Gritamos pelo Jaden o mais alto que nossos pulmões conseguiam, o que não era tão alto, por conta da dificuldade de respirar.

Eu fui verificar as salas do corredor direito, e a Joalin as do esquerdo. As salas estavam todas vazias, pelo menos as que eu estava entrando, se o Jaden ainda estivesse aqui em cima, ele provavelmente estaria em condições bem ruins.

- Bailey!!

Era a Joalin! Será que ela estava bem? Ela achou o Jaden? Corro até o lugar que acho que a voz dela veio.

- Achei alguém Bailey! Vem rápido!

Entro numa sala, indicada na porta como "Almoxarifado - apenas pessoas autorizadas".

- Será que é ele? - Pergunta Joalin enquanto o ajuda a levantar do chão.

- Jaden! - Digo, enquanto coloco o braço dele ao redor do meu pescoço.

- Ah, droga Bailey! Vai com calma aí!

Ele parecia machucado, não conseguia andar direito.

- Ele deve ter quebrado o tornozelo!

Agora que me dou conta de que ele não estava sozinho.

- Desculpa, nem havia te visto aí. Quem é você mesmo? - Pergunto, enquanto posiciono o braço do Jaden no meu ombro.

- Não têm problema, eu sou a Any.

- Ótimo conhecer vocês, mas precisamos achar o Josh e sair daqui. - Diz Joalin, olhando de um lado para o outro no corredor.

- Joalin, vai na frente, e avisa o Josh que estamos com o irmão dele. Vamos nos encontrar lá no subsolo.

- Ok. - Responde ela, e sai correndo da sala.

- O Josh... ele está aqui? - Pergunta Jaden, com muita dificuldade de respirar.

- Você logo vai ver ele. Mas antes temos que sair desse lugar, antes que todos nós morramos asfixiados.

Começo a andar, segurando o Jaden de um lado e nossa nova ajudante Any, o segurando do outro.

- O que aconteceu com ele? - Pergunto a ela.

- Eu não vi exatamente o que aconteceu, mas pelo que ele me falou, na hora da correria, ele caiu, e algum outro aluno pisou no tornozelo dele, provavelmente sem querer. Aí quando vi ele no chão, o trouxe aqui para essa sala, onde ficaríamos mais protegidos contra a fumaça.

- Que horror, não culpo a pessoa que fez isso, a coisa está muito feia lá em baixo. Pelo menos foi só o tornozelo, poderia ter sido bem pior.

- Deixa eu te perguntar uma coisa. - Diz Any. - Você não é daqui né?

- Não, eu e meus amigos estudamos na XIX High...

- Meu Deus! - Diz ela me interrompendo. - Se voces entraram aqui, isso significa que o exército também entrou?

- Bem...

- Que merda! Eu preciso achar minhas amigas! Não tenho mais tempo!

- Desculpa te informar, mas se você não descer comigo agora para o subsolo, você não vai achar nenhuma das suas amigas, talvez nunca mais.

- Como assim?

- Veja por si mesma!

Nesse ponto estamos de volta no térreo, onde as pessoas continuam a tentar se esconder, empurrando umas às outras, tentando pegar qualquer coisa que viam pela frente para usar como arma.

- Meu Deus! - Diz Any.

- Temos que continuar descendo, no subsolo, têm uma porta que uma menina conseguiu derrubar, é por lá que entramos, e é por lá que vamos sair.

- No subsolo? Que menina que você viu?

- Eram duas. Uma bem negra, que se chamava Diarra, e tinha uma outra japonesa que não sei o nome.

- Hina! Era a Hina, então ela provavelmente já deve ter fugido a esse ponto.

- Só vamos descobrir quando chegarmos lá em baixo. Você vem?

- Sim.

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