Dia 2 - Ninguém fica para trás (Any)

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Eu não sei o que deu na minha cabeça. Eu estou em um carro estranho, acompanhada com pessoas que acabei de conhecer, e indo para um lugar que colocaria minha vida em risco. Vendo as coisas desse ponto de vista, eu realmente devo estar maluca.

- Vocês plano? - Pergunta Hina sentada no banco de trás do carro.

- Não exatamente Hina. - Respondo e olho para o Bailey, que estava tão focado na direção do carro que estávamos seguindo, que mal prestou atenção na pergunta.

Depois que saímos da escola e notamos que ainda faltavam algumas pessoas, logo deduzimos que eles tinham sido capturados. Sabíamos que seria completamente arriscado entrar novamente para procurar por eles. Então, para ter certeza, ficamos escondidos por trás da multidão que estava ao redor da escola, enquanto olhávamos para dezenas de adolescentes sendo levados pelo exército.

Só de visualizar aquela cena, sinto um aperto no coração. E fico arrepiada de lembrar das pessoas com quem estudei quase a vida toda, serem jogadas na carroceria de um furgão. Todos algemados e em desespero. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto quando eu vi a Sabina entre aqueles capturados. Bailey também havia localizado os amigos dele, Josh e Joalin.

Nós não sabíamos exatamente o que fazer. Mas alguma coisa me dizia: "Não vou deixar minha amiga para trás!" E ainda bem que o Bailey pensou a mesma coisa, e decidiu seguir o comboio de carros.

Até agora, não sabemos qual é o destino da nossa viagem, mas não vamos parar até descobrir para onde aqueles carros então levando nossos amigos. Já havia até decorado as placas dos carros, e ainda bem que fiz isso, porque eram todos furgões pretos idênticos, exatamente do mesmo modelo. E chegou um momento no caminho que metade deles foram em direção ao Sul, e a outra metade para o Norte.

Nós fomos para o Norte, era para lá que estava indo os carros com Sabina, Josh e Joalin. Eu nem consigo imaginar o terror que deve estar lá dentro. O pavor de não saber para onde está sendo levado, e nem o que vai acontecer com você. Eu só queria que a Sabina de alguma forma soubesse que não há abandonei. Que vou fazer o meu máximo para tirar ela daquele lugar.

O sol estava começando a nascer no horizonte, o painel do carro mostrava 5:30 da manhã. O Bailey dirigiu a noite toda, devia estar muito cansado, mas tanto eu como ele, fizemos o nosso máximo para ficarmos acordados.

Eu ligo o rádio do carro para ver se nos distraimos um pouco nossa mente. Talvez até ajudasse a manter o sono e o cansaço o mais longe possível.

[Escute a música que tocava na rádio no vídeo abaixo]

- Daqui a pouco o carro vai entrar no tanque reserva. - Diz ele.

- Se pararmos para abastecer, perdemos eles de vista. - Respondo.

- Sim, infelizmente. Vamos torcer para que dê tudo certo.

Bailey está apreensivo em relação o sucesso da nossa missão de resgate. Eu sempre tentei ser mais positiva. Pelo menos para mim, olhar as coisas de modo mais otimista, sempre me ajudou a ter um melhor desempenho.

Dirigimos aproximadamente mais 1 hora, totalizando 6 horas dentro daquele carro, sem direito a dormir, abastecer, e nem sequer pausa para ir ao banheiro. Mas finalmente parece que estávamos chegando.

Continuamos no Estado da Califórnia, mas a cidade agora é São Francisco. Tudo o que eu conhecia sobre essa cidade era através de fotos e histórias dos meus amigos que viam para cá a passeio. Eu também sempre tive vontade de conhecer, mas nem em meus mais remotos pensamentos, iria imaginar que essas seriam as circunstâncias para finalmente visitar São Francisco.

Continuamos seguindo os furgões até uma prédio gigante. Eram ao todo quinze carros, com vinte jovens presos em cada um deles. Bailey estaciona o carro do outro lado da rua e ficamos apenas observando.

Um grande portão eletrônico começa a se abrir, dando passagem aos veículos. Quando o vão do portão ficou maior, consegui observar um pouco o local.

É uma complexo de prédios. Conto pelo menos cinco deles. Todos os prédios têm suas paredes e janelas pintadas de preto. Impossível de enxergar alguma coisa do lado de dentro. Procuro por algum detalhe que possa ser útil, algum tipo de vulnerabilidade. Mas não vejo nada, além de mais soldados, e de câmeras de segurança. A única coisa que noto de diferente é um logotipo estampado no prédio principal, localização bem no meio do pátio.

Não sei o que aquilo significa, mas de alguma forma me parece ser familiar. Não é muita coisa, mas já é um começo. Talvez fosse uma pista para encontrar os responsáveis por tudo isso.

- Empresta seu celular Hina?

Tiro algumas fotos daquele logotipo, com o intuito de descobrir mais sobre o que estava acontecendo. Começo a pesquisar no Google, procurando por qualquer informação que nos ajudasse a descobrir algo sobre aquele lugar.

O logotipo é basicamente um cérebro, onde neurônios são representados por conexões, parecidas com aquelas de circuitos eletrônicos. Abaixo do logotipo se lê: "NeuroTech, sua mente controla o futuro."

Mas que merda é essa?

Mas que merda é essa?

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