Dia 1 - Estou chegando irmão! (Josh)

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Estamos escondidos na multidão. A coisa mais importante nesse momento é não chamar atenção. Acredito que não vai ser tão difícil assim ficarmos disfarçados. A escola além de cercada pelo exército, também está repleta de repórteres, e pais furiosos gritando pela soltura de seus filhos.

E lá estamos nós, no meio de toda essa confusão, eu, Bailey, e Joalin, vestindo capuzes, e usando óculos como disfarce. Sempre achei que isso era coisa de filmes, e nunca funcionaria como um disfarce de verdade. Parece que estava errado sobre isso.

- Agora que nós estamos aqui, como vamos achar seu irmão? - Pergunta Bailey.

- Primeira coisa é acharmos um jeito de entrar na escola. - Respondo, enquanto olho por cima de alguns ombros procurando um lugar de acesso.

- Devo lembrar que a escola provavelmente está cercada. - Afirma Joalin, olhando para baixo, para não chamar tanta atenção como eu. - Teríamos que criar algum tipo de distração, e levar esses soldados para outro lugar.

- Mas... - Pensa Bailey. - Isso é muito arriscado gente, não podemos.

- Não, não. - Respondo. - A Joalin têm razão Bailey. E nem se preocupe com isso, porque não somos nós que vamos chamar a atenção deles.

- Como assim? - Diz Bailey.

- Olhem lá. - Digo apontando para a entrada principal da escola.

Os dois, que estavam evitando o contato visual com qualquer coisa que se mexesse, levantaram as cabeças ao mesmo tempo, e arregalaram os olhos ao ver fumaça saindo pela porta.

- A porta está aberta? - Pergunta Joalin.

- Está. - Digo enquanto começo a entrar cada vez mais a dentro da multidão de pessoas.

- Onde você está indo? - Pergunta Bailey, vindo logo em seguida.

As pessoas começam a ficar ainda mais agitadas em saber que a porta da escola estava aberta, e agora todos os jovens lá dentro passam a estar completamente vulneráveis. Uma barricada feita com grades, impede que os pais tentem fazer algo contra o exército. Até porque eles estão armados com metralhadoras, e não há realmente nada que possa ser feito.

Olho para trás e vejo que o Bailey e a Joalin ainda estão me seguindo, mas parecem bem confusos. Nem eu sei exatamente onde estou tentando chegar. Só quero achar meu irmão, e agora que os soldados estavam invadindo a escola, meu tempo para fazer isso está se esgotando.

- Vamos dar a volta na escola, e entrar por trás. - Digo ao Bailey.

- Entrar por onde exatamente?

- Essa escola é gigante, ela com certeza deve ter uma entrada secundária, mais escondida. Meu irmão falava de um portão que ele tinha que usar quando chegava atrasado na escola. Só temos que acha-lo.

Continuamos abrindo espaço entre as pessoas, entramos no gramado que pertencia a escola. E aqui já não havia mais tantas pessoas, ou seja, estávamos mais expostos. Começo a correr mais rápido, e os dois me acompanham. Passamos por toda a lateral da escola, até que antes de virar para a parte de trás da escola eu paro de correr.

- Você acha... que está aberta...? - Pergunta Joalin ofegante.

Paro justamente porque vejo uma pequena escada no gramado, a escada descia para o subsolo, e conseguia ver uma porta.

- Só têm um jeito de descobrir. - Respondo, voltando a correr em direção a escada.

Ao descer os degraus, mexo na maçaneta, mas a porta está trancada. Mas é óbvio que está trancada, o que eu estava esperando? A escola estava em confinamento, TUDO estava trancado, aposto que até às janelas.

- Cara, não podemos ficar aqui, estamos muito expostos. - Diz Bailey, olhando de um lado para o outro procurando por soldados prontos para atirar em nós.

- Tudo bem, vamos continuar procurando então.

Quando começo a subir a escada, ouço um barulho metálico. Me viro para a porta novamente, e vejo a maçaneta mexendo.

- Têm alguém alí. - Digo descendo as escadas novamente.

Bato na porta por várias vezes seguidas.

- Para com isso! - Diz Bailey segurando minha mão. - Vai assustar eles.

Joalin se ajoelha, coloca a cabeça o mais próximo possível da fresta entre a porta e o chão.

- Têm alguém aí? - Pergunta ela, num tom de voz forte, mas não tão alto, para não chamar a indevida atenção.

Sem ouvir nenhuma resposta, ela não desiste, mas tenta com uma abordagem um pouco diferente.

- Se tiver alguém aí me ouvindo, nós precisamos da sua ajuda! Somos adolescentes também, fugimos da nossa escola hoje cedo, e viemos aqui para ajudar!

- Fala que me irmão está aí dentro - Sussurro para ela.

- Meu amigo precisa achar o irmão dele. E sabemos que ele está aí dentro em algum lugar. Por favor, nos deixe entrar, não temos muito tempo.

- Qual é o nome dele? - Responde uma voz do outro lado da porta.

Me ajoelho também, e respondo.

- O nome dele é Jaden! Ele está no 7° ano!

- 7° ano... são as salas do térreo. A essa hora, os soldados já devem ter invadido essas salas. Eu sinto muito.

Eu tremo e soo frio só de pensar que ela poderia ter razão.

- Qual é o seu nome? - Pergunto, enquanto respiro fundo tentando manter a calma.

- Diarra.

- Diarra, eu te imploro, nos deixe entrar, e pelo menos procurar por ele.

Há essa pausa dramática, onde ela não me responde, e eu simplesmente não estou conseguindo mais segurar o meu nervosismo.

- POR FAVOR!

- Tudo bem. - Ela responde. - Eu vou tentar abrir a porta, mas vou fazer isso só porque precisamos sair daqui de dentro. Não conheço vocês, não confio em vocês, e se tentarem alguma gracinha, eu juro que acabo com a raça de vocês. Fui clara?

- Foi. - Respondo. - Não vamos fazer nada.

- Então agora se afastem da porta. Vamos derrubar essa merda!

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