Eu estou com muito sono, e com muito cansaço. Tudo o que eu queria poder fazer é dormir um pouco, e acordar amanhã sem que nada disso tivesse acontecido. Mas ao invés disso, não conseguia nem se quer fechar meus olhos de tanta ansiedade.
Eu, Krystian, Sofya e Heyoon não havíamos mexido um músculo do corpo desde que o pessoal saiu da casa em direção a escola que vimos no jornal. Continuamos lá na sala. Encarando a TV, encarando uns aos outros, passamos as últimas quadro horas sem nem falarmos uns com os outros basicamente.
Eu apoio minha cabeça nos ombros do Krystian, que está sentado ao meu lado no sofá. Mas ele parece estar tão preocupado que nem parece notar a minha presença alí. Sei que todos nós estávamos um pouco fora de nós mesmos, mas a Sofya, sem dúvida, é a que mais parece estar abalada emocionalmente.
Eu noto algumas lágrimas escorrendo pelas bochechas rosadas dela, mas não ouço absolutamente nada. É como se as emoções dela quisessem dizer algo, mas ela não se permitia sentir aquilo. O corpo dela esta rígido, está mais do que nítido o constante esforço em não tentar transparecer o medo e o terror. Mal ela sabia que os olhos dela não poderiam mentir, e nem esconder tudo aquilo.
Aquele silêncio absoluto é quebrado quando ouvidos alguém batendo na porta. Todos nós levamos um susto. Krystian se levanta do sofá em um pulo, fazendo minha cabeça ser jogada para o outro lado.
- Ninguém fala nada! - Ordena Sofya sussurrando e secando as lágrimas do rosto.
- Eles sabem que estamos aqui. - Digo a ela, também levantando do sofá. - a casa estava abandonada e do nada aparece com todas as luzes acesas. É óbvio que era só uma questão de tempo até alguém aparecer na porta.
- Fica quieta! - Insiste ela.
- Cansei disso. - Respondo e vou até a porta.
- Espera um pouco. - Diz Krystian, segurando no meu braço me impedindo de chegar até a porta. - É muito perigoso.
- Ah sério? Agora você decidiu se importar? Porque até quatro horas atrás, estávamos todos fingindo demência, sem falar nada sobre o que aconteceu.
Alguém batendo novamente na porta, e dessa vez com mais força.
- Mas o que isso tem haver? - Pergunta ele.
Desisto de tentar explicar alguma coisa, nem eu sei exatamente o que estava querendo dizer com aquilo.
Solto meu braço do dele, e chego até a porta.
- Quem é?
- Oi, Oi. - Diz uma voz feminina. - É a Sofya?
Olho para a Sofya, e ela está com os olhos arregalados. Ela levanta do sofá, e fica ao meu lado.
- Quem pergunta por ela? - Pergunta Sofya para a nossa visitante.
- O Bailey nos disse para virmos aqui, e falar com a Sofya. Meu nome é Shivani.
No momento que a Sofya ouviu o nome do Bailey, ela imediatamente começa a destrancar a porta. Quando a porta se abre, vejo cinco jovens em pânico. Três meninos, sendo que um deles parecia bem mais jovem e machucado, e outras duas meninas.
Sofya os deixa entrar, e fecha a porta logo em seguida.Eu encaro cada um deles, e eles fazem o mesmo conosco, os primeiros segundos são um tanto constrangedores, mas eles não duram muito tempo.
- Onde você viu o Bailey? - Pergunta Sofya.
- Ele estava na nossa escola - Responde a mesma garota que havia se apresentado como Shivani.
- Vocês estudam naquela escola do jornal? A que estava cercada pelo exército? - Pergunta Heyoon, sem nem ter levantado do sofá.
- Sim.
- Tá, mais cadê o Bailey? - Pelo tom de voz da Sofya, ela já está começando a ficar impaciente com a falta de detalhes. - Vocês viram ele? Por que ele não veio com vocês para cá?
- É que...
- Aconteceu o seguinte. - Diz a outra garota interrompendo a Shivani. - Indo bem direto ao ponto. Nós tínhamos um plano para fugir da escola, parte do plano era deixar o exército entrar na escola. Na hora da fuga, encontrei o Bailey e os amigos deles, eles entraram e conseguiram salvar o Jaden. Nós ficamos esperando por eles, escondidos do lado de fora, mas acreditamos que alguns deles foram capturados.
- O Bailey foi capturado? - Pergunta Sofya sem acreditar na história.
- Não, não. Me deixa terminar. - Repreende a garota. - Ele e minha amiga Any conseguiram sair e trouxeram o Jaden, mas os outros dois nós simplesmente não temos muitas outras informações. Acontece que o Bailey decidiu ir atrás deles.
- Não pode ser! - Diz Sofya irritada. - Já não era nem para ele ter ido até essa escola maldita resgatar esse pivete, e agora ele vai atrás do amiguinho! Que ótimo!
- E a Joalin? - Pergunta Heyoon, finalmente levantando do sofá e se aproximando da roda de pessoas que foi formada na sala. Ela já está com os olhos bem vermelhos.
- Parece que ela também foi levada. - Responde Shivani. - Eu sinto muito. Ela era sua amiga?
Heyoon não consegue conter a dor, ela começa a chorar. E o pior é que ninguém vai até ela para lhe dar um abraço ou consolar, pois a única amiga dela havia acabado de ser 'levada' para algum lugar. Ver essa cena me deixa completamente arrasada, e vou até ela.
- Calma Heyoon, senta um pouco. - Digo a ela, enquanto a acompanho de volta para o sofá.
Ver ela perder completamente o chão com essa notícia me deixa muito pensativa. E se isso acontecesse com o MEU melhor amigo? Será que eu seria forte? Ou também ficaria desestabilizada pela perda da pessoa mais importante da minha vida? Será que deveria falar para o Krystian o que sinto antes que algo desse tipo aconteça conosco e nunca mais o veja?
- Nós entendemos o que está sentindo. - Diz um dos meninos. - Uma das nossas amigas, quer dizer, umas das que iam fugir conosco, também não apareceu.
- Eu devia ter ido procurar a Any, ao invés dela. - Diz o outro menino colocando a mão no rosto. - Talvez se fosse eu lá...
- Lamar, por favor. - diz a outra garota interrompendo o. - Lembra que fui eu que designei as tarefas de cada um? Então ninguém têm culpa nisso, exceto eu. E já é difícil o suficiente ter que conviver com isso, então por favor, não precisamos de mais ninguém se culpando aqui.
Outra onda de silêncio atinge o cômodo.
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Unidos Para Sobreviver
Fanfiction(Fanfic sobre o grupo musical de pop internacional NOW UNITED) Jovens que levavam uma vida normal, indo para a escola e lidando com seus próprios problemas pessoais, se deparam com um desafio que coloca a vida de todos eles em risco. Agora, os 14 ad...