Dia 1 - Vida de crime (Bailey)

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Depois de abrir caminho pela multidão, conseguimos finalmente chegar ao estacionamento da escola. Vejo de longe a Sina e Krystian sentados num degrau, abaixados, como se eles fossem morrer se alguém os visse.

Passamos correndo em meio aos carros, até o lugar em que eles estão escondidos.

- E agora pessoal. - Digo ofegante. - Qual próximo passo.

- Acho que é roubar um carro, né galera? - Indaga Krystian.

- Aquele ali Bailey. - Diz Sofya, apontando para um Meriva prata. - Aquele ali é perfeito, ninguém vai desconfiar.

- Mas aquele é o carro da Sra. Friman. - Diz Sina. - Ela é só uma senhora, coitada.

- Eu sei. - Diz Sofya. - Mas é a melhor opção agora. Vamos lá gente! Não podemos parar agora!

Nós cinco corremos em direção ao carro. Eu pego a maior pedra que acho perdida no estacionamento e jogo no vidro do carro. O vidro se estilhaça completamente, o alarme dispara, mas abrimos o carro e entramos nele mesmo assim.

- Bem, a parte de não chamar atenção já era. - Diz Josh enquanto entra no banco de trás do carro.

Eu lembro no assento do piloto, e a Sofya ao meu lado, afinal ela que vai guiar o caminho.

- Você lembra como se faz uma ligação direta né? - Pergunta Sofya, enquanto coloco minha cabeça abaixo do volante, para tentar achar os fios da ignição do carro.

- Eu acho que sim. - Respondo enquanto puxo os fios para fora, corto os mesmos com uma tesoura que o Josh tinha na mochila, e dou a partida no carro.

- Nossa gente, o que esse menino não sabe fazer? - Diz Krystian, que está sentado atrás do meu banco.

- Precisamos estar preparados para o fim do mundo. - Respondo tentando entrar na brincadeira, mas estão todos nervosos de mais para rir da piada.

- Só vamos embora logo. - Diz Sofya. - Vamos cortar o caminho pelas ruas paralelas, para não chamar atenção de ninguém, o que vai ser bem mais difícil de fazer, agora que o vidro está quebrado.

- Como você esperava que eu abrisse o carro amor?

- Ah, sei lá Bailey! - Diz ela irritada. - Vamos embora logo.

Somente agora o alarme para de tocar. Começo a acelerar o carro. De repente uma pessoa se joga na frente do veículo e freio com tudo.

Era a Joalin, lembro dela da aula de filosofia que tínhamos juntos. Ela sai da frente do carro, e aparece ao lado da minha janela do carro.

- Não importa para onde estão indo, nós vamos com vocês. - Diz ela, se apoiando na janela cheia de restos de vidro.

"Nós", repito na minha cabeça, enquanto olho para a outra janela. Ao lado da Sofya, estava a Heyoon, só esperando pela nossa resposta.

- Como vocês podem ver meninas, o carro já está cheio. - Responde Sofya, de forma bem sínica. Ele já estava brava que ainda não tínhamos nem saído do estacionamento da escola.

- Não tem problema não. - Responde Joalin de forma ainda mais Sínica. - É só uma apertadinha que cabe.

- Vai embora Bailey. - Ordena Sofya.

- Nem pense nisso meu amigo, que me jogo em cima desse carro novamente.

Eu fico imóvel, não sei o que fazer. Sigo as instruções da minha namorada, ou atropelo uma colega de classe. Olhos para minha direita, nos olhos da Sofya, que está praticamente exalando raiva. E olho para minha esquerda, nos olhos da Joalin, que são mais meigos, e que imploram por ajuda.

- Entrem logo vocês duas. - Eu digo fazendo um sinal com a cabeça. - Se apertem aí, vocês do fundo.

- Mas Bailey! - Diz Sofya.

- Eu tinha que ajuda-las querida, vai dar tudo certo. - Respondo segurando a mão dela, para ver se passo um pouco mais de calma e tranquilidade.

A Sina pula para cima do colo do Krystian, para a Joalin entrar do lado esquerdo, e a Heyoon, entra do lado direito, ficando com metade uma perna em cima da perna do Josh.

Quando vejo que as duas portas de trás já foram fechadas, e que todos estavam acomodados na medida do possível. Acelero o carro novamente.

Sigo as instruções da Sofya, tentamos fazer o caminho mais rápido, mas que ao mesmo tempo não usasse as ruas e avenidas principais. Mesmo assim, algumas pessoas na rua olhavam para o carro, e logo percebiam não só o vidro quebrado, mas cinco adolescentes amontoados no banco de trás.

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