Dia 1 - Caos por todo lugar ( Diarra)

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O que nós temos de tão importante a ponto de fazer todo o governo dos EUA nos caçar como se fôssemos animais? Nós somos um bando de adolescentes mimados, não existe absolutamente nada que possamos oferecer a essas pessoas. O QUE ELES QUEREM?

- Olha ali Diarra. - Sussurra Sabina apontando para a porta da sala. - Parece fumaça.

- Definitivamente aquilo é fumaça.

Começo a recolher todas as minhas coisas, levanto do chão e coloco a mochila nas costas.

- Onde você vai? - Pergunta Sabina também se levantando do chão.

- Aquela fumaça vai sufocar todo mundo aqui muito em breve, não podemos ficar aqui.

- Onde a Senhorita pensa que vai? - Pergunta nossa professora de geografia, Sra. Vegas, que tinha a missão de manter todos os alunos nos seus lugares para evitar tumulto.

- Eu estou saindo. - Respondo enquanto saio andando.

- Você não pode sair.

- Não só posso, como eu vou. A não ser que a Sra. queira me impedir.

- E eu vou com ela. - Diz Sabina que está vindo logo atrás de mim.

- A escola está fechada, vocês sabem disso. - Continua a professora. - Vocês podem até querer sair da sala, mas ir para fora da escola seria a coisa mais estúpida que vocês poderiam fazer.

- A meu ver, a única coisa estúpida a se fazer é ficar aqui nessa sala. - Digo enquanto abro a porta. - Por que não vem dar uma olhadinha aqui fora, para ver melhor o que eu estou querendo dizer?

Aquela fumaça não vinha de fogo. Dava para perceber isso pelo cheiro e pela cor dela, e pela falta de resíduos no ar. Se houvesse um incêndio real acontecendo, a fumaça estaria bem mais escura, e veríamos cinzas flutuando no ar. Isso com certeza é obra do exército, e seja lá o que está gerando essa fumaça, têm como objetivo nos tirar do prédio a qualquer custo.

De alguma forma, essa fumaça deve ser menos densa do que o ar ambiente, isso faz com que ela sempre suba, até se espalhar pelo prédio todo. Ou seja, o segundo andar da escola, por ser o mais alto, seria o primeiro a ser prejudicado. Nossa sala ficava justamente no segundo andar, e se quisermos durar um pouco mais antes de desmaiar com falta de oxigenação no cérebro, tínhamos que ir para o lugar mais subterrâneo possível.

- Aquilo foi muito emocionante - Diz Sabina ainda seguindo cada passo meu. - O jeito que você falou com ela e só saiu andando, foi bem impressionante.

- Precisamos ir para o subsolo. - Respondo séria, sem entender a animação dela diante daquela situação.

- Para onde exatamente?

- Só me segue.

Descemos as escadas que levam para o primeiro andar, mas ao chegar ao corredor as pessoas estão correndo. Olhos para os dois lados, e vejo que há muito fumaça saindo de algumas das salas, consigo identificar algumas delas. Esse andar ficava no mesmo nível da rua do lado de fora, por isso provavelmente foram um alvo mais fácil para os soldados.

A sala de detenção! Porque não têm ninguém fugindo de dentro dela. Pelo nível de fumaça que está saindo de debaixo da porta, aquela sala foi sem dúvida um dos alvos principais. Mas ninguém foge! Porque ninguém saíndo dali merda?

- Espera por mim aqui na escada. - Digo para Sabina, enquanto entro no meio das pessoas correndo contra mim.

- Mas onde.... - Não consigo escutar o restante da pergunta, mas ela vai ficar bem, contando que não saia dali.

Chego até a porta da sala, e tento olhar pelo vidro da porta, mas não consigo ver nada por causa da fumaça.

- Têm alguém aí? - Grito batendo na porta. - ALGUÉM?

Vou até o outro lado do corredor e encosto na parede, ficando de frente a porta da sala. Espero o fluxo de pessoas no corredor parar um pouco, pego impulso, corro, e bato com meu ombro na porta perto da maçaneta. A porta balança, mas parece continuar presa.

- Alguém pode me ajudar? - Peço para qualquer um que estivesse ouvindo.

Seguro no braço de um menino que passa correndo pela minha frente, mas ele puxa o braço com força, soltando a minha mão, e continua correndo para outro lugar. Para onde essas pessoas estão indo afinal? Não importa agora.

Tento novamente atingir a porta com meu ombro, mas o corredor não era tão largo, não conseguia pegar impulso e força suficiente. Depois da terceira vez, meu ombro começa a doer de verdade, mas acho que a porta já abriu um pouco mais. Talvez apenas mais algumas pancadas sejam o suficiente.

O corredor estava mais vazio agora, só havia umas duas meninas perdidas, sem saber para onde correr. Até que vejo Sabina correndo na minha direção.

- O que você está fazendo menina? - Pergunta Sabina entrando na minha frente. - Fiquei te esperando!

- Eu acho que têm gente aí dentro. - Gritei enquanto tentava pegar impulso na parede do corredor.

- Diarra, você é badass e tudo mais, mas não é a mulher maravilha. Vamos tentar juntas.

A fumaça saindo da sala, já estava começando a me fazer tossir. Imagina o estado de quem estava lá dentro. Eu e Sabina corremos e batemos na porta com nossos ombros. Não uma, nem duas, mas três vezes, até que a porta abriu o suficiente para conseguirmos entrar. Cobri meu nariz com a parte de baixo da minha blusa e entrei na sala procurando algum sinal de vida.

Unidos Para SobreviverOnde histórias criam vida. Descubra agora