Dia 1 - Nova casa (Krystian)

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O trajeto demorou um pouco mais do que o previsto pela Sofya, mas chegamos em segurança na casa dos avós dela. Agora só tínhamos que decidir qual seria o próximo passo.

- Eu acho que a chave da casa fica aqui em alguém lugar. - Diz Sofya enquanto procura debaixo do tapete na entrada da casa. - Vamos ajudem a procurar gente? Olhem nos vasos de planta.

Sina e Joalin olham debaixo dos diversos vasos de planta apoiados no muro da casa, elas olham até dentro da terra, mas nada da chave.

- Quanto mais tempo ficarmos aqui fora, pior vai ser gente. - Diz Sina, enquanto continua a procurar.

Eu começo a olhar perto do jardim da frente da casa. Pelo que percebo, os avós da Sofya, sempre amaram flores, e plantar árvores. Por incrível que pareça o Jardim até que não estava tão ruim, pelo fato de que ninguém vem aqui nessa casa a quase um ano. Claro que a grama estava bem grande, talvez fosse por isso que ninguém estava achando a chave.

- Vamos logo gente. - Acelera Josh. - Olhando para a rua para ver se não passava ninguém.

- Achei gente! Acho que achei! - Grita Heyoon, levantando a mão segurando uma chave. - Estava debaixo daquele anão de jardim ali.

Sofya pega a chame da mão dela, destranca a porta e todos nós entramos correndo.

A casa estava uma escuridão, não tinha uma janela aberta para entrar luz ou um pouco de ar. Dois minutos lá dentro e já estava sentindo milhões de ácaros entrando no meu nariz. Os móveis estavam todos cobertos com lenções para proteger da poeira. Com certeza o Avô da Sofya, não pretendia voltar aqui tão cedo.

Todos ficamos parados em pé na sala de estar. Sina olha para mim, e sorri. Ela sempre tentou me fazer sentir melhor quando estou triste, o melhor jeito dela fazer isso, é me fazendo rir.

Desde que minha família se mudou da China para a América, sempre moramos nesse mesmo prédio. Eu não costumava sair muito. Tinha apenas 12 anos, e nem falava muito bem inglês. Até que a família da Sina se mudaram para o apartamento ao lado do nosso. Parece que aquele dia, que a vi saindo do elevador carregando as malas de mudança, foi ontem. Ele me olhou nos olhos, deu um sorriso e se apresentou como minha mais nova vizinha. Mesmo quando de início eu não falasse muito, ela sempre puxava assunto, e me chamava para brincar na casa dela. Nunca mais nos separamos. E definitivamente, não será agora que isso vai acontecer.

- E agora gente? - Pergunto a todos. - Qual é o próximo passo?

Um silêncio constrangedor toma conta de toda a casa. Mas é completamente plausível que ninguém queira responder a essa pergunta agora.

- Eu sugiro limparmos essa casa. - Diz Sofya. - Se vamos dormir aqui, precisamos tirar todo esse pó, e arrumar as camas, na verdade, nem sei se terá cama para todos.

- Não tenho problema em dormir no sofá. - Diz Joalin. - Vocês já fizeram bastante só de nos dar uma carona até aqui, então...

Ela puxa para o alto o lençol que tampava o sofá, e uma quantidade imensa de poeira se espalha no ar, fazendo todos ali tossirem.

- É agora que... você vai... dormir no sofá mesmo. - Diz Sofya tossindo.

Começamos então um tremendo mutirão de limpeza pela casa. Pegamos alguns produtos de limpeza vencidos no porão, e nos separamos por cômodos da casa. Sofya foi limpar os banheiros. Um no andar de cima, e um no debaixo. Joalin foi limpar a sala de estar, que seria seu futuro quarto. Bailey, Josh e Heyoon foram para os quartos no andar de cima, eram três quartos, sendo uma suíte com uma cama de casal, um outro quarto simples de casal, e um quarto de simples de solteiro. A Sina ficou com a cozinha, e eu fui limpar o escritório, que estava mais para uma biblioteca, de tantos livros que haviam naquela estante. Em geral, era uma casa bem grande. Gastamos praticamente o resto de todo aquele dia, só paramos a faxina quanto tudo estava o mais limpo a medida do possível.

Estávamos destruídos, meu corpo doía das cabeças aos pés, não aguentava mais ver uma flanela ou uma vassoura na minha frente. Conforme íamos terminado nossas tarefas, fomos todos para a sala e sentamos no sofá. Era um sofá bem grande, em formato L. Sentei nele e comecei a encarar o teto, assim como os outros também estava fazendo.

Minha barriga ronca. Somente agora me dou conta de não comemos nada de almoço, e agora já são... procuro um relógio pela casa... 8:00PM. Mesmo que houvesse comida na geladeira, iríamos morrer de qualquer forma se comêssemos aquilo. Começo a ficar com ainda menos esperança.

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