Capítulo 47

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Melissa

Theodore insistiu em me levar em casa,na verdade eu não me importava,mais ainda assim tentei fugir de uma possível conversa de pai pra filha,dizendo que não precisava e que eu pegaria um taxi,porem ele insistiu.Sei que hora ou outra essa conversa teria que acontecer,seria difícil mais eu ia conseguir.

O trajeto foi rápido,durante o caminho não dissemos uma sequer palavra,meus pensamentos estavam em Dominick,como que isso foi acontecer com ele,com nós,não existia coração em mim mais,aconteceram tantas coisas em apenas um mês,descobri coisas que eu jamais achei que iria saber na minha vida,o reaparecimento de Marisa,por falar nela,onde estaria agora ?Eu não fazia ideia,não tive tempo pra perguntar sobre isso,e de qualquer forma eu não iria atrás dela,talvez seja egoísmo,mais quem me deixou foi ela e não eu.Por outro ângulo da história eu estava de coração partido por Callum e Caio,sei que ambos me torturaram mais não mereciam morrer,não de uma forma tão triste,sei que apesar de toda a maldade e loucura de Dylan os gêmeos o amava,ficar com ele dentro daquele prédio só provou,não sei o que seria se Callum tivesse sobrevivido,talvez poderíamos ter sido amigos,nos conheceríamos melhor,tenho certeza quem eram ótimas pessoas,apenas estavam cegos por tanta maldade do tio.Eu sentia muito por eles,teriam um futuro brilhante.Ja eu,bem..não tenho tanta certeza se teria um futuro,porque em tão pouco tempo eu simplesmente não consigo imaginar um futuro sem Dominick,e agora ele não estava mais na minha vida,talvez eu esteja me precipitando um pouco,ou eu queria acreditar que eu poderia acordar a qualquer momento de um pesadelo.

Theodore para na frente da minha casa e desliga o carro,respiro fundo e desço.

—Entregue —escuto sua voz atras de mim.Viro-me para encara-lo.

—É.....obrigada—consigo dizer sem graça.Na verdade eu não sabia como agir com ele.

—Não precisa agradecer,foi um prazer—me lança um sorriso forçado,deixando claro que não sabia como agir também.Nos olhamos por uns minutos.

—Bem....tchau —covarde,foi a única coisa que consegui dizer.

—Tchau Melissa—sorrir.Ele parecia compreender minha situação,então deu um leve aceno e virou as costas.Cristo eu tinha que parar com isso,era uma droga.

—Espera —falei o fazendo parar imediatamente.

—Sim?—seu rosto tinha um misto de esperança.Engoli seco.

—Não...é...não quer entrar,tomar um café talvez ?—que porra!!Minha voz saiu como a de uma garotinha de cinco anos pedindo um docinho pra mãe.Theodore sorrir,provavelmente percebendo meu embaraço.

—Na verdade eu adoraria—acena e me acompanha.Me atrapalho um pouco ao procurar a chave certa pra abrir a porta,poxa não me julguem,não é todo dia que eu convido meu pai pra tomar um cafezinho enquanto batemos um papo sobre toda a droga da minha vida.

—Linda casa —comenta assim que entramos na sala.

-Obrigada,fique a vontade,vou preparar um café-digo deixando-o na sala enquanto me direciona pra cozinha.Coloco o café no fogo e espero.Meu Deus eu não sabia o que dizer!!o que era estranho já que tínhamos muitas coisas pra falar,eu sabia que a sua oferta de me trazer em casa era pra se aproximar de mim,e um sentimento de felicidade dentro de mim inundou,talvez seja por nunca ter esse tipo de aproximação,do meu pai verdadeiro,sei que não éramos melhores amigos nem nos conhecíamos de verdade,porém algo me dizia que teríamos tempo pra isso.Termino de passar o café e coloco em duas xícaras,pego a minha e ando até a sala entregando-o em suas mãos.

—Obrigada—agradece.

Ando até uma poltrona de frente pra ele e me sento,começo a da leves assopros no meu café e pequenos goles.Theodore o mesmo.Caramba aquilo estava ficando estranho,ele me encara e sorrir,era só isso ?Sei que tudo era novo pra ele,mais não mais do que era novo pra mim,ele pelo menos sabia de uma possível filha viva e eu ?Bem...eu não pensava nada,era muito melhor.

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