Acidente

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-Vicente!

-O que? –Ouço Conrado me chamar.

-Vou sair. Tem dinheiro em cima da mesa se quiser comprar algo para comer. Fique em casa! Não sei quando volto...

-Ah, Conrado...

-Sem birra, Vicente.

-Deixa eu ir com você? Por favor!

-Não.

-Por favor!

-Que droga, Vicente!

Imploro por mais uns minutos e consigo convencê-lo para que me deixe ir com ele.

-E Natan?

-O que tem Natan?

-Pode ir também? –Faço cara de pidão.

-Pode. –Diz revirando os olhos. Sei que ele não gosta muito do meu melhor amigo...

-Obrigado, irmão.

-Vocês têm quinze minutos. Estou no carro.

Ligo rapidamente para Natan e já começo a me arrumar. Em quinze minutos já estou sentado ao lado do meu irmão.

-E seu amigo?

-Estou aqui, boneca. –Responde Natan entrando e sentando no banco de trás.

Seguimos para a festa e eu não consigo esconder minha empolgação. Conrado me observa de canto de olho e ri da minha ansiedade.

-Chegamos. Presta atenção. Os dois.

-Fala mamãe. –Provoca Natan.

-Eu quero os dois na festa, nada de sair daqui. E não fiquem enchendo a cara. Vamos embora ao amanhecer, é melhor estarem bem para voltarmos para casa bem. Entendido?

-Sim. –Concordo achando as condições dele razoáveis.

-E meu beijinho de despedida? –Natan continua o provocando.

-Cala essa boca, Natan. –Conrado sai do carro irritado. –Encontro vocês aqui, não quero ter que ir buscar ninguém.

-Aposto que se o Vicentinho não estiver aqui no horário você volta para busca-lo.

-Espero que você não esteja aqui. Já te largo ai e me livro dessa sua chatice insuportável.

-Ei! Chega. Está combinado. Vamos. –Interfiro senão ficaríamos a noite toda naquela discussão.

Na festa ele segue em direção aos seus amigos e eu e Natan observamos o ambiente.

-Vamos beber.

-Cara, você precisa parar de pegar no pé de Conrado. Ele vai perder a paciência...

-Fique quieto, Vicente. Tome.

Pego a bebida e encosto na parede, enquanto Natan sai por ai.

-Você implorou para vir para ficar encostado na parede? –Conrado diz ao se aproximar para pegar bebida para ele.

-Estou só... Observando.

-Sei... Vem comigo.

Conrado me leva para conhecer umas pessoas.

-Gente, esse é o meu irmão, Vicente.

Cumprimento umas dez pessoas que estão em uma roda bebendo.

-Fica à vontade, irmãozinho. –Ele me dá um empurrão.

Me sento na mesma roda e presto atenção na conversa.

Entre o passado e o agoraOnde histórias criam vida. Descubra agora