Amor na cabeça

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Depois de tentar juntar peças e absorver tudo o que Conrado havia me contado vou atrás dele.

-Ei... –Apareço na porta.

-Oi.

Ele está na cama lendo alguns papeis.

-Você está bem?

Ele me olha e apenas balança a cabeça positivamente. Me aproximo, sentando na ponta da cama.

-Vai ficar tudo bem.

-Eu sei.

-Você ainda se culpa? –Pergunto quase sussurrando.

-Todos os dias.

O olho nos olhos e posso sentir sua fragilidade. Não adianta eu dizer que ele não culpa mesmo ele realmente não tendo. Minhas palavras não vão mudar o sentimento que está dentro dele há anos.

-Você acha que o Vicente que apareceu no meu sonho pode ser um pesadelo que tive com seu irmão?

-Não sei... Você nem sabia que ele existia. Nada faz sentido mais.

-Nós fazemos sentido. Não fazemos?

Ele deixa os papeis em cima do criado mudo e me fita.

-Fazemos.

Subo na cama e me deito ao seu lado, colocando minha cabeça em seu ombro, passando meus braços em volta da cintura dele.

-Está tudo uma loucura, não é? Que droga... –Constato.

-Está.

Sinto seu abalo. Ele não está me dizendo coisas para me confortar e nem sendo otimista como tem sido desde quando tudo aconteceu. Ele está cansado, confuso.

Levanto e vou para o closet. Lá, pego meu anel de noivado e volto para ao lado dele.

-Pode por em mim? –Abro minha mão e mostro o anel para que ele pegue.

Ele fica sem reação por um breve momento.

-Por quê?

-Porque é o que faz sentido no meio de tudo isso. Eu e você. Nossas vidas e tragédias... Estou do seu lado, Conrado.

Ele pega o anel e delicadamente põe em meu dedo.

-Eu te amo, Emmy. Para sempre.

-E sempre.

Conrado entrelaça seus dedos aos meus e com a outra mão me faz carinho no rosto. Ele beija o topo da minha cabeça e sei que continua sendo cuidadoso comigo. Ele jamais tentará alguém sem que eu demonstre querer.

Trago seu rosto para perto do meu e o surpreendo com um beijo. Um beijo que meu corpo tem ansiado dar desde o início. E ele me beija como todo aquele desejo que estava reprimido dentro de si.

Nos deixamos levar pelo momento, mas mesmo assim ele se afasta o suficiente para me olhar nos olhos e mesmo sem dizer nada entendo o que passa em sua mente.

-Esquece tudo. Apenas fique comigo essa noite. Por favor.

Ele volta a me beijar e me permito ser levada e conduzida por ele.

Conrado fica por cima de mim e me sinto em êxtase.

-Espere!

Ele me olha surpreso.

Pego meu celular.

Coloco Love on the brain em repetição e deixo o celular no criado mudo novamente.

Seu beijo é quente e doce e sua mão desliza pelo meu corpo arrepiando cada pelo em meu corpo. Ele se deita no colchão e nos cobre com o edredom.

A luz da lua ilumina o quarto e uma brisa entra pela porta da varanda. Estou absorta em cada detalhe desta noite.

Conrado beija minha barriga lentamente enquanto sobe minha camiseta e com uma mão abre meu sutiã, subindo-a pela minha nuca até pegar um punhado de cabelo meu.

Passo minha mão pelos seus cabelos e o trago novamente para mim querendo sentir novamente a sensação que é beija-lo.

Tiro sua camiseta e a jogo junto com a minha para fora longe de nós.

Seus olhos me lembram aos de um felino com a lua o iluminando e realçando seus contornos.

Ele me toma em seus braços e ficamos ajoelhados na cama, olhando um para o outro.

E eu o abraço.

Em um momento tão íntimo nosso meu corpo pede seu abraço. Nossa temperatura está alta, nossas cabeças em apenas um lugar. Me sinto em um lar com minha pele colada na dele e meu rosto em seu ombro sentindo seu perfume.

Beijo sua nuca suavemente e vejo que provoco arrepios nele, o que me incentiva a continuar. Deixo a marca de meus lábios em cada pedacinho de pele dele.

Novamente me deito no colchão e ele desliza por cima de mim, onde entrelaço minhas pernas em volta dele. Fazemos todas as ações com calma, tirando proveito de cada segundo.

E com Rihanna cantando ao fundo, ele retira tanto a minha quanto a sua roupa íntima e abre a gaveta do móvel o nosso lado para pegar o preservativo, mas em um ímpeto a fecho e faço a atenção dele voltar para mim. O faço deitar e dessa vez eu quem beijo sua barriga, descendo cada vez mais.

Ouço sua respiração ficar ofegante com o que faço por longos minutos.

De repente, com movimentos rápidos, ele me traz para si me pondo abaixo dele e me possui.

Nossos movimentos são ritmados, mas nossa respiração mal consegue acompanhar. Me sinto indo da terra ao céu em segundos com o que ele faz e me arrepiando com cada caminho que suas mãos faz em meu corpo nu.

E juntos chegamos ao nosso clímax.

Seu corpo está sobre o meu e posso sentir as batidas aceleradas de seu coração. Aposto que ele pode sentir o meu também. Me aninho ao seu lado sentindo um sentimento puro esvair de mim e preencher todo o cômodo, testemunha do que acabamos de fazer e de tudo o que depositamos aqui hoje.

-Eu amo você, Conrado.

-Você não precisa dizer.

-Eu preciso. –O olho nos olhos. – Eu amo mesmo.

Ele sempre esteve ao meu lado, sustentou junto comigo um romance adolescente que quebrou todas as expectativas com tanta tragédia que poderia ter nos destruído individualmente e também nossa relação. Me incentivou e me lembra todos os dias de que sou capaz de driblar qualquer obstáculo, me dá coragem e força. Mesmo após minha perda de memória eu me sinto privilegiada de estar onde estou com ele. Na noite do jantar pude ver bem de perto como sou privilegiada de ter todo o amor e atenção dele para mim. Conrado nunca desistiu de mim e eu não desistirei dele agora, mesmo após tantos problemas e situações estranhas sem resposta.

-Eu te amo, Emmily. Muito.

-Sempre.

Entre o passado e o agoraOnde histórias criam vida. Descubra agora