Estopim

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Resolvo ir com Conrado para a editora e me manter por perto. Ele está muito abalado e sei que Natan está pronto para colocar o seu plano final em jogo, então prefiro me manter atenta e próxima de Conrado.

O ajudo com algumas coisas no escritório e faço o possível para que se sinta bem.

Ao fim da tarde ele sai do cômodo para poder dar assistência a algum setor do prédio e eu fico folhando algumas revistas.

Vicente aparece.

-Ei! Olha, eu não tenho muito tempo. Tipo, não mesmo. –Diz rápido olhando para o relógio que há em cima da mesa de Conrado.  –Você precisa dar um jeito de sair da sua casa e ir para a da Alice.

-Tudo bem.

-Mas você tem que causar alguma coisa para dar um gostinho para Natan... Ele não pode desconfiar de nada.

-Causar o que?

-Não sei... Uma briga acho que seria bom. Mas tem que ser real. Natan se divertiu muito na última briga de vocês...

-Vocês sempre estão nos vigiando? –Pergunto incrédula.

-É...

-Até quando...

-Não, Emmily. Por Deus! Que nojo. Existe filme pornô, sabia?

-Enfim! Não quero brigar com Conrado. Ele está bem confuso, mas obrigada, de verdade.

-É necessário, Emmy. Brigue com ele, saia de casa e vá para a de Alice. Eu vou cuidar de Conrado, eu prometo! E sobre aquilo, me senti bem fazendo. Corri um risco enorme, mas deu tudo certo. Por enquanto tem dado. Eu preciso ir!

-Está bem! Vou dar um jeito. Boa sorte, Vin. - Estendo meu mindinho a ele.

-Boa sorte, Emmy. –Selamos nosso cumprimento.

Assim que Vicente some meu estômago embrulha. A ansiedade e o medo estão querendo me consumir, mas preciso ter coragem.

Saio da sala e encontro Joaquim.

-Oi! Sabe me dizer onde Conrado está?

-Talvez esteja no décimo andar, sala oito. Se não estiver nesse andar pode ser que esteja no quarto, sala onze.

-Ai, meu Deus...

-Precisa de algo? Você está pálida. –Ele se levanta.

-Não... Eu... Eu estou bem. –Me apoio em seu balcão.

-Por favor, sente aqui. Vou buscar uma água para você. E chamar Conrado. –Ele pega seu celular e sai em direção ao bebedouro.

Logo volta com um copo plástico em mãos.

-Obrigada, Joaquim. Como estão sua esposa e filho? –Tento me distrair.

-Muito bem! Pedro já está conseguindo dormir bem pela noite.

-Então não precisa mais tirar cochilos aqui, hein? –Rio fracamente.

-Graças aos céus, não! –Ele também ri.

Continuamos a conversar e logo a porta do elevador se abre.

-Emmy, está tudo bem?

Me levanto para ir até Conrado, mas tudo fica escuro e sinto minhas pernas amolecerem.

Acordo algum tempo depois e estou deitada no sofá da sala de Conrado com um médico medindo minha pressão.

-Que bom que acordou, Emmy! Meu Deus... –Conrado suspira.

-Olá, senhorita Figueiredo. Como está se sentindo?- O médico me pergunta.

Entre o passado e o agoraOnde histórias criam vida. Descubra agora