Protetor

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Uma garota chamou a atenção de Natan assim que ele a viu sair de um parque. Ele queria incluí-la em seus planos de qualquer forma.

Treinou noites e mais noites e se frustrou em muitas delas quando tentava se materializar para o mundo real.

-Você poderia me ajudar, não é? –Ele pediu.

-Se fode aí.

-Idiota!

Eu não me importava com o mesmo que ele. Estávamos mortos, merda.

Mas ele conseguiu. Seu foco era tão grande que ele crescia e se desenvolvia ficando cada vez mais forte e intocável.

E assim como tudo o que ele conseguia, me treinou para ficar como ele.

E fomos atrás de Alice.

Uma garota que só havia levado porrada da vida, sem ambições e esperança. Senti pena. O plano era para eu realmente me aproximar dela, pegar sua confiança. E eu o fiz. Mas ela era tão doce e carente que foi impossível não me apegar. Junto dela eu me esquecia de planos, Natan, morte, tudo.

Uma noite ela desapareceu com um descuido nosso de vigilância. Eu sabia que algo estava acontecendo, eu podia sentir. Tentei me focar nela, pensar nela para senti-la e saber onde estava.

-Vamos, Vicente! Anda logo!

-Calma!

Subi as escadas devagar passando por cada porta, tentando sentir sua energia.

E eu senti.

Fraca e com medo.

Com um barulho arrombamos a porta. Minha Alice... Estava vazia, ainda mais vazia por dentro.

-Acaba com ele. –Ordenei para Natan que sem precisar dizer duas vezes, depositou todo o seu ódio no cara que estava por cima da minha Alice.

E, apesar do horrível ocorrido, eu e a Alice nos aproximamos ainda mais.

Eu queria apenas protege-la.

Natan queria usá-la.

Entre o passado e o agoraOnde histórias criam vida. Descubra agora