💋 - - - - - CAPÍTULO DEZ - - - - - 💋

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🌟 || Amor ou atração? Eis a questão || 🌟

Gregório Del Rey

— Eu não sei por que você está agindo assim comigo! O que infernos eu fiz, porra?! — Reconheço a voz do Raffa no momento em que eu deixava Cássio na porta da casa dele. Ao que parece, ele discutia com Murphy sobre alguma coisa que ainda não sei o quê, mas irei descobrir.

— O que eles têm? — Cássio questionou, apontando para os dois um pouco distante, discutindo em alto e bom tom.

— Não sei, mas irei resolver. Fica bem, tá? — Deixo um beijo casto em seus lábios e ele sorrir, entrando em sua casa e fechando a porta. Ah, esse gringo ainda vai me causar muita dor de cabeça... Meu completo desafio.

Só então noto o quanto eu parecia um idiota, encarando a porta fechada da casa dele. Balanço minha cabeça, espantando esse sentimento bobo e vou em direção aos meninos. Raffa parecia realmente chateado, e Murphy estava de cara amarrada, mal encarando o amigo, o que era estranho, já que esses dois são como carne e unha.

— Posso saber o que está acontecendo aqui? — Questiono, cruzando os braços e chamando a atenção dos dois.

— Pergunta para ele que está todo estranho comigo! — Raffa exclamou, me olhando em forma de desespero.

— Murphy, o que está havendo? Pode me explicar? — Pergunto, calmo, e ele me olha.

— Eu não quero mais trabalhar ao lado dele! — Exclamou, e eu o encarei intrigado. Eu sumo uma única noite e no dia seguinte me aparece uma bomba dessas? Ah, dai-me paciência!

— E eu posso saber o motivo?

— Podemos conversar em particular? — Questionou, mas antes que eu respondesse, Raffa interrompeu, com o olhar triste.

— Mas que merda! Eu quero saber também! ME FALA, O QUE EU FIZ, PORRA?!! — Gritou. E lá se vai o meu raro bom humor pela manhã...

— Okay, chega! — Falo, já cansado daquela discussão na qual eu não fazia ideia do que estava acontecendo. — Raffa, você está muito alterado, tire o dia de folga, okay? Eu vou conversar com o Murphy e depois falo com você, quando estiver mais calmo.

— Tudo bem... — Murmurou, saindo cabisbaixo. Suspirei e puxei Murphy para minha casa, entrando em meu escritório.

— Okay... Agora fala de uma vez que merda está acontecendo entre vocês! — Falo e ele suspira, sentando no sofá, próximo à varanda.

— O Raffa é gay. — Diz e eu ergo uma sobrancelha, esperando que ele continuasse, mas não o fez.

— Okay, isso o Brasil inteiro já sabe. Agora me dê um bom motivo para essa confusão.

— Grego... lembra que eu falei que iria para o baile ontem? Então, eu fui com ele. Só que o Raffa passou da conta na bebida, voltou chapado para casa, eu tive que trazê-lo, mas... ele estava falando umas coisas que... me deixaram intrigado.

— Até aí, nenhuma novidade. — Falo, fazendo pouco caso.

— Ele disse que me amava, incontáveis vezes. — Disse, só então me fazendo entender essa birra dele. — Eu tentei ignorar, e até o ajudei a ir para minha casa para não deixá-lo sozinho, mas... Ele acabou invadindo meu quarto no meio da noite e me beijou. No dia seguinte ele não se lembrava mais de nada.

— E só por isso você resolveu tratá-lo dessa forma?

— “Só por isso”? Grego, eu não sou gay!

— Ninguém aqui está dizendo isso, Murphy. Mas, porra! É mais que óbvio que o Raffa sempre gostou de você, só você não percebeu. — Ele me olhou, surpreso.

— Eu não sei o que fazer... — Confessou, abaixando a cabeça.

— Conversa com ele. Explica o que aconteceu e quem sabe ele não seja sincero com você?

— Hm... talvez você tenha razão...

— Sempre tenho. — Falo convencido e ele revira os olhos, rindo logo em seguida.

— Bem, mudando de assunto, e você e o gringo? — Indagou, se recostando no sofá e acendendo um cigarro. Eu suspirei, me sentando na poltrona ao lado.

— Não saberia dizer. Ele é tão intrigante e... quente. — Murmuro, lembrando da nossa noite que certamente não irei me esquecer.

— Não pense que eu não vi vocês dois saindo juntinhos da sua casa, e ainda se beijando em frente à casa dele. — Diz e eu o encaro, com um sorriso de canto.

— Digamos que aproveitamos a noite ontem. Não faço a mínima ideia de como vai ser daqui para frente.

— Principalmente quando a Alice descobrir. — Diz e eu dou de ombros.

— Ela não tem que reclamar de nada.

— Mas ela é louca, certamente vai querer infernizar a vida do gringo. — Eu sorri.

— Ele sabe se defender. É desaforado, se até a mim ele enfrenta sem medo algum, imagina a Alice. De qualquer forma, ela que não tente fazer nada a ele ou irá se ver comigo.

— Hm... Boa sorte então. Eu vou... conversar com o Raffa. — Diz e eu assenti.

— Só não o trate mal, ele realmente gosta de você, Murphy. — Murphy assentiu e saiu da minha casa. Busquei relaxar um pouco, subindo meus pés para cima da mesinha de centro, mas essa minha paz durou poucos segundos, pois Amanda logo invadiu meu escritório, como a boa delicada que era.

— Finalmente eu te encontrei! Posso saber por que está sendo um cafajeste com meu amigo?! — Exclama, o que me faz a olhar sem entender.

— Do que merda você está falando, Amanda?

— Do Cássio! Onde já se viu? Deixar o coitado acordar sozinho depois da primeira noite de vocês juntos! — Levanto uma sobrancelha ao ouví-la.

— E como sabe disso? Ele te contou?

— Não. Peguei ele pelado no seu quarto. Achei que você estava com aquela puta de novo, aí invadi o quarto. Mas eu perdoo, só pela bela decisão de namorar o Cássio.

— Não estou namorando... — Antes mesmo que eu terminasse de falar, Amanda me agarrou pelo colarinho da camisa, me olhando como se fosse uma psicopata, o que eu não duvido que ela seja.

— Olha aqui, Gregório Del Rey, se você pensar em magoar o Cássio com esse seu papinho de que não rola sentimento, eu vou ser obrigada a cortar o seu bem mais precioso enquanto estiver dormindo, me entendeu?! — A olho espantado. Credo, depois dizem que mulheres são inofensivas. Eu não tenho tanta certeza disso.

— Já pode me soltar? — Ironizo, e ela me solta, se afastando. — Olha, Amanda, eu não me meto nos seus relacionamentos, então, não se meta nos meus.

— Me meto sim! Eu sei o cafajeste que você é, então, se não for para ser com ele, então é melhor cortar de uma vez. — Disse, cruzando os braços. Suspiro, me levantando da poltrona e me aproximando dela.

— Amanda, me faz um favor? — Ela me olha, prestativa. — Vai ver se eu estou na esquina. — falo e saio dali, a deixando berrando sozinha. Era só o que me faltava...

O Dono Do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora