🌟 || Um dia com os amigos || 🌟
Cássio McKinney
Observo meu cachorro correr pela praça, junto de outros cães que estavam por ali, enquanto eu estava sentado à uma mesa, na companhia de Lúcio e Raffa, que teve seu dia de folga hoje e eu chamei para vir no passeio com a gente na cidade. Eu estou precisando de um pouco de luxo na minha vida, especialmente, comida.
— Olha, eu chamei vocês dois para passearem e esquecerem seus problemas, e não para ficarem com essas caras de enterro. — Falo, tomando um pouco do meu Sunday de chocolate enquanto aqueles dois mantinham suas caras de cachorro que caiu da mudança.
— Desculpa, galera. Não estou me sentindo bem. — Raffa respondeu, tristonho.
— Eu estou bem, mas acontece que estou com a corda no pescoço, e que a qualquer momento ela pode me matar sufocado. — Suspirei, largando o Sunday e apoiando minhas mãos na mesa.
— Okay. Digam-me seus problemas e tentarei ajudar da melhor forma possível. — Falo, e Raffa levanta a mão, iniciando a falar.
— Meu problema tem nome e sobrenome. Sabe quando você gosta de um cara a muito tempo mesmo e quando você acha que esse cara começa a te ver da mesma forma, você cria esperanças absurdas e então... vem um doloroso balde de água fria, quebrando todas as suas esperanças. — Diz e eu assobio, impressionado.
— Deve ser barra. E... vou arriscar que você está falando do Murphy, certo? — Questiono e ele me encara meio sem jeito.
— Como soube?
— Concluí isso quando vi vocês dois brigando há alguns dias.
— O que aconteceu entre vocês? — Lúcio perguntou, curioso.
— Bem... ele transou comigo e me largou assim que terminamos. E agora, eu estou o ignorando por completo. Tenho o meu orgulho.
— Está certíssimo! — Lúcio exclamou, dando um tapa na mesa para reforçar o seu efeito de indignação. Eu revirei os olhos, balançando a cabeça em negativa.
— Não acho que isso seja a melhor solução, apesar de ter certeza que eu faria a mesma coisa. Afinal, eu nunca sigo meus próprios conselhos. — Falo, dando de ombros.
— Então... o que devo fazer?
— Seja franco com ele. Diga como se sente. Mostre a ele o que você realmente quer, porém, sem forçar a barra. Tenta entender o lado dele, pergunta o que ele realmente quer. E se os sentimentos não baterem, é bom estar ciente de entrar em um acordo e cada um seguir seu rumo, sem rancor ou laços quebrados, porque apesar de tudo, vocês moram no mesmo lugar, trabalham juntos, vão se ver todo dia. Precisam aprender a separar trabalho de vida pessoal. — Falo, vendo os dois me olharem como se eu fosse uma aberração.
— Está vendo, Raffa?! Eu escolho muito bem as minhas amizades. Só conheço carinha inteligente. Mas olha, na minha opinião, acho que você deveria aproveitar. É... Sabe, se faz de difícil mas se entregue ao mesmo tempo. Fala que não quer nada sério e aproveita o sexo com ele. Assim, você sempre vai tê-lo.
— Mas só vai machucá-lo mais ainda. — Rebato. — Se você fizer isso, Raffa, estará enganando não só a ele, como a você também. Não pode fugir dos seus sentimentos. E como ficaria quando você ver ele com outra pessoa? Só iria alimentar um sentimento que não existe, achando que ele quer você, quando na verdade, ele só quer te levar para a cama. Se ele realmente não quiser você, apenas se afaste e deixe o futuro decidir por você. Entenda que se for para ser, será. Okay? Tudo vai depender das suas decisões, então muito cuidado com o que você faz ou irá fazer. Você pode sair deixando muitas pessoas machucadas, incluindo a si mesmo.
— Eu desisto de tentar aconselhar alguém perto de você. — Lúcio resmungou, tomando sua latinha de Coca-Cola. Eu sorri de canto, tomando meu Sunday.
— Você tem razão, Cássio. Eu... vou conversar com ele. E se ele não sentir nada por mim, então... eu vou seguir em frente e tentar esquecê-lo. — Raffa disse e eu sorri, assentindo.
— E você, Lúcio? Já resolveu seu problema? — Questiono e ele bufa.
— Não! Na verdade, eu estou quase surtando.
— Escolheu entre um ou outro?
— Não. É... na verdade... eu estou saindo com os dois, só que eles não sabem.
— O QUÊ?! — Raffa e eu gritamos, perplexo. Ele já sabia da história insana do Lúcio sobre está amando dois irmãos ao mesmo tempo, e isso fez com que ele tivesse uma visão meio confusa do Lúcio.
— Olha, eu sei que não é certo, okay? Mas não posso dispensar um e ficar com o outro. Eu tenho plena certeza de que estou gostando dos dois e que quero ficar com eles. Mas... está ficando difícil porque agora eles não param de falar dos “namorados” deles e ainda pedem conselhos um para o outro. E na faculdade eu tenho que ficar me dividindo entre ficar um tempo com um e depois com o outro. Isso está acabando comigo. Não sei mais o que fazer.
— Falar a verdade é sempre a melhor opção. Não pode manter essa mentira para sempre e vai ser muito pior se eles descobrirem de outra forma, senão por você. — Falo e ele suspira.
— Eles nunca mais iriam olhar na minha cara.
— Talvez. Mas se eles descobrirem, será muito pior. Vão se sentir usados e traídos. Não vão acreditar em nada do que você disser. Chama os dois para conversar, diz o que está sentindo. Gente, é tão simples.
— E você nunca faz nada disso quando está com problemas! — Lúcio rebateu. Dei de ombros.
— Eu disse que não sigo meus próprios conselhos. Mas eu sei que é o certo a se fazer.
— Tá, e você e o Grego? — Raffa questionou, e os dois me olharam de uma forma assustadora, curiosos por assim dizer.
— O que tem nós dois?
— As ameaças, continua recebendo? — Raffa perguntou.
— Humph... Sim. Ontem mesmo recebi a cabeça de um boneco suja com sangue e um bilhete mandando eu ir embora do morro e ficar longe do Grego.
— E o que você fez? — Lúcio perguntou, assustado.
— Ignorei e mandei o foda-se. É verdade que viver no morro não me agrada, mas eu tenho um grande defeito em contrariar as pessoas. E seja lá quem for esse inconveniente, só está me aproximando mais ainda do Grego e me fazendo querer ficar no morro só para contrariar. Então, quanto mais essa pessoa mandar eu me afastar do Grego, mas eu vou me aproximar e fazer questão de esfregar na cara que temos uma relação bem... íntima, se é que me entendem.
— Você é louco. — Lúcio disse, rindo. — Mas eu concordo. Afronta mesmo. Dê o quanto quiser para o gostoso do Grego. — O encarei perplexo.
— Às vezes, um pouco de ética é sempre bem-vindo. — Ironizo e ele dá de ombros, terminando de tomar seu refrigerante.
— Não no meu caso. Hey, vamos almoçar? Estou morrendo de fome.
— Oh, posso mostrar um restaurante maravilhoso que vi no meu aplicativo. — Falo e vejo Raffa bufar.
— Eu estou feito com dois riquinhos mimados. — Reclama e eu mostro a língua infantilmente, me levantando e o puxando pelo braço, fazendo ele levantar também. Lúcio fez o mesmo, o pegando pelo braço livre e então, nós dois o carregamos à força para o restaurante mais caro da cidade. E, confesso que senti muita falta disso. Apesar de tudo. Foi muito bom sair com meus amigos e desabafar os problemas acumulados. Só faltou a Amanda para completar, mas ela está ocupada demais ultimamente com os estudos. Colocou na cabeça que quer ser arquiteta, mas para ingressar na faculdade ela precisa fazer uma prova e passar para conseguir a bolsa, o que claramente é muito difícil, mas acredito no potencial dela.
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O Dono Do Morro (ROMANCE GAY)
Romance"- Eu não posso amá-lo, eu sei que vou sofrer! Ele é perigoso, é um assassino, droga! Ele é o Dono do Morro!" "- Não sei o que infernos está acontecendo comigo, ele é só um estrangeiro, filhinho de papai. Porra, eu não sou gay, mas como ele consegu...