💋 - - - - - CAPÍTULO TREZE - - - - - 💋

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🌟 || Ameaças e Discórdias || 🌟

Cássio McKinney

Empurro pela milésima vez os meus óculos de grau para cima, enquanto lia concentradamente o livro Como Amor, Simon.

Em meus fones de ouvido seguia uma Playlist de músicas calmas e clássicas. Sempre fui eclético quanto em relação à músicas. O tempo estava frio lá fora e eu preferi ficar em casa por hoje, tomando um chocolate quente e lendo um dos meus livros favoritos.

Meu cachorro estava ao lado da poltrona na qual eu estava acomodado, quieto e sonolento. Mordendo preguiçosamente um ossinho de borracha. E tudo parecia tão tranquilo.

Minha mãe havia ido trabalhar. Ainda era cedo. E já tem alguns dias que ando me envolvendo com o Grego. Não sei definir muito bem o que temos, mas sempre que estamos juntos sempre rola sexo, não importa aonde esteja. E longe de eu reclamar sobre isso.

Blim Blom

A campainha tocou, e logo pensei que pudesse ser Grego, ou Amanda. Ambos eram os únicos que vinham me visitar. Lúcio também mas ele nem morto que estaria acordado às 9 da manhã.

Levantei com muita preguiça e segui até a porta, abrindo-a. Mas não havia ninguém. Olho para baixo vendo apenas uma caixinha de presente. Sorri, imaginando que fosse as novas surpresas de Grego. Ultimamente ele anda fazendo muito isso. Diz ele que é para cobrir o tempo que ficamos longe um do outro, já que ele trabalha muito com coisas relacionadas ao morro e que realmente eu não quero saber.

Pego o presente e o abro, mas assim que vejo o que tem dentro, eu grito altamente, arremessando aquela porcaria longe.

What fuck?!! — Xingo, um tanto quanto surpreso, confuso e assustado. Se isso era alguma brincadeira de mal gosto, não teve graça nenhuma! Tampo a caixa novamente e vou em direção à casa do Grego, entrando sem me dá o trabalho de bater na porta ou tocar a campainha. Vi Grego sentado à mesa, vendo alguma coisa em seu notebook. Fui até ele, jogando a caixa na mesa, o que chamou sua atenção.

— Que bela maneira de me presentear, não acha, baby? — Seu tom era doce e irônico.

— Que droga é essa, Gregório?! Acha isso engraçado?! — Ele arqueou uma sobrancelha, me olhando confuso.

— Desculpe, não estou te entendendo.

— Ah, não?! Olha o que tem dentro! Acabei de receber! — Grito e ele suspira, calmo, abrindo a caixa e olhando dentro, me olhando assustado logo em seguida ao ver o que tinha dentro.

— O que é isso?

— Não sei! Talvez a droga de um rato morto com a garganta cortada?! Olha aqui, Grego, isso não tem graça, okay? — Ele se levantou rapidamente, vindo até mim e segurando meus braços.

— Não, baby! Eu jamais te mandaria isso!

— Então quem?! — Exclamo, irritado.

— Seja quem for, eu vou descobrir, okay? Fica calmo. — Disse, me abraçando delicadamente.

— Por que me mandaram isso, Grego? — Murmuro, choroso.

— Estão ameaçando você, anjo. E pode ter certeza que quando eu descobrir, essa pessoa vai pagar muito caro por isso. — Suspiro, apoiando a cabeça em seu ombro e me deixando ser acariciado por ele. Em seus braços eu sentia que nada poderia me atingir. Ali, eu estaria seguro. Eu sei.

Gregório Del Rey

— Eu quero que descubram imediatamente quem mandou esse maldito bilhete, e quando descobrirem, traga-o vivo para mim, entenderam?! — Exclamo, com o tom irritado.

— Sim, senhor! — Raffa, Murphy e mais dez de meus homens falaram em uníssono. Notei que Raffa e Murphy andavam meio distantes, porém, isso é o de menos no momento.

— Mas, chefia, como vamos saber quem foi? — Bobby perguntou.

— Trabalhando, pois é para esta merda que eu te pago! — Rebato, o olhando friamente. Ele ergue as mãos em rendição, dando um passo para trás. — Quero que fiquem de olho em quem anda por perto da casa do Cássio. Trabalhem em dupla, é melhor.

— Eu vou com o Bobby. — Raffa se pronunciou rapidamente, indo para o lado do moreno. É, ele realmente não estava falando com Murphy. E percebi este ficar um tanto quanto irritado. Achei que eles haviam se resolvido, mas pelo visto eu estava enganado.

— Tudo bem. Se organizem e qualquer coisa suspeita, me avisem imediatamente. — Ordeno e eles assentem, se retirando um por um do meu escritório. Minutos depois aparece Alice, entrando sem bater, usando um short de malha que mais parecia uma calcinha box, junto com um top justo que estavam praticamente jogando seus seios para fora.

— Oi, amor. Faz tempo que não me visita... — Disse, já vindo em minha direção e sentando em meu colo.

— Alice, o que está fazendo aqui? Estou ocupado. — Falo, um tanto quanto cansado.

— Você nunca está ocupado quando eu estou aqui. Isso pode ficar para depois, seja o que for. — Diz, tentando fechar meu computador, na qual eu analisava algumas coisas, incluindo minha conta bancária que não parava de subir os números a cada segundo. Não tenho somente o morro como apoio, também tenho negócios expandidos para fora do país, e isso... digamos que me dá uma boa recompensa no final do mês.

— Eu estou trabalhando, Alice. Coisa que você não faz. Agora saia daqui e não volte mais! — Exclamo, a tirando de cima de mim.

— É por causa daquele veadinho estrangeiro, não é?! — Gritou, me olhando irritada. A olho com fúria.

— Acho melhor você pensar muito bem antes de chamá-lo assim! — Vocifero, a segurando pelo braço, em tom de ameaça.

— E por quê?! Por acaso estou mentindo? Eu não duvido que ele é um veadinho sem vergonha que já deu para o morro inteiro! — Trinco os dentes, apertando mais forte o braço dela. Eu realmente estava me segurando para não cometer uma loucura.

— Saia daqui, antes que eu torça seu pescoço até não sobrar mais oxigênio no seu corpo! — Exclamo, irritado. Ela me olhou assustada, então saiu rapidamente, gritando que isso não ficaria assim e que eu iria me arrepender de ter a deixado. Ah, já ouvi muito essa ladainha. Cão que ladra não morde.

Volto a sentar na poltrona, respirando fundo e buscando a calma na qual eu não tinha. Eu já não sei mais o que pensar. Eu nunca movi céus e terra por ninguém, mas por Cássio... é como se fosse a minha missão na terra, protegê-lo de tudo e de todos. O tendo inteiramente para mim. Como se ele tivesse sido criado única e exclusivamente para mim, para eu cuidar e proteger de qualquer coisa que queira atingí-lo, oferecendo minha vida se preciso. E pensar assim me assusta. Me assusta profundamente, porque na real, eu não sei o que estou sentindo e tenho medo de aceitar o novo. Bem, talvez eu não queira aceitar, porque essa história eu já sei como vai acabar. Ele vai voltar para o Estados Unidos na primeira oportunidade que aparecer, pois um playboyzinho como ele não largaria a vida de luxo e baladas para ficar aqui, no morro. Por mais que ele não diga, nem demonstre, eu sei que ele não quer isso para a vida dele. Não quer viver aqui para sempre e eu realmente o entendo.

Para alguém que certamente nasceu em berço de ouro, teve e tem tudo de mão beijada, viver aqui seria o maior castigo que ele poderia receber. E eu estou completamente ciente que uma hora ou outra, eu vou ter que aceitar o inevitável e deixá-lo ir. Afinal, não somos nada, então não posso exigir nada. E pensar assim é tão assustador...

O Dono Do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora