💋 - - - - - CAPÍTULO VINTE E OITO - - - - - 💋

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🌟 || Decisão Cruel || 🌟

Gregório Del Rey

Observo-o acordar aos poucos. Eu estava calmo e irritado. Calmo por fora, e furioso por dentro.

Por causa daquele infeliz e a ajuda de algum traidor, colocaram a vida do meu namorado em risco. O ameaçando de morte e enviando aquelas porcarias que fiz questão de guardar tudo para usá-las depois. Dizem que o feitiço sempre se volta contra o feiticeiro, não é mesmo?

O porão estava trancado, somente ele e eu. Frente à frente. E eu iria resolver aquilo naquele instante. Os cuidados de Cássio ontem à noite e o recadinho que ele me deixou hoje pela manhã, me deixaram renova e bastante criativo para esse momento. Eu estava relaxado, descansado e com sede de vingança. Já fazia um tempo que eu não matava ninguém, e confesso que estou sentindo falta.

Desde do momento em que Cássio pôs os pés no meu morro, eu até estou andando na linha, mas isso porque não havia com o que me preocupar. Ninguém tinha a coragem de me enfrentar ou buscar confusão, então eu meio que me deixei relaxar e cuidar em apenas melhorar o morro e no que as pessoas estavam precisando. É quase uma maneira de me redimir por tudo que já fiz e ainda faço. Sei que não é certo, mas é o que aprendi a gostar.

— Grego... — Victor finalmente acordou, me olhando com os olhos brilhando, não se importando com o fato de que estava preso na cadeira de metal e que certamente eu não estava ali para abraçá-lo ou bater um papo. Bom... a segunda opção talvez.

— Ele te deu uma surra e tanto. — Debocho, me referindo ao estado decadente que Cássio deixou Victor. E eu nunca sequer cheguei a imaginar que aquelas mãos tão macias e carinhosas, pudessem deixar alguém tão irreconhecível como Victor ficou. E eu confesso que senti bastante orgulho do meu garoto. Sim, meu.

— Não me importa! Pelo menos você está aqui, meu amor. — Ele falou, claramente fora do juízo perfeito. Ele me olhava como um louco, um maníaco obcecado.

— Não sou a porra do seu amor! — Falo, ainda calmo, porém, firme. Respirei fundo, me aproximando dele, segurando uma pequena faca de 10cm nas mãos. — Agora, por bem ou por mal, quem te deixou entrar no morro e armar toda essa confusão?

— Não vou falar. Eu te amo muito, amor. Mas segredo é segredo. — Ele forjava uma voz melosa e infantil, como se aquilo fosse natural. Ele não precisava de cadeia, precisava de um hospício!

— Você vai me falar, e pode ser do jeito fácil, ou do jeito difícil. Mas eu preferiria que você poupasse o meu tempo precioso.

— Sim! Podíamos sair e ver um cinema, o que acha? — Céus, eu não tenho paciência com loucos! Respiro fundo, e cravo a faca em sua coxa esquerda, fazendo ele gritar de dor.

— Eu não vou ser paciente com você! Anda, me fala. E talvez... eu pense na sua proposta. — Forço um sorriso e ele me encarou com expectativa.

— Tudo bem! Eu falo! — Disse, animado. Eu suspirei, me afastando. — Foi o Bobby, ele me ajudou a te encontrar, meu amor. E agora podemos ficar juntos para sempre!

Opa, espera... Bobby?

Saí dali, deixando Victor falando sozinho. Tranco a porta e caminho pelo morro. Hoje nem o Raffa, nem o Murphy estavam aqui no morro. Depois do show dos dois de ontem à noite, nenhum resolveu dar as caras. Pelo menos, agora eu entendo o que está havendo entre eles.

Logo avistio Bobby na entrada do morro. A raiva sobe dentro de mim, mas eu ainda não podia matá-lo ali mesmo. Não se confia totalmente no que os loucos dizem. Victor pode não bater bem do juízo, mas ele não é burro.

— Bobby! Preciso que me acompanhe. - Chamo e ele me olha.

— Para onde? — Ele estava visivelmente nervoso.

— Nada demais. Apenas uma conversa entre amigos. Vamos? — Chamo e começo a andar de volta para minha casa, enquanto ele me seguia. Entro no porão e o aguardo. Ele entra com um certo receio.

— Pode me explicar o porquê Victor citou você quando eu perguntei quem o ajudou a entrar no morro? — Questiono, trancando a porta do porão e cruzando os braços.

— Ele deve está mentindo, Grego...

— Olha, se uma coisa eu tenho certeza sobre loucos, é que eles não mentem. Estou te dando uma chance de se explicar. E é melhor não mentir mais, ou eu garanto piorar as coisas para você.

— Grego... — Ele começou a falar e tentou me atacar, mas antes que me atingisse no rosto, eu segurei seu braço e com a mão livre puxei a arma do coldre, desferindo uma coronhada em sua tesra que o fez desmaiar. Aproveitei e o amarrei em uma outra cadeira, ao lado de Victor. Antes que eu pudesse começar meu show de horrores, alguém bater na porta, o que eu achei estranho, mas abri mesmo assim, me surpreendendo ao ver Cássio ali, com o olhar sério e a postura firme.

— Cássio, o que faz aqui? — Questiono, confuso. O porão não era um lugar para ele. Ele estava agasalhado pelo tempo de inverno que entrava lá fora, e sem dizer nada, ele adentrou o porão, olhando para os dois que estavam presos nas cadeiras e o carrinho no canto carregando objetos de tortura. — Cássio, eu insisto. O que faz aqui? Não é lugar para você. — falo e ele me olha, retirando o casaco, o colocando sobre uma mesinha vazia perto da parede.

— Bem... eu tenho que conhecer todos os lados do meu namorado, certo? Não somente o que é bom. Eu quero ver isso, Grego. E você não vai me impedir. — Falou, decidido. Às vezes eu odiava essa imponência dele de decidir as coisas e não voltar atrás na decisão.

— Cássio, não precisa fazer isso. Não quero que pense o pior de mim.

— Você não é feito somente de qualidades, Grego. Todo mundo tem seus defeitos, e eu quero conhecer os seus. Vai. Faz o que você tem que fazer. Faça como se eu não estivesse aqui. — Disse, puxando uma cadeira e se sentando, o olhar sério e os lábios crispados. Eu suspirei, não vendo escolha. Eu ia matar duas pessoas na frente da pessoa que mais amo nesse mundo. E depois do que ele ver aqui, eu não quero nem imaginar o que vai acontecer depois.

O Dono Do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora