💋 - - - - - CAPÍTULO DEZESSEIS - - - - - 💋

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🌟 || Já me decidi || 🌟

Cássio McKinney

Deito Olivia com extremo cuidado em minha cama. A coitada havia apagado após comer tanto e assistir dois filmes seguidos. Regulo a temperatura do ar-condicionado e deixo ela dormindo ali, na companhia do Simon, que tem a cama dele, mas só dorme na minha.

A campainha tocou e eu realmente fiquei com vontade de matar quem quer que seja por quase ter acordado a menina. Vou atender rapidamente e assim que vejo Grego, dou um tapa em seu ombro, fazendo ele me olhar confuso e repreensivo.

— Que tipo de recepção é essa?! — Resmungou e eu revirei os olhos, o puxando para dentro e fechando a porta.

— Não reclama porque tenho certeza que não te fez nem cócegas. — Falo e vejo ele sorrir de canto. Logo sinto ele me abraçar por trás, beijando meu pescoço e deixando mordidas.

— Sua mãe não está em casa, certo? — Sussurrou, mordiscando minha orelha e deixando beijos deliciosos em minha bochecha. Oh, my God... Como ele consegue?

— Grego... pelo amor de Deus, não podemos... — Tento o empurrar, mas ele me abraça mais forte, me virando de frente para ele e me roubando um beijo quente e demorado. Sinto suas mãos abusadas adentrando minha calça de moletom e amassando minha bunda sem pudor algum. Novamente o empurro, conseguindo me livrar dele. — Gregório, pelo amor de Deus! Tem uma criança dormindo no meu quarto, okay? — falo baixo, ofegante. Ele me olhou confuso.

— Uma criança? De quem? Não sabia que tinha irmãos.

— Não tenho. É uma criança de rua. — Falo, me sentando no sofá. Grego sentou ao meu lado, me olhando mais confuso ainda.

— Resolveu fazer trabalho voluntário agora? — Ironizou, com um sorrisinho de canto. Bato um travesseiro nele, o fazendo rir.

— Grego, estou falando sério. Eu fiquei preocupado com a menina. Ela é só uma criança.

— Bem, talvez seja algo anormal para você, mas aqui é muito comum. Nem todos tem o dinheiro que você tem. — Diz e eu bufo.

— Não vamos falar da minha conta bancária, pelo menos ela não é roubada! — Falo sem pensar e logo percebo a burrada que acabei de dizer.

— Tudo bem, você nunca vai me aceitar desse jeito. — Diz, se levantando. — Eu não nasci em família rica como você, não morei fora do país e tive uma vida de luxo. Eu matei sim muitas pessoas e ganho muito com isso. Então, se você não aceita, é melhor ser direto. — Diz e eu suspiro, me colocando de pé.

— Não concordo com o que você faz. Claro que não! — Me aproximo dele e lhe deixo um selinho nos lábios, precisando ficar na ponta dos pés para alcançar. — Mas eu... gosto de estar com você. Isso é o que importa. Não é? — ele bufou, passando as mãos em seus cabelos.

— Tudo bem. Eu não me meto na sua vidinha de playboy e você não se mete no meu trabalho, falou? — Eu ri pela maneira como ele falou, então o beijei e assenti.

— Combinado. — Falo e me afasto, me sentando no braço do sofá. — Sabe... acho que já decidi o que quero estudar. — Ele me olha curioso e se aproxima, se sentando novamente.

— Não era psicologia? — Pergunta e eu balanço a cabeça em negativa.

— Bom, eu realmente amo psicologia e pretendo terminar algum dia. Mas... depois que eu vi a Olivia, eu tomei a decisão que vou fazer Pedagogia. Quero ensinar essas crianças de rua, que não sabem ler ou escrever e que não tem condições de ir à uma escola de verdade. Eu quero poder ajudar de alguma forma, entende?

— Olha... eu confesso que você seria a última pessoa que eu conheço a ter esse tipo de atitude. — O encaro de soslaio.

— Posso saber por quê?

— Ah, sei lá... De primeira vista você me pareceu apenas um riquinho mimado que tem tudo nas mãos e não se importa com ninguém a não ser com você mesmo. — Disse tudo de uma vez e eu o encarei fingindo está ofendido.

God! Pensava tudo isso de mim?

— Ainda penso. — Diz e eu o olho perplexo. Ele rir.

— Como é?

— Estou mentindo? — Ele me encara, levantando uma sobrancelha em questionamento. Mordo minhas bochechas por dentro da boca, não gostando de admitir que em parte ele estava certo.

— É verdade que eu nunca trabalhei em nada na minha vida. Mas não é verdade quando você diz que eu só me importo comigo mesmo. Eu me importo com a minha família, com os meus amigos e... com quem mais entrar na minha vida e eu realmente amar essa pessoa. — Nos encaramos. Ele sorriu de canto.

— Ultimamente eu não ando me reconhecendo. E a culpa disso é sua, seu riquinho mimado e extremamente gostoso! — Brincou, me roubando um selinho, aproveitando a deixa para morder meu lábio inferior, o que me arrancou um gemido baixo.

— Por quê? Estou te tornando uma pessoa boa? — Insinuei, sorrindo sonso. Ele revirou os olhos.

— Para falar a verdade, estou me sentindo mais idiota. — Diz, o que me arrancou uma risada longa.

— O quê? Olha, já falei o quanto você é ótimo com declarações? — Ri e ele desferiu um leve tapa na minha cabeça.

— Bobo! Eu estou falando sério! Me sinto idiota. Não sei dizer se é bom ou ruim...

— Hm... Ou esse idiota significa mais amoroso e carinhoso. Algo que quando cheguei aqui você estava longe de ser. — Falo e ele pondera.

— Pode ser.

— Quer ver a menina? — Pergunto e ele concorda. Nos levantamos e fomos até o meu quarto, onde abri a porta com cuidado para não fazer barulho. Ela dormia feito um anjo, parecendo realmente não está mais tão preocupada e com medo. Agora ela estava protegida.

— Acho que já a vi algumas vezes andando aqui no morro. Mas sabe como é, as pessoas mal conseguem se sustentarem, a última coisa que elas pensam é em ajudar alguém. — Comentou, afagando os cabelos sedosos dela.

— E você? Você tem condições, certo? — Falo e ele suspira.

— Baby, eu não posso ajudar cada pessoa que eu vejo na rua. Além disso, ajudar os outros não é do meu feitio. — Suspiro, enfiando as mãos nos bolsos.

— É, você tem razão... Mas eu quero poder ajudar ela. E eu vou! — Falo decidido.

— Tá, e o que pretende fazer?

Adotá-la.

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O Dono Do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora