🌟 || Com os próprios olhos || 🌟
Gregório Del Rey
— Ela sai às 7 horas para o salão e volta às dez. Faz compras no mercado do Seu Zé às quatro da tarde e passa um tempo com as amigas até às seis. Sete horas ela vai para o baile da comunidade e volta pela manhã. E... ultimamente anda saindo com o moleque que trabalha na lanchonete da dona Nice. — Murphy me informou. Eu respirei fundo. Não podia ser ela.
— Okay... Estou quase descartando a ideia de que a Alice pode ser a culpada pelas ameaças ao Cássio. — Comento, um tanto quanto cansado. Ultimamente ando dormindo pouco e meu humor não anda dos melhores já que estou vendo Cássio cada vez menos, já que ele está muito ocupado com os estudos e mimando demais a Olivia, que acabei pegando carinho por ela, mas mesmo que seja tarde, ainda sou contra essa ideia dele adotar uma criança. Afinal, ele ainda é muito jovem e... aghr! Enfim.
— É... também não acho que seja ela. Cássio recebeu semana passada um coelho picotado. E além da Alice ser muito fresca com sangue, ela morre de medo de coelhos. — Raffa comentou. Ele e Murphy, por mais notável que seja a tensão entre eles, ambos estão deixando essa briga lá fora e me ajudando muito com isso. Eu só confio neles para me ajudar nessa. E com certeza pretendo tentar ajudá-los nisso depois. Não gosto de ver meus melhores amigos brigados, e possivelmente por uma besteira.
— O que nos deixa com dois suspeitos: Victor e Julian. — Murphy fala, analisando algo em seu Tablet.
— Okay. Odeio acusar sem provas, mas tenho quase 100% de certeza que Julian é o traidor e Victor o maníaco psicopata que anda ameaçando o Cássio. — Raffa falou de uma vez, andando pelo escritório e gesticulando enquanto falava suas teorias. — Victor teria mil motivos idiotas que ele criou na cabeça dele para separar Cássio de você. E lembrando que Julian nunca foi totalmente confiável já que ele já fez parte do Morro Da Rocinha e já foi expulso por traição. Quem garante que ele não faria a mesma coisa com a gente? Muitos têm interesses neste morro, o que não falta é traidores querendo te derrubar, Grego. Posso estar errado, mas eu realmente nunca fui com a cara daquele Julian. — Assenti em silêncio, pensando sobre o que ele havia dito.
— Olha, sou obrigado a concordar com ele. Quem mais tem motivos para separar você e o Cássio? — Murphy comentou. Suspirei, esfregando as mãos em meu rosto em puro nervosismo e cansaço. Céus, eu preciso dormir!
— Okay. Continuem vigiando os dois e me avisem se tiverem novidades. E fiquem de olho no Cássio. Não quero que ele se machuque. — No mesmo instante alguém bateu na porta, e logo em seguida Cássio entrou no meu escritório, sorrindo docemente e com uma caixinha em mãos.
— Atrapalho? — Questionou, ao ver que Murphy e Raffa estavam claramente sérios e determinados no trabalho que dei a eles.
— Nunca. Entre. — Falo, e ele sorrir com timidez, vindo até mim e me dando um selinho na qual desejei demorar mais. — Meninos, se retirem. Depois nos falamos sobre isso. — falo e ambos sorriem de modo malicioso, saindo logo em seguida. Puxo Cássio pela cintura, fazendo ele sentar em meu colo. — E você? Está tudo bem? — pergunto, notando o quanto ele ficava sexy com aqueles óculos de grau que começou a usar após entrar na faculdade, já que ele me confessou ser particularmente cego, mas não usava antes por rebeldia mesmo.
— Estou com um pouco de dor de cabeça. Estou em semana de provas e preciso estudar o dobro. Hm... trouxe para você. Foi eu mesmo que fiz. — Diz, me entregando a caixinha azul. Eu sorri, abrindo a caixa e vendo belos e convidativos macaroons coloridos.
— Uau! Você que fez? Tem certeza? — Brinco e ele rir.
— Sim. Estou aprendendo a cozinhar com minha mãe. Preciso aprender o básico pelo menos para poder cuidar da Olivia quando formos morar sozinhos. Eu vou ter que alimentá-la e não viver de fast-foods, correto? — Diz e eu suspiro.
— Podemos não falar do dia em que você vai embora? — Peço e ele me olha como um pedido de desculpas.
— Sorry, amor. Não vou mais falar disso. Também não me agrada. Hm... experimenta. — Diz, apontando para os macaroons. Eu sorri com seu olhar de expectativa e comi um, degustando devagar e provando do gosto como se eu fosse um chefe de cozinha analisando o prato feito.
— Hmm... — Fiz um suspense, forjando uma cara feia. Ele me olhou preocupado.
— What?! Ficou muito ruim? — Perguntou, com os olhinhos brilhando de tristeza e preocupação. Eu ri, comendo outro.
— Não, baby. Está perfeito. O melhor que eu já comi. — Falo e ele leva a mão ao peito, parecendo soltar todo o ar que segurava.
— Jesus Crhist! Me assustou, Grego! Isso não se faz! — Eu sorri, me sentindo leve e muito bem ao lado dele.
— Me perdoe, então. — Ele sorriu, doce. Mas logo fechou seu sorriso, analisando minuciosamente meu rosto, o que me deixou incomodado e confuso. — O que foi?
— Está com olheiras. Parece cansado... Está dormindo corretamente, Grego? — Questionou, com um olhar repreensor.
— Ora, não se preocupe comigo. Estou bem.
— Não respondeu minha pergunta. — Disse, seco e se levantando do meu colo.
— O que tem isso?! Só ando trabalhando muito ultimamente, mas já estou acostumado. — Falo e ele bufa, revirando aqueles olhos azuis que pareciam quererem me fuzilarem.
— Então eu vou tratar de fazer você lembrar o que é relaxar. Vem. — Ele puxou minha mão, me levando diretamente para meu quarto e deixando avisado para a empregada não deixar ninguém nos incomodar. Até fiquei surpreso com a ousadia dele, dando ordens para meus empregados.
Assim que chegamos em meu quarto, ele começou a tirar minha roupa lentamente. Eu não saberia dizer se havia malícia ou não. Mas nossos olhares permaneciam presos um no outro. Cássio se despiu e então me levou para o banheiro, onde ele encheu a hidromassagem, fazendo questão de colocar sais de banho e pétalas de rosas. Abriu um champagne na minha adega e me serviu em uma taça. Confesso que eu estava amando todo aquele cuidado dele. Entramos na banheira, onde ele ficou sentado entre minhas pernas, deitado em meu peito. De fato, não havia malícia. Apenas agradáveis conversas e afagos de ambos. Ele me banhava e me beijava vez ou outra, tendo trocas de sorrisos e olhares.
Assim que terminamos nosso banho maravilhoso, ele me levou para a cama. Usávamos apenas o roupão de banho. Ele pegou umas frutas e me fez deitar a cabeça em seu colo. Ficou fazendo um carinho gostoso em meus cabelos úmidos enquanto assistíamos uma série na Netflix. Cássio praticamente me obrigou a assistir Santa Clarita Diet. Diz ele que eu iria gostar. Uma mistura de comédia com terror. E após alguns episódios, eu ria e amava. Era insano, mas o humor amenizava tudo, fazendo parecer ser uma série para toda a família, só que não.
Cássio estava sendo tão cuidadoso, e confesso nunca ter conhecido esse lado dele. E aproveitou para me alimentar com morangos e chocolate, me dando na boca, sem pressa, sorrindo para mim e fazendo carinhos em meus cabelos e rosto. E lá ficamos até eu acabar dormindo em seu colo, me sentindo realmente meu corpo pesar mil vezes mais leve, me sentindo, de fato, relaxado.
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Estamos chegando na reta final, hein 😉👌
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O Dono Do Morro (ROMANCE GAY)
Romance"- Eu não posso amá-lo, eu sei que vou sofrer! Ele é perigoso, é um assassino, droga! Ele é o Dono do Morro!" "- Não sei o que infernos está acontecendo comigo, ele é só um estrangeiro, filhinho de papai. Porra, eu não sou gay, mas como ele consegu...