💋 - - - - - CAPÍTULO TRINTA - - - - - 💋

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Que isso, hein? Três capítulos em um único dia? Uau! Foi meu recorde. Haha!


🌟 || Consolo de amigo, é a melhor solução || 🌟

Cássio McKinney

Eu me sentia em uma verdadeira guerra dentro de mim. Uma batalha sem fim entre os meus sentimentos. Não sei quantas vezes já tentei parar de chorar, mas é quase impossível. Fiquei feliz por não ter ninguém em casa. Olivia estava na escola e minha mãe estava trabalhando. Apenas o Simon estava me fazendo companhia.

Nem sei por quanto tempo eu fiquei ali, sentado encostado à porta, chorando, mas criei forças o suficiente para ligar para a única  pessoa que poderia me consolar naquele momento.

Alô?

— Lúcio... — Murmuro, e tive que forçar minha garganta para a minha voz sair.

Cássio? O que aconteceu? Sua voz está estranha. Está chorando?

— Lúcio... me tira daqui... por favor. — Peço, baixinho, e o choro volta com tudo. Eu não estava mais conseguindo controlar.

Tá... C-calma. Eu já estou chegando. Calma. Onde você está? — Ouvi alguns ruídos ao fundo.

— Em casa.

Certo. Estou indo te buscar. Fica calmo, tá?

— Tá...

Encerrei a ligação, jogando o celular em qualquer lugar. Demorou pouco tempo para eu ouvir alguém batendo na porta e logo em seguida a voz do Lúcio. Destranquei e assim que abri a porta, me deixei cair em seus braços, chorando em seu ombro enquanto ele me abraçava, desesperado e querendo saber o que aconteceu.

Ele me levou para fora dali, e como ele estava de carro, logo chegamos em sua casa, onde ele me levou até o sofá, onde ele me fez deitar, com a cabeça em seu colo.

— Agora fala, pelo amor de Deus. Me diz o que te deixou assim. — Ele disse, afagando meus cabelos.

— Ele é horrível, Lúcio. Ele é um monstro... — Murmuro.

— Está falando do Grego? O que ele te fez?! Te machucou?

— Não... Ele... torturou uma pessoa... até matá-la. E eu vi tudo... — Minha voz saía trêmula.

— Ah, não. Não acredito que você foi ver isso, Cássio! Isso é coisa do Grego! Por que você quis ver isso?!

— Para saber com quem eu estava me envolvendo! Mas eu não imaginava que ele pudesse ser tão cruel. Foi horrível... Você tinha que ver o rosto dele, o olhar de satisfação enquanto tirava a vida de alguém... Eu não... eu não consigo. Foi demais para mim, Lúcio. Não dá. — Lúcio suspirou, tentando me acalmar.

— Eu te entendo, Cássio... Não deve ser fácil. Mas... ele ama você. Já demonstrou isso. E você já sabia desde o início o que ele era. Ele precisa ser assim, Cássio. Ele é o dono do morro, é claro que ele não vai ser somente o mocinho que ajuda todo mundo.

— Eu sabia que ele fazia coisas erradas. Eu sabia que ele tinha dinheiro sujo, roubado. Mas não sabia que era tão... — Suspirei, não conseguindo terminar. — Eu não sabia que... ele pudesse ser tão cruel com alguém. Ele não tem pena, não hesitou um só segundo. Mesmo sabendo que eu estava presente, ele agiu feito um monstro, um psicopata. Parecia até outra pessoa. Eu não quero isso para mim, Lúcio. Meus pais sempre me guiaram para o bom caminho, me ensinaram o que é certo e errado. Eles me dão tudo que preciso e eu realmente não quero ter como um namorado ou esposo, um assassino. Sabe-se lá o que ele pode fazer comigo futuramente.

— Cássio... Eu sei que você não aprova esse tipo de coisa. Nem eu. Mas você cresceu em um ambiente cheio de educação e bons ensinamentos. Mas pense que Grego pode não ter tido a mesma sorte. Ele não é assim porque quer, mas talvez porque foi criado assim. O pai dele pode ter sido muito pior e ele acabou recebendo o ensinamento do pai. Que matar é certo. Entende? Eu sei que... você é uma boa pessoa. Mas eu garanto que Grego jamais tocaria em um fio de cabelo seu para te machucar. É nítido o quanto ele ama você. E eu fiquei sabendo pelo Raffa que ele trabalhou muito para encontrar quem estava te ameaçando, que passou noites sem dormir por você. Pensa nisso. Você quer realmente se separar de quem te ama?

— Cada vez que eu olhar para ele, eu vou lembrar daquela cena, Lúcio. Eu vou lembrar do que ele é capaz. Ele pode até me amar como você diz, mas em um momento de raiva eu não sei do que ele pode ser capaz de fazer comigo. Eu tenho medo. Muito medo, Lúcio. — Ele beija minha bochecha e me abraça.

— Calma... Vai ficar tudo bem. Tudo vai se resolver.

— Mas não quero falar mais disso. Quero me distrair. Anda, me fala de você. Como anda seu... “poliamor”? — Pergunto, enxugando minhas lágrimas e me ajeitando no sofá, me afundando entre as almofadas fofas e gordas.

— Ah, foi tudo por água abaixo. Eles descobriram e nenhum quer olhar na minha cara. — Disse, fazendo um bico. Mas logo sorriu. — Mas já estou em outra. Percebi que eu não amava eles de fato. Era quase um feitiche. Sabe? Pegar dois irmãos ao mesmo tempo.

— Eu falei que era só fogo. — Falo e ele revira os olhos. — E esse outro lance? Quem é o coitado da vez? Dois primos? Dois tios? — Brinco e ele bate na minha perna.

— Besta! É uma garota... — Diz, fazendo suspense.

— Quem? — Pergunto, mas ele apenas rir, me deixando aflito de tanta curiosidade. — Vai, Lúcio! Me fala, quem é?!

— Você já a conhece. — O olho confuso.

— Conheço? Ela é dos Estados Unidos? — Ele revirou os olhos.

— Burro, ela é daqui. Da comunidade também. — O olho mais confuso ainda.

— Uma garota? Daqui? Bom... A única que eu conheço é a Amanda... — Comento e só depois a ficha cai e eu o olho surpreso. — Espera. Você e a Amanda... não... Sério?

— É. Digamos que a gente se entendeu melhor na noite do bar.

— E que noite! Eu fiquei preocupado com o Raffa e o Murphy... — Comento, tristonho.

— Nem me fala! Aliás, onde eles estão?

— Ainda não apareceram no morro. Sumiram desde ontem.

— Será que aconteceu alguma coisa? O Raffa estava meio chapado quando saiu do bar e ainda levou uma garrafa de bebida. Álcool e coração ferido não deve ser uma boa combinação...

— Não mesmo. Eu espero que eles estejam bem. Foram os únicos que me receberam bem quando cheguei, apesar de eu ter sido um pouco esnobe, confesso.

— Bom, só resta esperar. Enquanto isso, vamos nos entupir de sorvete e filmes melancólicos. — Diz, correndo para a cozinha pegando um pote de sorverte e ligando a TV. E lá ficamos, chorando pelos filmes tristes e sofrendo juntos, enquanto eu devorava aquele sorverte.

O Dono Do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora